FUTSAL - NUNO MOREIRA EM GRANDE MOMENTO DE FORMA

Nuno Moreira, mostrou-se um homem humilde, sorridente (pois sempre brincou com as respostas) mas sempre muito consciente da realidade, quer do Boavista, mas também da sua.

Reconhece que o fim da época vai ser exigente, mas diz-se pronto para tudo o que vier.

Como ingressaste no Boavista?
Fui abordado pelos directores do Boavista e conversamos um pouco e como, o Buffon (Filipe Miranda) jogava no Boavista, esse facto também pesou na minha decisão, além que o Boavista sempre foi uma equipa que sempre me chamou atenção. Tanto pelo nome como pelo futsal que praticavam e pensei que aqui poderia evoluir mais.

Vamos falar um pouco de ti. Onde começas-te a jogar? Quais os clubes que jogaste?
Comecei a jogar desde muito cedo no Monte Xisto, com o Buffon. Tinha para ai uns 9 anos e joguei la ate aos 16 anos. Depois joguei 2 ou 3 anos futebol numa equipa amadora , o Aldeia Nova.
Posteriormente, voltei ao Monte Xisto, onde voltei a jogar com o Buffon e mantive-me até que aos 24 anos o Monte Xisto acabou e fui jogar para a Mocidade da Arrábida que estava na primeira divisão nacional.

Depois passei pelo Modicus, voltei ao Mocidade. Neste clube, que passou por alguns problemas que acabaram por decidir o fim da sua existência, fiquei até o ao fim desse processo. Quando isso aconteceu, fui para o Gondomar onde passei 2 anos maravilhosos.

Os teus colegas chamam-te o "abono de família". O que sentes ao ouvir esse comentário?
(Rindo-se)… Nunca ouvi (continuou a rir-se) mas vindo deles espero tudo! É bom ouvir isso. Mas no fundo, somos todos abonos uns dos outros. (nunca deixou de se rir)

O que sente ao marcar sete golos quando a equipa marca nove?
Sinceramente não senti nada de anormal. Até fiquei mais feliz na semana passada quando marquei só 1 golo, pois senti que foi mais importante para a equipa do que estes. Tive a felicidade de marcar 7 golos, como poderia ter sido outro colega meu. Isso é o menos importante. O importante é nós termos ganho.

Depois de uma fase apertada, o Boavista venceu cinco jogos. Está mais fácil agora? O que mudou?
É verdade, estava a ficar difícil, mas graças a essas vitórias estamos na luta. Vamos continuar a trabalhar para continuar a jogar bem e a ganhar jogos se possível. Penso que o facto de nos termos unido e passar a jogar mais como equipa. E claro, também um pouco de sorte, que até aí não a estávamos a ter.

O que pensas da parte final do campeonato?
Vai ser difícil. Pois vamos jogar contra as equipas que estão nos primeiros lugares. Nós estamos tristes com a nossa classificação, pois não queríamos estar a lutar para descer de divisão, mas sim para subir. O campeonato não nos correu da forma que queríamos e estamos a lutar para não descer. Estes jogos vão ser como uma prova, apesar de já não mudar nada, ao menos vamos tentar vencê-los para mostrar e provar a nos próprios e a outras pessoas que a nossa classificação, não condiz com o valor da equipa.
O calendário é difícil. Acreditas na manutenção?
Sim, acredito. É para isso que nos trabalhamos nos treinos e nos jogos. É para conseguirmos garantir a manutenção. Mas tudo é possível e a classificação não esta fácil, por isso ainda há muito a fazer. Nada é ou está garantido.

Alguma pensaste em deixar a tua profissão para jogar exclusivamente futsal?
Tantas vezes. Então quando tenho que me levantar de madrugada , ou trabalhar muitas horas seguidas…,é que penso. (gargalhada)

Achas que em Portugal há condições para se ser profissional de futsal?
É difícil, pois há poucas equipas e as que há, o seu nível de qualidade é muito elevado e não existem oportunidades para qualquer um.

A tua profissão faz-te faltar a muitos treinos. Com consegues estar em forma?
Sim, é verdade. Muitas vezes não posso treinar , mas ao fim do trabalho vou correr um pouco. No meu trabalho tem muitas escadas para subir e pesos para carregar (rindo-se). vou treinando por lá (continua a rir-se)

Tencionas continuar no Boavista?
Sim, se Deus quiser vou continuar no Boavista. Assim como espero que toda equipa ou quase toda, continue. Sinceramente, é isso o que eu espero.

