O atletismo do Boavista foi rejuvenescido com atletas de formação, de quem se esperam grandes feitos no futuro. Entre esses jovens promessas encontram-se duas irmãs, com uma história (desportiva) ligada e com marcas já estabelecidas. Entrevistamos-lhas em conjunto mas não fácil, porque “passam a vida” a guerrear-se mutuamente, com várias interrupções, gargalhadas gerais e ameaças de pancadaria… um amor estas duas irmãs.
Carla |
Estudam em escolas diferentes o que tem duas vantagens. Ambas vencem as corridas na sua escola e os estabelecimentos vivem em paz!
Ana |
Carla Faria, venceu o troféu de melhor atleta do ano, na Gala das Amadoras, vive (como a sua irmã) na Apúlia, estuda na Póvoa de Varzim e treina no Porto… Que escola frequentas?
Carla - A escola Secundária Rosa Peixoto, na Póvoa de Varzim, no curso de Ciências e Tecnologia no décimo segundo ano.
Que idade tens?
Dezassete anos.
Em que clube começaram?
Carla – Comecei no CDC Navais da Póvoa de Varzim. E estive lá cerca de três anos. Estou no Boavista, há dois anos.
Ana – Eu igualmente no Navais.
Carla, que especialidade praticas?
Carla – Faço pista e provas de estrada e corta-mato.
Ana Faria, é a mais jovem e interventiva.
Em que escola estudas?
Na escola da Apúlia e ando no nono ano e tenho catorze anos.
Com o treinador |
Sei que ambas conquistaram a corrida de corta mato do desporto escolar da vossa escola. Como correram as provas?
Ana - Correu normal e não foi muito difícil vencer.
Carla – Correu normal, dado o treino que tenho feito no Boavista, senti que tinha obrigação de vencer.
Como nasceu o gosto pelo atletismo?
Ana – As minhas amigas andavam no atletismo no CDC Navais e eu fui experimentar e gostei do que senti.
Há quantos anos corres?
Ana - Para aí há três anos, por isso, comecei com onze anos. Depois estar lá, levei a minha irmã.
Espera aí um pouco. Tu és a mais nova e tu é que começas primeiro e é que levas a tua irmã? Não deveria ter sido ao contrário?
Ana - Pois deveria mas se não sou eu a fazer qualquer coisa, ela, nada faz.
E tu, Carla. Como nasceu o gosto pelo atletismo?
Carla – Foi na escola e no desporto escolar. Experimentei, vi que tinha possibilidades e continuei.
Como se dá a passagem para o Boavista?
Carla – Vim para o Boavista a convite do Baltazar e sinto-me bem. Tenho grande orgulho de ter a oportunidade de vestir uma camisola tão importante. E não fazia qualquer sentido continuar a representar um clube e a ser treinada por um treinador de outro clube.
Ana – Fui convidado pelo Baltazar. Porque o meu clube não queria saber de mim…
Carla – Não digas isso… não podes falar assim…
Ana – Posso pois. É verdade! O meu clube não me dava apoio e nem tinha treinador sequer. Sentia falta de apoio e como acredito, que posso fazer algo de bom na modalidade tive que trocar. Aqui, tenho tudo o que preciso e sempre desejei. Isto é verdade, por isso digo, sem querer ofender ninguém, claro.
A pergunta é simultânea e comum. Que sentiram quando vestiram a primeira vez a camisola do Boavista?
Ana – Senti enorme orgulho por ter no corpo uma camisola de clube histórico e senti uma vaidade pessoal de a ter vestida. Na primeira prova que foi o Corta-mato jovem, terminei em quinto lugar, o que considero um lugar muito bom, que irei recordar como a primeira prova de xadrez.
Carla – Como já disse, tenho muito prazer de representar o Boavista e confesso que muito dificilmente acreditava em tal.
Como te veem agora na Escola?
Ana – Com os mesmos olhos eu que estou mais vaidosa (ahahahah).
Qual a especialidade que mais gostas no atletismo?
Ana - Estou a começar em provas oficiais e por isso, ainda nem sei bem, mas penso que vou gostar mais de provas de estrada que as de pista. Eu, no Nabais nunca ia às provas de atletismo, porque andava no ciclismo…
Ciclismo?
Ana – Sim, eu faço tudo o que seja desporto. No ciclismo tive vários pódios conquistados, mas para vir para o atletismo desisti da bicicleta.
A nível de treino. Concordais com os métodos do Baltazar, ou quando ele fica para trás… apeteciam esganar o treinador?
Ana – ahaha Não ele é que sabe o que fazer nos treinos, por isso, pode estar descansado.
Há provas já programadas, a curto prazo?
Ana – O treinador é que as escolhe, assim ele é que sabe responder.
Carla, como é a vida de jovem que estuda e treina longe?
Moro, na Apúlia, vou de autocarro para a escola da Póvoa e de lá venho de metro para o Bessa. Há dias que treino lá e não preciso vir ao Porto.
Quantos treinos, fazem por semana?
Treinamos todos os dias .
O que quereis ser “quando forem grandes”?
Ana – Primeiro, quero ser Campeã Nacional e depois continuar a trabalhar para ver se consigo atingir mais obejctivos.
Carla, há quem aposte em ti, como grande atleta de futuro. Sentes responsabilidades por essa aposta?
Eu não penso em termos de futuro. Tenho objectivos traçados para esta época. Se os concretizar, marco e determino mais para a próxima época e vou tentar sempre a evolução pessoal. Depois verei o resultado a que configurei chegar no tal futuro.
Venceste o troféu para a atleta do ano na Gala. O que sentiste?
Carla – É sempre bom, ser reconhecido a dedicação que apresentamos e o trabalho que produzimos, ainda, para mais, numa Gala tão representativa deste clube.
Sei que faltaste a uma prova no Funchal que seria o teu batismo de viajar de avião, preferindo estar na Gala. Porquê?
Porque acho, que para ir ao Funchal terei mais oportunidades na vida, andar de avião alguma vez será a primeira vez e estar na primeira Gala das Amadoras do Boavista, nunca mais teria a oportunidade. Optei muito bem. Porque esta Gala está muito bem organizada.
Ana – Fez bem. Eu também gostei muito de estar aqui nesta linda festa, convivendo com este pessoal todo, que nem sabia que eram tantos. Gostei da Gala. Parabéns.
A nível de títulos o que conquistaste?
Carla – Alguns pódios. Tenho títulos a nível regional em pista e corta-mato no meu escalão e luto para ser das melhores a nível nacional.
Ana – Para já tenho os títulos do andante (aahahah)para o metro (aahahah)
Porque gostam mais de corta-mato que de pista?
Carla – Não vou dizer que no corta-mato não há táctica, porque há, mas na pista tudo é mais repetitivo e no corta-mato é tudo mais livre. Satura menos, há sempre percursos diferentes, há subidas, descidas, o nível de piso é diferente etc…
Gostando de corta-mato, significa que sois mulheres longe da monotonia?
Ana – Eu não sou monótona mas ela é!
Entrevista de
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