domingo, 7 de dezembro de 2014

ENTREVISTA COM TIAGO RODRIGUES PUGILISTA DO BOAVISTA


Tiago Rodrigues, pratica Boxe há oito anos e é um dos pesos-pesados do Pugilismo do Boavista. Em pleno treino para mais um combate, contou-nos um pouco de si.
Há quantos anos pratica boxe?
Iniciei-me há oito anos. O meu primeiro clube foi o Água Viva e posteriormente, passei para o Boavista, à cerca de dois anos.
Qual a sua categoria?
Sou, mais que 91.

Então é mesmo dos fortes…
Sou! (rindo-se)

Individualmente, como está decorrer a época?
Fui Vice-campeão Nacional e Campeão Regional. Considero estes resultados bons, porque joguei sempre um pouco condicionado.

Que as razões o condicionaram?
Quando ingressei no Boavista, sofri duas lesões bastante graves, uma num braço e outra numa perna, com uma ruptura de ligamentos e só agora, estou a atingir a minha forma, porque considero que felizmente, o pior já passou. Sinto-me a cem por cento, ou perto disso.

Há pouco, reparei que o seu treinador, Carlos Caldas, lhe chamava a atenção para se poupar. Está a preparar-se para algum combate?
Sim, vou combater na Gala da União da Sé e o senhor Caldas, está sempre a tento ao meu entusiasmo, para que eu não me exceda e me prejudique, mas, sabe como é, um atleta quer estar sempre no máximo.

Colectivamente. Fez parte da equipa do Boavista que conquistou o Campeonato Nacional?
Fiz sim. Colaborei na conquista de mais um título Nacional colectivo para o nosso clube, com muita honra minha.

Objectivos pessoais, para o futuro?
Quero lutar até aos quarenta anos e ser Campeão Nacional e Campeão Nacional da Taça de Portugal, isto no meu último ano de competição.

Quer sair por cima?
Exactamente, quero ficar com esses títulos.

Está completamente integrado no Boavista?
Completamente integrado e muito feliz. É uma grande família muito bem dirigida pelo nosso treinador, o Senhor Caldas. Para além de um excelente treinador, é um bom psicólogo, que nos trata bem e nos acompanha individualmente, com os seus conhecimentos. Acompanha cada atleta tendo em conta as suas características e personalidade. Todos juntos conseguimos resultados para bem do nome do Boavista.

As condições, que possuem no Boavista, como as classificam?
Tendo em conta a conjuntura actual, não se pode exigir mais, para além de serem muito boas. Depois o senhor Caldas prepara-nos individualmente, trazendo diversos treinadores (até estrangeiros) para melhorarem as nossas técnicas e conhecimentos e abrirem-nos outras perspectivas de combate.

A pergunta que coloco a todos, é a seguinte. Como se ganha o gosto de entrar no mundo do boxe? Amado por uns e odiado por outros?
O Boxe, no contexto desportivo, é dos desportos mais bonitos e leias que existe! O problema é quando as pessoas olham ou utilizam o boxe para outros fins. Para afirmação pessoal, para na vida civil se aproveitarem dos conhecimentos adquiridos no boxe, para determinados objectivos, até de foro profissional, extra actividade. No entanto, tirando esses casos o Boxe é um desporto completo e muito bonito. Considero que existe na sua prática muito mais lealdade, que, por exemplo, no Rugby ou mesmo no futebol!

Mas concorda que pessoas, como eu, deixem dúvidas baseadas nessas utilizações extras?

Claro que entendo. As situações que descrevi, acabam por criar nas pessoas que estão fora do contexto, um estigma contra o Boxe. Temos que mostrar a diferença e trabalhar por título e pelo bom nome da modalidade que escolhemos e adoramos.

ENTREVISTA COM O DIRECTOR/TREINADOR DO JUDO, PEDRO PINHEIRO

Pedro Pinheiro, é o responsável pelo Judo do Boavista. Dedicado a tempo inteiro à modalidade no Clube, tem um projecto de engrandecimento do Judo axadrezado, que culmina com a participação de atleta do Boavista Futebol Clube nas olimpíadas de 2020.

Conheça mais pormenores nesta entrevista exclusiva.
Comecemos por fazer uma apresentação pessoal, há quantos anos está ao serviço do Boavista?
Estou no Boavista desde dois mil e doze, por isso, estamos a entrar no terceiro ano do projecto.
Sendo um homem do judo, vamos falar um pouco de Pedro Pinheiro. 
Quando começou a praticar a modalidade?
Comecei a praticar judo em mil novecentos e oitenta e quatro e sou treinador, com diploma do curso da federação desde mil novecentos e oitenta e seis. Sou treinador de competição desde dois mil e um.