És leitor do Blog das amadoras?
Sim, sempre que posso dou uma vista de olhos.

Alguma coisa te tem surpreendido no Boavista?
Tenho ficado impressionado com o apoio que os Panteras Negras nos têm dado numa época em que não temos andado no lugar que esperávamos. Sempre que precisámos, eles estão presentes, principalmente nos jogos difíceis e importantes. Isso mexe com a equipa e em nome de todos quero enviar-lhes o nosso Muito Obrigado.

ANTÓNIO SANTOS (DIRECTOR DO ANDEBOL) EM ENTREVISTA

NO "CENTRO" DE OPERAÇÕES NO BESSA

António Santos é o núcleo de uma organização coesa, solidaria e lutadora, que a assegura a continuidade do Andebol axadrezado na travessia do tempo das "vacas magras". Directo analisa um pouco o actual momento do andebol.

Como foi começar a época com tantas dificuldades?

Foi muito difícil começar a época porque a nossa dificuldade era arranjar o dinheiro para as inscrições e filiação das equipas.

A nível de inscrições de atletas de formação tínhamos crédito na Associação de Andebol do Porto que é atribuído pela Porto Lazer - Câmara Municipal do Porto. E depois tivemos a preciosa ajuda da Associação dos Amigos do Boavista FC que veio aliviar um pouco as dificuldades.

Podia falar um pouco sobre o motivo que levou ao fim do andebol sénior?

O principal motivo que levou ao fim do andebol sénior foi a nova organização da Federação de Andebol de Portugal e também por motivos financeiros.
Isto é porque terminou a Liga Profissional de Andebol, por não ter clubes suficientes tendo esse clubes da Liga sido inseridos na 1ª Divisão Nacional e os que estavam na 1ª divisão desceram a segunda e os da 2ª desceram a 3ª, e nós como estávamos na 3ª divisão descemos para uma divisão fantasma que ninguém sabia como era nem mesmo a Federação de Andebol de Portugal então chamara-lhe Prova de acesso a 3ª divisão.
Quer dizer que em termos financeiros tudo ficou mais caro, inscrição na prova e atletas. E como não estamos numa boa fase financeira resolvemos terminar com a equipa sénior.

Como tem "visto" a época dos infantis, iniciados, juvenis e juniores?

Os INFANTIS é um bom grupo de miúdos que gostam de andebol e tem dois excelentes treinadores, João Carmo e Ruben Moreira, que são dois jovens juniores que já cá estão -há alguns anos e para alem de mais tem espírito ganhador, a época inicialmente foi mais fácil porque já tínhamos miúdos que vinham do ano anterior e tiveram um grupo bastante acessível. Agora é que vão ter um pouco mais de dificuldades porque já há uma escolha das melhores equipas.
Os INICIADOS são comandados pelo Henrique Santos, terminaram a época anterior em grande só não fomos campeões da 2ª divisão por diversas razões nos jogos da Fase Final que foi na Régua, mas subimos a 1ª divisão onde estão as melhores equipas de iniciados, é claro que nesta época perdemos alguns jogadores para os juvenis (por subida de escalão).
Esta época não esta a ser tão produtiva com a anterior porque estamos entre as melhores equipas nacionais de iniciados e muitos jogadores estão em fase de aprendizagem.
Os JUVENIS são treinados pelo Victor Nascimento que tem sido um bom formador de homens e é uma excelente pessoa.
Os JUNIORES são comandados pelo Técnico Franquelim Cardoso, têm uma boa equipa que já vem da época passada e que foi reforçada com a subida de alguns juvenis e outros que vieram de fora.

É uma equipa unida que eu acho que pode ir muito longe, mas temos que ter os pés bem assentes na terra e estar certos das nossas dificuldades...

NO TERRENO, INFORMANDO-SE DA SITUAÇÃO DOS JUNIORES

Parece que temos extremos duas grandes equipas de infantis e juniores e equipas mais fracas de iniciados e juvenis que tem a dizer sobre isto?

O que tenho a dizer sobre isso é que não temos extremos, temos quatro equipas que estão em formação, duas na 1ª divisão e duas na 2ª divisão.

Que quer dizer que são campeonatos completamente diferentes. Enquanto a nossa maior preocupação é a formação de cada atleta e se podermos ganhar tanto melhor.

