sábado, 27 de fevereiro de 2010

ANDEBOL, DOIS JUNIORES EM SINTONIA

ACREDITAMOS NA SUBIDA

Entrevistamos em simultaneo dois atletas dos Juniores do Andebol. Um mostrou-se mais introvertido, falando pouco, o outro esplanou as suas ideias ao pormenor.
No conjunto mostram coincidência no seu ponto de vista sobre várias questões, estando ambos apostados na subida ao escalão máximo da categoria.

Manuel Pedro, ex-ginasta do Boavista deixou os ginásios para passar aos pavilhões, sempre de xadrez, o que muito o orgulha. Armando Costa, mostrou-se convicto da subida de divisão, acreditando no trabalho que estão a realizar.

Amadoras - Nome e idade?
MP - Manuel Pedro Santos Silva, tenho 19 anos
AC - Armando Costa tenho 20 anos.

AM - Há quantos anos estais no Boavista?
MP -A jogar andebol, esta é a minha sétima época no Boavista. Mas sou atleta do clube desde os 6 anos de idade, pois antes de ir para o andebol pratiquei ginástica de alta competição.
AC - Estou no Clube há 5 anos

AM - Como se decidiram jogar Andebol? Foi influência de quem?
MP - Escolhi o andebol porque tinha um horário semanal de treinos menos exigente do que a ginástica e, para além disso, oferecia as vantagens de ser um desporto colectivo. Permitiu-me ainda continuar no Boavista, o que me deu grande satisfação.
AC - Comecei a jogar no Desporto Escolar por diversão, no Grande Colegio Universal. O tempo foi passando, comecei a gostar cada vez mais até que me dediquei à seria ao andebol.

AM - Os juniores apostam na subida de divisão. Acham uma aposta arrojada ou normal?
MP - A aposta dos juniores na subida de divisão é uma aposta perfeitamente normal, tendo em conta a qualidade da equipa. É um objectivo que nos escapou nos últimos dois anos e portanto uma parte do trabalho táctico já vem do passado, o que facilita as rotinas da equipa.
Este ano, com toda a experiência que já temos nesta divisão vai ser mais fácil gerir o rendimento da equipa e alcançar o objectivo proposto que é não só subir de divisão como sermos campeões nacionais.
AC - Normal. Temos uma das melhores equipas a nivel nacional. Por isso, só temos de pensar nesse objectivo.

AM - Depois de conhecerem os adversários, quais serão os maiores obstáculos?
MP - Do meu ponto de vista, os adversários directos são o Fafe e o ISMAI.
O Fafe tem uma equipa sólida com um bom núcleo de atletas que já jogam juntos há muito tempo. É uma equipa especialmente forte quando joga em casa.
O ISMAI é uma equipa relativamente recente, com jogadores oriundos de outros clubes, mas que possuem muita qualidade.
No entanto, acho que o Boavista é a equipa mais experiente e completa desta fase, até porque conseguimos manter uma elevada qualidade de jogo utilizando quase todo o plantel, o que mais nenhuma equipa consegue.
AC - Fafe e Ismai. Claramente as equipas que nos poderão fazer frente.

AM - Na primeira fase, tiveram duas derrotas com o Espinho e agora golearam. O que mudou?
MP - Não há dois jogos iguais. O Espinho ficou de facto à nossa frente na 1ª Fase, mas isso nunca foi revelador de diferenças de qualidade significativas. Este último jogo é que era de facto importante, uma final quase.
Estivemos claramente à altura, quer o Treinador na leitura do adversário, quer a equipa na abordagem que fez do jogo. É certo que o Espinho não pode contar com um importante jogador, mas nós também tínhamos um atleta castigado. Quem viu o jogo percebeu que o Boavista foi muito mais forte e unido durante os 60 minutos e que a vitória foi justificadamente folgada.
AC - Mudou sobretudo a necessidade de termos de ganhar. Enquanto que na primeira fase sabiamos que a margem de erro era maior, nesta fase já não. Todos os jogos são autenticas finais. Encaramos esse jogo como uma final e dai o resultado desnivelado.


AM - Consideram o jogo de Andebol, um jogo duro ou nem por isso?
MP - O andebol é de facto um jogo duro, de intenso contacto físico e que exige grande concentração. No entanto, acho que é, acima de tudo, um desporto muito leal. Ou seja, os limites de dureza estão bastante bem definidos e todos os contactos que ultrapassem esses limites são punidos.
Muitas vezes confunde-se um desporto duro e exigente fisicamente com um desporto violento. No andebol, não há qualquer violência e, apesar dos contactos permanentes, é um jogo bastante limpo e leal.
AC - Nem por isso. Há o contacto normal, de vez em quando há umas picardias mas nada de mais.

AM - Qual a posição em que jogam?
MP - Sou ponta-direita.
AC - Lateral esquerdo/ direito

AM - A filosofia dos juniores é muito competitiva. Isso deve-se ao treinador que têm ou está no Vosso sangue desde os infantis?
MP - A garra e a competitividade são uma imagem de marca do Boavista e, como tal, essa filosofia foi-nos incutida desde os Infantis. Note-se que muito de nós já jogamos juntos há 5, 6 e 7 anos e, por isso, somos bastante unidos e connosco a equipa vem sempre em primeiro lugar. Aliás, o único jogador que veio de novo esta época, o João Costa, integrou-se rapidamente no grupo.
É claro que o Treinador também tem um papel fundamental nos níveis de motivação e entrega da equipa e, aí, o Franclim tem estado claramente à altura. Não só tem uma excelente relação com a equipa, como conhece minuciosamente todos os atletas e sabe como motivá-los e pô-los a render em campo. A competitividade dos juniores vem de tudo isto e também, obviamente, da enorme vontade de vencer e ganhar títulos para o Boavista.
AC - As equipas são moldadas à maneira do treinador. E nós não somos diferentes. Aquilo que nós mostramos dentro de campo em muito se deve ao espirito do que o treinador implementa.

AM - Acreditam na subida?
MP - Acredito na subida. Se repetirmos os resultados desta primeira volta, a subida à fase nacional fica quase garantida. Depois, há um playoff de quatro equipas, em que cada jogo é uma autêntica final e onde, se a nossa qualidade e espírito de sacrifício vierem ao de cima, temos boas hipóteses de ficar nos dois primeiros lugares.
AC - Acredito.

AM - Até aqui tiveram um empate, uma derrota tangencial, uma vitória igualmente tangencial. Poderiam ter vencido esses jogos?
MP - Nesta fase, quase todos os jogos são equilibrados e quando isso acontece as vitórias e as derrotas decidem-se nos últimos segundos do jogo. Foi o que aconteceu em Fafe, onde sofremos um golo de livre de sete metros no último segundo e, no último Domingo frente ao ISMAI, onde empatamos devido à mesma situação. Penso que podíamos ter ganho qualquer um dos dois jogos, pois o que está em causa, no último minuto da segunda parte, não é tanto a parte física, mas a mental. É preciso grande concentração, serenidade e frieza.
É necessário contrariar a grande pressão que todos sentimos para tomar decisões rápidas e de cabeça quente. Na segunda volta, vamos estar muito mais atentos a essas situações e saberemos como ultrapassá-las.
AC - Sim. Os jogos em que nós perdemos e empatamos tivemos um factor extra que infelizmente já estamos habituados a ter. Os arbitros têm prejudicado muito a nossa equipa, mas nós temos de ser superiores. Mas acredito que também poderiamos ter feito mais, para ter conseguido vencer esses dois jogos.

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