domingo, 27 de dezembro de 2015

RUI FARIA, FALA DO MUNDIAL DE KICBOXING

Rui Faria, foi um dos atletas de Kickboxing do Boavista que representou as cores da seleção Nacional no campeonato mundial da modalidade na Sérvia. Vamos conhecer um pouco melhor  este campeão, Boavisteiro de sete costados

Há quanto tempo praticas Kickboxing?

Há cerca de três anos, mal abriu a Academia do Boavista, inscrevi-me.

Subentendo,  que começaste a prática no Boavista. Confirmas?

Exacto. Nunca pratiquei a modalidade noutro clube.

O que te levou a apostar no Kicboxing?

Em principio, foi simples curiosidade, via a modalidade em programas de televisão. Ganhei interesse e vim experimentar e nunca mais abandonei.

De corpo inteiro no Kickboxing?

A cem por cento, como no Boavista, claro.

Com apenas três anos de modalidade, és convocado para um campeonato do mundo. Evoluíste assim tanto, ou foi uma surpresa para ti?

Tem corrido bem. Eu dedico-me a cem por cento e as coisas têm corrido bem. Quanto à convocatória, isso ficou a dever-se de me ter sagrado Campeão Nacional.

O que dizes, sobres a modalidade?

É uma modalidade que todos deveriam experimentar, porque é uma modalidade muito interessante. Devemos acabar com o mito que é modalidade de “porrada” e agressividade. O Kickboxing, ajuda a perder peso, faz trabalhar todo o corpo e por isso acessível a todos. Temos, aqui, como pode ver, muitas raparigas que não andam cá com o objectivo de competir mas apenas para manter a agilidade e perder peso.

Quais os obejctivos pessoais, na modalidade?

A nível nacional, renovar o meu título nacional e continuar a evoluir, apostando no futuro.

Falemos do Mundial. Como te sentiste naquela realidade competitiva?

Foi uma experiencia incrível com uma exigência enorme. É outro mundo, completamente diferente do nosso, com atletas que devem treinar muito mais que o fazemos actualmente e por isso, são adversários poderosíssimos e muitos são profissionais.

Queres regressar a esse mundo?

Claro e por isso vou apostar na evolução contínua.

Com esta dedicação, já trouxeste alguns amigos para o Kicboxing do Boavista?


Já convidei alguns e alguns desses, estão cá.

TIAGO PEREIRA, CAMPEÃO DE KICBOXING

Tiago Pereira, sagrou-se este fim-de-semana, campeão Nacional de Kickboxing na sua categoria, título que junta a outros anteriormente conquistados.
Para conhecer melhor este atleta, que representou a Seleção Nacional no último campeonato Mundial da modalidade, realizamos uma pequena entrevista.

Quando e onde iniciaste a tua carreira no Kickboxing?

Há cerca de dois anos e meio e no Boavista.

Como surgiu a ideia de entrares para esta modalidade?

O meu gosto, por Artes Marciais, já vem desde pequeno. Já pratiquei Taekwondo, depois passei para o Boxe, na Academia do Boavista e finalmente, passei para a Academia do Boavista de Kickboxing.

E agora ficas definitivamente nesta modalidade ou vais experimentar outra?

Devo parar por esta e dedicar todo o meu tempo livre.

Foste um dos selecionados para representar Portugal no campeonato do Mundo. Já tinhas estado nos trabalhos da seleção?

Não. Esta convocatória foi a primeira.

Como aconteceu, logo pra uma prova tão importante?

Confesso que não estava à espera da convocatória. Sou atleta federado há pouco mais de dois anos e foi uma surpresa mesmo para mim, mas foi uma grande honra poder representar o nosso país e assim, juntar o nome do Boavista a essa representação.

Qual foi a classificação no mundial?

Fiquei nos quartos de final, sendo assim o oitavo classificado no mundial. Agora vou trabalhar para evoluir porque o nível “lá fora” é muito superior e exigente.

São muitas as diferenças?