O que o move a estar a frente do andebol do Boavista?

O que me move para estar a frente do Andebol do Boavista FC em primeiro lugar o meu filho que joga nos Juniores, também ser Boavisteiro desde pequenino e gostar de acompanhar o crescimento dos jovens e das pessoas que estão ligadas a toda a organização onde tenho conhecido pessoas que de certeza não conhecia se não estivesse ligado ao Boavista FC, Andebol.

Para o ano, já vão funcionar todos os escalões?

Para o ano em princípio vão funcionar todos os escalões da época anterior, a não ser que surjam coisas novas.

Quais são as vossas maiores dificuldades?

As nossas maiores dificuldades são sem dúvida financeiras, falta de pavilhão e um bom patrocinador, alguém que não goste tanto de Futebol e invista no Andebol...mais "carolas"...

Acredita que podemos ser campeões de juniores e infantis e que nos vamos safar em juvenis e iniciados?

Acredito que poderemos ser campeões de juniores da 2ª divisão mas isso não depende de mim, sinto que a equipa esta muito motivada para esse efeito.

Os infantis acredito que podem ir a fase final e lá tudo pode acontecer.

Os juvenis, não vai ser fácil manter a 1ªdivisão mas acreditamos até ao final do campeonato.

Os iniciados só depende deles para manter a 1ª divisão tem é que ganhar os jogos que faltam.

Quantos atletas praticam andebol no Boavista?

Actualmente estão inscritos 110 atletas distribuídos pelos diversos escalões.

Sente que é uma modalidade que atrai os jovens?

Sinto que a modalidade atrai os jovens quando a divulgação acontecer como a dois anos atrás (se não estou em erro) com a série juvenil "Morangos com Açúcar".

Foi nessa altura que tivemos equipas de Bambis, Minis e Infantis que já não tínhamos desde que o Pavilhão Acácio Lello foi abaixo.

Podia falar um pouco sobre cada treinador dos diversos escalões?

O que posso dizer de todos os Treinadores é que são pessoas Sérias e Humildes que gostam do Andebol, do Boavista FC e da formação dos jovens.

Não esquecendo também todos os Dirigentes, Sérgio Moreira, Serafim Pinto, José Nunes e Raul Cunha que com eles e comigo trabalham em prol do Boavista FC Andebol.

O que pensa do andebol do Boavista para a próxima época?

Penso que vai ser mais um ano de sacrifício e luta pela modalidade, e contra a sua extinção

Podia comentar a prestação dos infantis no torneio da Nazaré e dos juvenis e iniciados em Gaia?

Foram prestações positivas tantos dos infantis na Nazaré como a dos iniciados e dos juvenis no Madalenense.

São torneios para rodar jogadores menos utilizados e alguns novos que ainda não têm o andebol enraizado.

Parece que foi tudo combinado porque ficaram todos os escalões em 3º lugar. Foi boa a divulgação do Boavista tanto para Espanha ou para França, que eram equipas participantes.

Como conseguiram ultrapassar o falecimento de um atleta dos juvenis em pleno treino?

Foi um momento muito difícil que deixou marcas em todas as pessoas que lidavam com ele. É um assunto que ainda custa a falar.

Sente que a equipa ficou marcada para toda a época?

A equipa ficou marcada mas também trouxe mais união, tanto de Atletas como Técnicos, Dirigentes e antigos atletas que com ele lidaram.

DESPORTO ADAPTADO - OS VERDADEIROS CAMPEÕES

FERNANDO OLIVEIRA

Fernando Oliveira é o treinador de futsal do desporto adaptado do Boavista. Conversamos um pouco com este homem que vive o jogo muito intensamente e se queixa (moderadamente) de só ter um treino semanal, mas que não desiste de treinar estes campeões.
Há quanto está no Boavista?
Desde Junho do ano passado.
Como aparece no Boavista?
Apareço através do Álvaro Durães. Anteriormente já tínhamos trabalhado juntos no futsal nos ARCD “Os Fluminenses” (Porto). Eu era o treinador e ele o meu adjunto nas equipas júnior e juvenil. Andamos juntos seis/sete anos.

“Estou exclusivamente com o Boavista”.

Daí o convite?
O Álvaro pediu-me para ver as hipóteses que eu tinha para colaborar com a equipa. Eu disse de imediato que sim.
Está a treinar mais algum clube, neste momento?
Não. Estou exclusivamente com o Boavista.
Tem curso oficial de treinador?
Tenho o curso da AF Porto.