Como se encontra o Judo do Boavista?
Está muito bem, suplantado as espectativas que tínhamos inicialmente, está a crescer em número de atletas mas essencialmente a nível de resultados que estão a ser muito bons.
Sabe dizer quantos atletas temos neste momento?
Temos cerca de sessenta atletas.
Sendo um número muito satisfatório, podemos atingir que número de atletas?
Com as instalações que temos ao nosso dispor, podemos ter cerca de cento e vinte.
Os atletas dividem-se por classes?
Sim, dividimos os atletas por quatro classes. Uma dos mais pequenos dos quatro aos seis anos, outra dos sete aos nove e depois dos dez aos treze. Para além destas classes, temos os atletas de competição. Nós, no Judo, temos divisões diferentes de outras modalidades e assim, os atletas de competição, com idades a partir dos catorze anos treinam todos em conjunto. Os atletas de mais-valia, acabam por treinar mais, que os tempos normais, que são insuficientes, treinando todos os cincos dias, com uma carga de treinos até cerca de dez horas.

Com essa entrega, está exclusivamente ao serviço do Boavista?
É verdade. Somente dou uma aula por semana fora do clube, nos resto, estou sempre no Boavista.
Que resultados têm conquistado?
Este ano, tivemos os melhores resultados de sempre – gostaria de repetir – de sempre! a nível da zona norte do país, tirando o escalão de seniores, porque ainda não temos atletas seniores para competir.
No campeonato Nacional de juniores, conseguimos a melhor participação de sempre, ao obtermos três medalhados, feito que nunca nenhum clube da zona norte tinha conseguido. No escalão de juvenis, fomos os segundos classificados, ficando atrás as melhor escola de Judo de Portugal, a escola Nuno Delgado, conseguindo dois medalhados, sendo o Boavista o segundo Clube com mais medalhas.
A nível internacional, tivemos o atleta Alexandre Silva, a participar nos campeonatos Europeu e Mundial.

Segundo sei, essa participação é um facto enorme. Quer especificar?
Há pelo menos vinte e um anos, que nenhum atleta de um clube da zona norte (Coimbra para cima) estava presente em tal competição a este nível. Considero o feito do Alexandre Silva, enorme mesmo. Em nenhum escalão desde 1993 esteve presente qualquer atleta do norte!
O protocolo que existe entre o Boavista e a escola Fonte Pereira de Melo, é mais útil para quem ou está em partes iguais?
Neste momento, e porque é um protocolo recente, talvez seja mais favorável à Fontes, porque estamos a falar essencialmente de Desporto escolar, no futuro o Boavista virá a tirar os seus proveitos desse protocolo, que no entanto, não foi realizado para beneficiar nenhuma das partes em especial, mas essencialmente o atleta e aluno.
Falamos do desporto escolar. Muitos consideram-no “um bicho-de-sete-cabeças” e conheço até dirigentes federativos que têm medo dele. Qual a sua opinião sobre este tema?
Antes da lhe dará minha visão sobre o desporto escolar, deixe-me voltar atrás, para referir que neste momento, temos uma atleta em comum com a Fontes. Trata-se do Mirco Cabral que compete no desporto escolar pela Fontes e oficialmente pelo Boavista, com enorme progressão e a quem auguro um grande futuro no judo nacional e não só. Ganhou, este ano, medalhas em torneios, foi campeão da zona norte em seniores.

Voltemos ao desporto escolar…
Sobre isso tenho que lhe dizer; ninguém vai à procura do que desconhece! Se houvesse Judo em todas as escolas, o Boavista em vez de ter sessenta atletas neste momento, teria cento e vinte, ou cento e oitenta ou mesmo duzentos… mas ninguém procura o que desconhece, todos procuram o que conhecem. O desporto escolar é fundamental na divulgação das modalidades e captação de jovens para o desporto.
Mas muitos acusam-nos de ser uma base de problemas…
Tem problemas? Claro que tem. Mas são problemas do país. Não específicos do desporto escolar. Um dos problemas, quanto a mim, é não termos ainda definido o queremos do desporto em geral. Gastamos dinheiro no desporto escolar, gastamos no desporto federado e ainda subsidiamos o desporto privado. Resumindo o estado gasta dinheiro em três vertentes do desporto e nunca mais se define/decide por um programa desportivo global.