É um mundo completamente diferente. Nós aqui estamos habituados a um nível mais baixo. Lá as coisas são muito mais exigentes, mais trabalhadas, que temos que aplicar aqui. Mas a nível geral gostei de ter estado lá e conhecer esta realidade e claro, gostei de ter representado Portugal, numa competição em que estiveram presentes, alguns atletas profissionais.

Quantos anos, precisamos em Portugal, para atingir um patamar idêntico?

Depende muito da força de cada um atleta, da sua motivação e da sua aplicação. A nível de tempo, não sei prever, depende sempre muito da determinação de cada um, mas acho perfeitamente possível atingir o mesmo patamar que eles apresentaram.

Quais os objectivos pessoais, na modalidade?

Quero chegar o mais longe possível na modalidade. Treino sempre com grande empenho e rigor, dou sempre o meu melhor e em cada treino tento sempre evoluir, mais que no treino anterior.

Sagraste-te Campeão Nacional em Faro. Esse título vem e encontro à tua aposta?

Exactamente. Este título, foi a prova que tenho vindo a trabalhar bem e foi com orgulho que o conquistei para mim e para o Boavista Futebol Clube.

Esperas nova convocação para a seleção?

Sim, agora espero.



FERNANDO SOBREIRO - O FISIOTERAPEUTA DAS AMADORAS

No apoio médico às modalidades Amadoras, existe um homem, por quem todos passam a caminho da sua recuperação física. Falamos de Fernando Sobreiro, o fisioterapeuta das amadoras. 

Há quantos anos está no Boavista, como fisioterapeuta?

Entrei no Boavista, em mil novecentas e oitenta e três, quando o falecido Doutor Acácio Lelo, foi solicitar os meus serviços ao hospital de Santo António.

Mas pelo que sabemos,e esteve (quase) a ingressar num outro clube. Confirma?

Confirmo. Anteriormente, tinha sido, contactado pelo Doutor Domingos Gomes, para o acompanhar no Futebol Clube do Porto. Fiquei claramente, orgulhoso pelo convite, mas recusei.

Por que razão?

Porque, essencialmente, não podia perder as condições, que  usufruía no hospital. Por outro lado, o Doutor Acácio Lelo, proporcionou-me condições equivalentes e acabei por fazer aquilo que sempre desejei, que era entrar na fisioterapia da área desportiva. E assim, ingressei no Boavista a trabalhar com o futebol profissional do Clube.

Mas anteriormente, já estava ligado ao desporto?

Após o meu regresso da Guiné, em setenta e quatro, estive a colaborar com o clube da terra onde nasci e aproveitei esse convite para me iniciar na área desportiva.

Qual foi o seu primeiro clube?

Comecei com a equipa de basquetebol do Leça Futebol Clube.

Teve outros clubes?

Não tive mais nenhum clube. Do Leça vim para o Boavista. Entretanto, tinha concluído o curso de fisioterapia desportiva, através do Instituto de Medicina desportiva.

Vamos falar um pouco dos primeiros tempos de xadrez. Com quem começou a trabalhar?

Comecei no futebol profissional com o Doutor Acácio Lelo, onde estive até mil novecentos e noventa. Depois, tive um pequeno um conflito com a equipa médica, mais propriamente com o Doutor Vieira Braga.

Quer aprofundar o tema?

Sem problema algum. Tudo se resumiu a que foram prestadas declarações erradas sobre uma atleta nossa, a Albertina Dias e com o seu treinador, que era simultaneamente o marido, o Senhor Belarmino. Como foram prestadas informações erradas sobre o meu comportamento, eu solicitei apo Senhor Major, Valentim Loureiro e ao Senhor Tavares Rijo, na qualidade de Vice-Presidente das Amadoras, uma reunião conjuntamente com o Doutor Vieira Braga, para esclarecer todo o processo e tudo o que foi dito. Tudo, porque  foram proferidas uma série de mentiras e deturpação de factos, que eu queria esclarecer e ser esclarecido, o porquê das afirmações que foram feitas, num programa de televisão com o Ribeiro Cristóvão. Nessa reunião, só estiveram presentes o Senhor Major e o Senhor Tavares Rijo, dado que  as outras pessoas faltaram, tendo comparecido uma pessoa que não era a indicada, e, por esse motivo, recusei-me a apresentar os factos e informei o Senhor Major, que me demitia e que nunca mais tarabalharia no Boavista.