“O número dos mesmos. Tenho um treino por semana. É pouco, muito pouco! Não é quase nada… é pouco!”

O que o atrapalha mais, nos treinos?
O número dos mesmos. Tenho um treino por semana. É pouco, muito pouco! Não é quase nada… é pouco! (lamentou-se pesarosamente).

Com este tempo não dá para fazermos nada. Não dá para estudarmos jogadas, para corrigir situações, para impor alguma jogada… não dá para nada mesmo! O treino é… eles, jogarem à bola, para se entrosarem e pouco mais.
Como é esta experiência para si?
É muito boa, muito boa! Gosto muito de trabalhar com eles. Eu tenho uma irmã – a mais nova – que também é deficiente mental e isso dá-me uma ajuda no relacionamento com eles. Sinceramente gosto muito de trabalhar com eles, porque eles são muito educados, cumprem e são excelentes.

“Nós nunca perdemos com eles (FC Porto), mas há aqueles dias…aqueles jogos, em que nada sai bem.”

Na semana passada perderam com o Porto na repetição do jogo. Pareceu que lhe custou muito. Não lhe agradou muito?
Nada mesmo, de maneira nenhuma aceitei esse resultado. A derrota custou-nos muito e é uma coisa que acontece uma vez na vida. Nós nunca perdemos com eles, mas há aqueles dias…aqueles jogos, em que nada sai bem.
Como vê o campeonato?
Vejo pelo prisma desportivo mas também tenho objectivos competitivos. O nosso objectivo é ganhar e o dos meus jogadores também e acima de tudo posso dizer que temos uma excelente equipa.
Para a próxima época vai tentar mais treinos?
É obrigatório no mínimo mais um treino semanal e durante a semana, temos que ver esta variante do desporto, com direitos iguais aos outros… no mínimo mais um treino temos que conseguir.
Há projectos?
Sim temos que evoluir e para isso temos treinar mais, até porque estamos a pensar entrar no futebol de sete.
Está difícil, mas é gratificante essa luta?
Sem dúvida e temos outra dificuldade que é a de termos quatro atletas residentes em Braga, que se deslocam propositadamente de Braga ao Porto para treinar e jogar. Isso tem custos materiais e se pelo menos não se retribuir com a atenção que merecem… é um pouco desmoralizador.
Precisavam de um patrocínio, não era?
Realmente era. Já falei com uma pessoa que nos pode ajudar um pouco, para o próximo ano. Pessoa grande Boavisteira e sensível (disse-nos quem era, mas em off, porque o segredo é a alma do negócio…)
Deixamos Fernando Oliveira pois o jogo ía ter o seu início.

NUNO CARVALHO

Nuno Carvalho, estreou-se esta época no Futsal e com as cores axadrezadas.
Em clube jogavas?
Não jogava. É a primeira vez que jogo a nível oficial.
Porque escolheste o Boavista?
Procurei nos sites e vi que o Boavista era o clube com mais nome e que mais apoio dá ao futebol adaptado.
Em que posição jogas?
Jogo a pivot.
Como está a decorrer a época?
Está a correr bem. Tenho feito uma grande evolução e cada jogo que faço sinto-me cada vez melhor.
A equipa aceitou-te bem?
Muito bem. São impecáveis são cinco estrelas, não há melhor!
Ganharam ao Porto e na repetição perderam. Já está ultrapassado?
Não! Está aqui “atravessadinha” na garganta. Vamos ter que nos vingar no próximo com eles. Podem estar certos disso!
Não foi culpa do treinador? (provocamos)
Não! Nada disso. O treinador é muito bom. Foi um dia mau e acontece a todos.
Para o ano?
É para continuar a jogar e no Boavista.