Não haverá um conflito de interesses entre escolas e clubes?
Eu vou referir-me ao Judo, deixando as outras modalidade. Na minha opinião, o Judo até aos 14 anos deveria ser feito todo, no âmbito do desporto escolar. Só que neste caso, os clubes teriam que ser ressarcidos quando os atletas passassem pra os clubes, porque todo o financiamento actual dos clubes é feito pelas mensalidades que os atletas de formação pagam. Todos sabemos que os atletas de competição dão prejuízo aos clubes. Teríamos que conseguir os ajustamentos necessários, mas já viu qual seria o crescimento do Judo se fosse trabalhado desde as escolas num sistema de massificação? É preciso repensar todas as situações.
Acredita nesse projecto para o futuro?
Eu acredito ser esta a solução, que outros países aplicaram e resultou. A que assisto agora? Assisto que as escolas – não a Fontes Pereira de Melo – desvaloriza o desporto quando retira a obrigatoriedade das médias da educação física, no décimo primeiro ano. Quando deixa de ser obrigatório a prática de educação física até ao nono ano, o que para mim é uma anormalidade. O desporto escolar, é uma coisa que umas escolas têm outras não. Enquanto estas coisas não se alterarem, vamos continuar a obter resultados que passam mais por a vontade e carolice de dois ou três que da decisão oficial do país.

O desporto é importante para a formação de um cidadão?
Mais que importante, o desporto sempre fez parte da formação de um bom cidadão.
Voltemos ao Boavista. A nível de instalações, com considera estar o Boavista?
Está muito bem! Temos uma sala das melhores que conheço a nível de clubes, a melhor de zona norte. No momento, estamos a sentir a necessidade de termos uma sala de musculação melhorada, porque cada vez aumenta mais o número de atletas de competição que precisam de trabalhar mais fortemente a componente física. Actualmente as instalações estão perfeitamente adequadas ao que realizamos. Talvez daqui a quatro anos não estejam e eu não diga o mesmo, mas isso será bom sinal…
Falou no início de um projecto. Qual é então o seu projecto para o Judo do Clube?
Desde que cheguei e me apercebi das condições que me ofereceram, o meu projecto em que aposto seriamente passa por levar atletas do Boavista aos jogos Olímpicos. Neste momento, pode parecer ser um sonho, mas não é! Estamos a desenvolver um trabalho direccionado nesse sentido, que nos leva a crer que teremos um atleta do Boavista, nos Jogos Olímpicos de 2020. Sabemos que temos que trabalhar muito para tornar esta ambição em realidade. Neste momento, não é um sonho. É uma ambição, é uma meta!
Quando chegou quantos atletas tinha?
Cerca de quarenta e cinco.
Enão está em progresso?
Claramente e para não estagnar, trabalhamos muito, num trabalho difícil, mas alicerçado. Como digo aos meus atletas, é difícil…mas eu gosto de coisas difíceis.

Como se conseguem angariar novos atletas?
Acima de tudo com o bom trabalho. As crianças que têm entrado, têm-no feito por indicações dos pais das crianças que já cá andam. Há também outros atletas que regressam com os pais de pois de um período de emigração, vinde de diversos países em que o Judo é modalidade popular. Esses entram no clube, porque existe no judo nortenho a referência de qualidade que é o Boavista.
Pode afirmar-se que o Boavista é o melhor clube do Norte’
Sim, pode afirmar isso. Temos um exemplo. Um atleta de nacionalidade francesa. com idade de júnior, que participou no campeonato nacional de Judo Francês, que é muito difícil, depois de chegar ao nosso país, procurou vários clubes e depois de muito ter analisado veio para o Boavista, dizendo que é o clube com melhores condições que encontrou.
Outra forma de divulgação é a publicidade que vãos fazendo a nível de panfletos ou informação na net.
Quando me fala que os filhos dos emigrantes quando regressam procuram praticar a modalidade, isso, por si, demonstra a forma como o Judo é praticado e incentivado no estrangeiro?
Claramente e é uma diferença brutal até a nível de preços que são norma pagar pela aprendizagem. Por exemplo, em França paga-se muito menos que em Portugal, porque aqui o clube tem que pagar tudo, e tem que ser através das mensalidades dos alunos que se cobrem todas as despesas, enquanto nesses países, os clubes são subsidiados.
A diferença de políticas que já nos referimos?
Que resulta neste pormenor… em França há seiscentos mil atelas a praticar Judo.
Homens como o Pedro, nunca deixarão de apostar no progresso da modalidade?

Nunca! Pode crer.