Mas tal não aconteceu. Por que razão, mudou de opinião?

Porque o Senhor Tavares Rijo, me chamou após o final da reunião e baseado na proximidade temporal, da inauguração do pavilhão, apresentou-me uma proposta para eu passar a trabalhar exclusivamente para as amadoras. Aceitei, baseado nos muitos anos a trabalhar no Boavista. Tinha amizade pelas pessoas, amizade ao Clube e pelo gosto, que tinha, pelas condições que o Boavista me estava a proporcionar.

Estávamos em que ano?

Ano de noventa e um. Passei nessa data a tomar conta de toda a actividade de fisioterapia de todas as modalidades amadoras do clube.

Deixe-me colocar uma questão, que considero pertinente. Quando olhamos para uma equipa médica, consideramos que estamos a “ver” um mundo pacífico e parece que não é tanto assim. Concorda com esta visão?

Nem sempre é um mundo pacífico. Quando acontece algo de anormal, nós somos os primeiros a ser responsabilizados, numa primeira vaga de críticas, porque somos nós que estamos junto aos atletas e assim, sofremos o primeiro impacto das lesões que podem acontecer. 
Nessas alturas minimizamos muitas situações que possam acontecer para o atleta e para a sua recuperação, se logo, desde início, soubermos fazer o tratamento adequado. O médico e eu, sofremos a pressão da própria mentalidade que o atleta tem, que é “magoei-me hoje, mas quero estar curado ontem”. Muitas vezes, isto leva a processos de alguma tensão entre as partes interessadas.

Mas nem sempre o atleta colabora…

Sim. Existem atletas, a quem nós dizemos o que tem que fazer e depois vimos a saber que ele fez tudo ao contrário. Muitas vezes, mandamos parar uma semana e eles param um dia ou dois e sentindo-se melhor, regressam á actividade e acabam por estragar todo o processo de recuperação, estragando todo os trabalho que estava a ser feito. Felizmente são poucos a fazer isto. Tenho tratado de vários casos, alguns bem graves, tenho que o dizer, sempre com êxito.

Tem muita actividade, actualmente?

Quando tínhamos o pavilhão, havia fins-de-semana que entrava ao serviço, no sábado às duas da tarde e saía às dez/onze da noite. 
Acho que isso também uma prova demonstrativa do amor que, também, tenho por este clube. Estive sempre disponível, para o que precisassem, acompanhei as modalidades para a Madeira, para os Açores, para onde me solicitassem.

Mas a actualidade é muito diferente desses tempos?

O perder o pavilhão, foi uma coisa péssima que aconteceu na vida do clube. Tudo mudou e para pior. Eu sinto isso! 
Hoje, os atletas andam todos espalhados, uns treinam aqui, outros treinam ali, não há a proximidade que havia, quando todos vinham para o treino e nos concentrávamos no mesmo espaço. Era mais fácil, lidar com eles, controla-los e ter uma intervenção mais rápida e eficaz sobre as lesões, se bem que as máquinas que tenho para a recuperação, são praticamente as mesmas que tinha nessa altura, muito do que aqui se faz, parte do saber e das mãos que tenho. 
Felizmente, tenho conseguido, nos acasos de simples e média gravidade, resolvê-los ao fim de uma/duas semanas, alguns até em quatro dias se têm resolvido.

Há alguma modalidade que lhe dê mais trabalho?

De uma maneira geral, são todas iguais. Umas vezes é o futsal, outras, o andebol e até a ginástica. Mas não há nenhuma que dê mais tarbalho, em particular.
Por exemplo, a ginástica, como as atletas são mais jovens e sofrendo algumas pequenas lesões, os pais procuram-nos para conversar connosco, essa contacto, tranquiliza-os e tudo se torna mais fácil.

Há quanto tempo faz equipa com o Doutor, Pinto de Sousa?

Creio que a partir de noventa e dois que trabalhamos os dois em conjunto.

Falemos das instalações. Sinto que estão um pouco descontentes. Quais as razões?