MANUEL ANTÓNIO

É um dos que mais tempo de camisola axadrezada ao peito. Mais reservado que os outros… lá fomos provocando a conversa.
És dos mais antigos no Boavista?
Sou jogo aqui há, mais ou menos, cinco/seis anos.
Já jogaste noutros clubes?
Sim, joguei na Académica de Coimbra e no SC Braga.
Porque viste para o Boavista?
O Braga acabou e vim para cá.
Como está a correr a época?
Começamos mal. Depois só temos um treino por semana e isso é pouco e ressente-se nos jogos. Precisamos de treinar mais.
A competição para ti como?
É para ser levada mesmo na desportiva. Claro que todos gostam de ganhar e eu também gosto, mas o que importa na essência é a pratica desportiva.
Como vês a tua equipa?
Podíamos ser mais fortes como equipa. Temos excelentes valores individuais e aí somos os melhores, mas podíamos ser mais fortes como equipa. Mas para isso, temos que treinar mais, acabamos sempre a falar do mesmo caso…

JOÃO SILVA - ANALISA A ÉPOCA DOS JUNIORES DE FUTSAL

João Silva (treinador da equipa júnior de futsal) faz uma profunda análise à época que marcou a sua entrada na casa axadrezada, a qual terminou em terceiro lugar. Culto, calmo e directo é prova do seu inquestionável valor e dedicação à função. Leiam esta profunda análise a todos os pontos que lhe colocamos.

Terminada a época, que balanço faz da participação do Boavista?
Penso que o balanço resume-se a satisfatório. Digo satisfatório e não positivo, porque não alcançamos o principal objectivo tornado publico, sermos campeões.

“… um atleta (Pedro) a titulo definitivo no plantel sénior…”

Também digo que o balanço é satisfatório e não negativo, porque terminamos a época com registos que considero interessantes, tais como: defesa menos batida; um fair-play assinalável, (apenas) tivemos dois vermelhos directos devido a duas situações de mão na bola dentro da área e não por jogo perigoso; inclusão de um atleta (Pedro) a titulo definitivo no plantel sénior, e de mais dois atletas (Pedro g.r. e Káká) ainda juniores que já apresentam condições de obterem presença nas convocatórias sénior;...

No princípio do Campeonato o Boavista realizou jogos que faziam pensar que poderia alcançar o título. Mas depois houve (como dizer) um despiste. Porquê?
Para mim o início de qualquer campeonato começa no primeiro dia da pré-época, e logo nos primeiros dias de treino senti que esse possível "despiste" poderia aparecer mais tarde ou mais cedo, e digo isto fundamentalmente por uma ou duas razões;
A primeira. Encontrei um vazio enorme na equipa que herdei da época transacta. A equipa júnior apenas tinha um atleta do ano passado (Bráulio, g.r.), subiram 5 juvenis a juniores e querendo o Boavista F.C. construir um plantel capaz de fazer jus a sua grandeza enquanto instituição, teríamos que ir ao "mercado" tentar contratar atletas que fossem uma mais valia para o plantel e preferencialmente de segundo ano.
Para que, além de poderem trazer experiência competitiva á equipa, trazerem uma nova politica de equilíbrio de idades no plantel. Metade da equipa júnior de 1º ano e a outra metade júnior de 2º ano.
E é nas aquisições que defronto um grande dilema, todos os jogadores que são evoluídos tecnicamente, quase todos vêm da 2ª divisão habituados a terem muitos minutos de jogo mas apresentam carências de cultura táctica...

A segunda razão?
A outra razão é de planeamento da pré-época, o Boavista para responder a todos os convites que recebeu ficou com pouquíssimos treinos de conjunto, principalmente para uma equipa que tem de ser construída de raiz. e aí aparece a consequência da situação anterior!
Não há tempo, a equipa não responde adequadamente ás exigências tácticas que a esperam, para que possam ser criadas condições de sustentação para a restante época...juntamente com o Virgílio (tr. adjunto) decidi que a melhor estratégia seria estruturar o mais rapidamente possível a organização defensiva e a partir daí todo o resto...
Depois de jogarmos contra todos os adversários, (e esse factor " contra todos os adversários" iria ser determinante para a 2ª volta;) terminamos a primeira volta em 1º lugar apenas com uma derrota.

“…o problema é que no Boavista eles têm que encarar todos os jogos como verdadeiras finais e não apenas duas ou três...”

E o despiste acontece…
O "despiste" acontece imediatamente no inicio da 2ª volta, (e agora a justificação do termo "contra todos os adversários" e do real porquê, que me questiona) com todo o respeito que eles (os atletas) me merecem, nos seus anteriores clubes eles teriam durante uma época dois ou três jogos que encarariam como verdadeiras finais, o problema é que no Boavista eles têm que encarar todos os jogos como verdadeiras finais e não apenas duas ou três... Depois de jogarem contra todos os adversários e de mostrarem resultados positivos, os atletas baixaram a sua guarda... Ser jogador do Boavista requer uma predisposição para lidar com uma pressão constante.