Entrevista de

Manuel Pina

ENTREVISTA COM BALTASAR SOUSA, DIRECTOR DO ATLETISMO


Baltasar Sousa, foi um dos responsáveis do regresso do Atletismo ao Boavista. Antigo atleta do Clube, é actualmente o director do departamento e ainda atleta activo. Para conhecer melhor este regresso da modalidade, fomos ouvir o seu director, que nos surpreendeu quando registou, que desde Julho até ao presente o Boavista, tem já mais de seis dezenas de atletas.

Vamos começar, por conhecer melhor, Baltazar Sousa. Como atleta quantos e quais os clubes que representou?
Os mais conhecidos, SLBenfica, SC Salgueiros, Os Belenenses, Varzim SC, Inter

Profissionalmente qual é a sua actividade e que idade tem?
Sou profissional de seguros e conto com 45 primaveras

Alguma vez representou o Boavista?
Representei o Boavista FC, logo no início da minha carreiraera então menino, tinha 13 anos e estive até aos 16, ou seja, iniciei em 1983, o ano que se iniciava também o atletismo no clube. Fui campeão regional de iniciados nas provas de pista 800 e 1500 metros, fiz a melhor marca do anos nos 1500 m.
Sendo ainda iniciado, também fui Campeonato Regional de Juvenis nos 1500 e fui 2º nos 800 metros. Fui ainda, vice Campeão regional de corta matoeu e a Albertina Dias, fomos os primeiros atletas da secção a alcançar os primeiros títulos do clube (isto tem passado ao lado da história). Entretanto voltei ao clube entre 1991 a 1993, tendo alcançado outros títulos colectivos.


Neste momento pratica a modalidade mesmo num escalão menos competitivo, ou terminou a suas provas?
Apesar de pertencer ao escalão de veteranos, ainda compito a nível sénior, provas regionais, nacionais e internacionais.

Como nasceu este projecto que fez regressar o atletismo ao Boavista? Quem foram as pessoas responsáveis pela iniciativa?
Muito simples, o saudosismo e a paixão, aliando ainda o sentimento de tristeza pelo que aconteceu ao nosso clube. Deparava-me algumas vezes com alguns corredores, estes corriam com a camisola do futebol do Boavista, até que, na Corrida Marginal à Noite em Esposende, interpelei o Diogo Barros(agora colaborador da secção), dizendo-lhe que o Boavista já tinha sido um grande clube em atletismo.  Ele, nem sabia nada na nossa história, entretanto, prontificou-se a contactar com a direcção das actividades amadores, após uma reunião com o Vice-presidente, Eng. António Marques, expusemos o nosso prepósito e partir daí tudo foi fácil.

Verifica-se com alguma surpresa, a “velocidade” como conseguiu formar uma equipa tão vasta e promissora. Como conseguiu esse dinamismo?
No meu imaginário “surrealizava” (não sei onde ouvi isto), uma grande onda axadrezada, a maior do país. Fui divulgando que o Boavista não fazia distinção entre categoria de atletas,  o requisito no "palmarés" apenas a paixão pelo atletismo e o carinho pelo clube. Os contatos foram surgindo...

Os atletas, que convidam aceitam facilmente ou colocam ressalvas para se inscreverem pelo Clube?
Não existem ressalvas. De todos surgiu sempre o carinho e o orgulho por representarem um clube tão simpático e tão grandioso, acredito que também existe o espirito solidário para com o clube.


Quantos atletas, tem neste momento o Boavista?
Contamos com cerca de setenta atletas.

Que apoios, tem para a secção? Algum patrocinador exclusivo para o atletismo?
Todos os atletas pagam um valor de inscrição, sendo esta a primeira ajuda, surgiu pequeno um apoio financeiro da Aricar Rent a Car, que também já nos ajudou com a cedência de transporte para uma prova, apesar dos diversos conctatos com empresas nada mais foi concretizado,

Quais as provas em que irão apostar?
Estrada, Corta Mato - Campeonatos Regionais e Nacionais, Pista  - Camp. Reg. e Nacionais.

O Boavista irá participar em algum campeonato colectivamente, ou apostará essencialmente no aspecto individual?
Iremos participar em termos colectivos (já aconteceu - fomos segundos  no Campeonato  regional dos oito, em corta mato) e apostaremos também individualmente nos escalões mais jovens e em Masters

Quais os objectivos tem para o atletismo axadrezado, a médio e longo prazo?


Tudo dependerá do apoio que possa surgir, caso contrário teremos que continuar a inventar...