Quando destruíram o pavilhão, foi-nos prometido que a passagem para aqui, seria uma coisa transitória. As nossas condições, são precárias, não considero que tenha condições para o nosso trabalho, é um local frio com dificuldades no próprio aquecimento que muitas vezes falha, que nos leva a estar um pouco desiludidos com a situação, porque, era considerado uma situação temporária e já passaram cerca de treze anos, antes da inauguração do estádio.

Prevê-se uma alteração de instalações?

As promessas estão feitas, mas promessas… são promessas. O estudo feito determinava que a nossa localização seria no espaço da ginástica, que tem excelentes condições, mas a falta de um elevador, para os doentes que dele necessitem, inviabiliza essa nossa deslocação para esse espaço. 
Em tempos do Rui Gonçalo, como Vice-presidente, ainda se estudou, mais a sério, essa situação, fez-se um projecto de tudo, mas as coisas sofreram alterações e tudo voltou à estaca zero.

Mas isso não lhe retira a dedicação ao clube?

Estou de corpo inteiro sempre. Enquanto, Deus me der vida e saúde estarei aqui, lutando para melhorar. Se calhar, só pensarei em sair para casa, quando tivermos as verdadeiras instalações para o departamento médico. Depois da inauguração dessas instalações, continuarei mais um ano e depois sairei, mas até lá continuarei aqui.

Inaugura-las e entrega-las?

Seria o maior gosto. Inaugurar as instalações médicas das amadoras e ao fim de um ano sair. Não dizer adeus ao Boavista, mas ir descansar um bocadinho, ao fim de todos estes anos.

Estes anos trouxeram-lhe amigos?

Tenho o coração cheio de amizades. Pelo clube e por todas as pessoas que me rodearam estes anos neste clube.

Algum momento mais marcante?

Um... que é inesquecível, quando fui galardoado pela Pantera, que a tenho em casa com muito orgulho e gosto. Tenho-a, exposta em casa e quando os amigos me vistam me perguntam qual é o seu significado. Digo, com vaidade e orgulho, que significa que fui considerado um dos principais elementos do Boavista, para ter direito a ela.

Entrevista de
Manuel Pina

DR PINTO DE SOUSA - O MÉDICO DAS AMADORAS

Iniciamos uma reportagem, sobre o apoio clinico dedicado às modalidades Amadoras, pelo chefe do departamento Clínico, o Doutor Pinto de Sousa.


Há quanto tempo exerce a profissão no Departamento médico do Boavista?

Desde noventa e sete, vai em breve fazer dezoito anos.

Continua a trabalhar com o futebol profissional?

Neste momento somos dois médicos nessa função. O chefe desse departamento profissional, apesar de não fazer jogos, é o Doutor Joaquim Agostinho. Os outros dois médicos sou ee e o doutor José Ramos.

Quantos dias, semanalmente,  está ao dispor das Amadoras?

Só não estou no Bessa, para esse serviço, às quintas-feiras, mas num caso de uma emergência estarei sempre em contacto e pronto a dar a minha colaboração.

Quando há necessidade de intervenção cirúrgica é o Doutor que as realiza?

Não. Em todos os casos, de necessidades de intervenções cirúrgicas é sempre responsabilidade do seguro. Eu, quando tenho suspeitas da necessidade, dessas intervenções, participo ao seguro. Normalmente a companhia aceita a minha opinião, opera e a recuperação é feita por nós.

Realizei uma entrevista mais longa com o fisioterapeuta, Fernando Sobreiro e ele queixou-se um pouco das instalações. Concorda com as críticas?

Nós, viemos para este local, provisoriamente…há dez anos! 
Precisávamos de mais e e melhor espaço. Este, já foi pintado, melhorado, mas precisávamos mesmo de melhores condições. Há uma instalações muito boas, que não são possíveis de utilizar, onde existem – junto à ginástica – por falta de elevador, para as pessoas que estejam incapacitadas de descer as escadarias.

Há alguma modalidade que lhe dê mais trabalho e já teve algum caso mais complicado de resolver?

São todas iguais e quanto aos casos, tudo se consegue resolver.

Para continuar esta colaboração para o futuro?

Em princípio, sim.