O Campeão é certo?
É o campeão da regularidade. É Certo.

O terceiro lugar do Boavista sabe pouco?

Sinceramente penso que sim. Mesmo depois de conhecer todas as adversidades com que a equipa se deparou durante o seu trajecto ao longo da época. Sou defensor de que o Boavista tem a responsabilidade de todos os anos se assumir publicamente candidato ao 1º lugar.

Curiosamente os três primeiros ganharam e perderam entre si. Por isso o campeonato foi decidido com os pequenos. Concorda com esta visão?

É uma quetão pertinente...Não concordo muito com essa visão.!
Penso que em jeito de seguimento ás respostas anteriores, os três primeiros devem-se essencialmente ás suas politicas de formação, da qual o Boavista estava em clara inferioridade, senão vejamos:
O Freixieiro é o detentor do titulo de juniores e reforça-se com os seus juvenis sub-campeões distritais. Ou seja, mantém a sua mais valia enquanto estrutura.
A Cohaemato é campeã da 2ª divisão júnior e reforça-se com os juvenis campeões da taça nacional.Também mantém uma estrutura forte paralelamente á do Freixieiro.
Só o Boavista é que sente maiores dificuldades principalmente na segunda volta. Já para não falar noutras equipas que tinham todas as condições, tais como Freixieiro e Cohaemato para conseguir melhores posições do que aquelas que conseguiram...

"A união do rebanho faz com o leão se deite com fome".

O Boavista perde 3 jogos em casa... perdendo as hipóteses que tinha. Como explica isso?
"A união do rebanho faz com o leão se deite com fome".
Esta é uma frase elucidativa de como nós deveríamos abordar todos os jogos e pensar que em todos eles, teremos que ser o "rebanho" e não apenas em alguns.
Essas três derrotas têm essencialmente a ver com falta de atitude para quem quer ser campeão...!
No final do campeonato podemos constatar que ganhamos a todas as equipas sem excepção...

Teve castigos que lhe retiraram jogadores importantes em jogos igualmente importantes. Sentiu essa falta?

Tive pouquíssimos castigos, se não estiver em erro tive três castigos: dois vermelhos por mão na bola dentro da área, e um por acumulação de amarelos no momento da substituição, o que mostra um pouco falta de maturidade dos atletas...respondendo em concreto á questão: senti a falta deles...!

“… Quem tem a sorte de estar rodeado de gente que é do melhor que existe nas suas funções ( sem qualquer tipo de simpatia./ apenas justiça)como é o caso concreto do Virgílio, Rui Costa , Rui Resende... nada me causou surpresa.”

A situação dos seniores que obrigavam a ceder os seus jogadores prejudicaram o seu trabalho?

É importante esclarecer que não são os seniores, bem pelo contrário, que ao nos solicitarem jogadores nos irão prejudicar o trabalho. Neste especifico caso, só me poderei sentir orgulhoso, todos nós sabemos o quanto é exigente ter lugar no plantel sénior, e testemunhar essas presenças enquanto treinador deixa-me mais motivado...

Para o ano o que vai propor que se altere?
Não irei aqui especificar o que propus directamente aos directores responsáveis, mas, passa quase tudo pela reconquista do título nacional, há algum tempo perdido e o que eu acho essencial para que isso torne a acontecer.

Diga o que o surpreendeu. A nível positivo e negativo. Com jogadores?

E com a organização vai propor alguma alteração/reeividicação?Infelizmente ou não, nada me surpreendeu positivamente. Quem tem a sorte de estar rodeado de gente que é do melhor que existe nas suas funções ( sem qualquer tipo de simpatia./ apenas justiça)como é o caso concreto do Virgílio, Rui Costa , Rui Resende... nada me causou surpresa.
Quanto ao lado negativo, ocorreram alguns factores que na realidade não esperava... principalmente na coordenação (presente) da formação! e na relação de um ponto em concreto entre escalões...!!!
Quanto a uma possível proposta/reivindicação, não acho correcto tornar publico sem primeiro dar a conhecer todas as minhas intenções ás pessoas que estão ligadas de corpo e alma á causa futsal do Boavista e em particular ao escalão júnior.

Terceiro lugar na classificação final. Satisfaz todo o trabalho que desenvolveu?
Depois de toda esta entrevista penso que esta questão está respondida de uma forma geral em todo o seu conteúdo