JOÃO MARQUES, TREINADOR ADJUNTO DOS JUVENIS DE FUTSAL

Em vésperas de um jogo muito importante – na nossa opinião decisivo – encontramo-nos com Emanuel João Marques para sentir o pulsar da equipa.

Tu fazias parte da equipa técnica campeã a época passada. O título nacional conquistado não “obriga”a ser campeão esta época?
Deixo já como ponto assente que a Direcção do departamento nunca nos exigiu o título, sabíamos que tínhamos uma herança bastante grande, porque vínhamos de um título nacional e sabíamos também que a base da equipa anterior tinha subido aos juniores. O único jogador que continuava como juvenil estava incluído na equipa sénior e que poucos jogos poderia fazer connosco.
Nunca colocamos como objectivo a meta do título, mas sim fazer um campeonato jogo a jogo, conseguir que os nossos atletas evoluíssem no futsal, que aprendessem os aspectos básicos do jogo, para no futuro poderem singrar na modalidade.
Esse é o objectivo e meta do nosso trabalho, pois não esquecemos que estamos um escalão de formação.

Na época passada a cinco jogos do fim já eram campeões, este ano isso não acontece. Ao que se fica a dever esse facto? Os adversários são mais fortes ou o Boavista não tem a mesma valia?
Falando no Caxinas, que é o adversário que vamos defrontar no sábado e é o nosso adversário directo na luta pelo título, é uma equipa com um valor muito grande - no ano passado poderia, quando muito, haver uma equipa com valor idêntico. Mas também podemos dizer que a nossa equipa foi formada um pouco à pressa, se me permitem esta afirmação. Por exemplo, só por uma vez conseguimos levar doze jogadores para um jogo…não tínhamos jogadores para formar o plantel mínimo. Começamos o campeonato com apenas dez jogadores, posteriormente podemos ir buscar mais dois e acabamos por formar um plantel.

Mesmo com estes condicionalismo e dificuldades, mantivemos sempre a nossa meta de pensar jogo a jogo e nunca traçar objectivos a longo prazo.

Para além do Caxinas há outro adversário na luta pelo primeiro lugar?
Não neste momento só somos os dois.

Faz um ponto da situação actual.
O Caxinas vai em segundo a três pontos, depois o terceiro vai a oito e o quarto já tem uma diferença de dez pontos, por isso a questão será entre nós e o caxinas.

Quantas jornadas faltam?
Cinco jornadas.

Vamos então falar desse jogo decisivo. O que esperas dele, é um jogador especial?
Não o considero especial. Vão estar jogadores de ambos lados, uma bola e duas balizas e cinquenta minutos para jogar. Os nossos jogadores sabem bem o que têm que fazer, que é o mesmo que têm feito até aqui.
Eles têm sido inexcedíveis, a lição está bem estudada, sabem o que vão encontrar no jogo, como acontece sempre, porque estudamos os adversários ao pormenor antes de cada jogo.
Será especial para os adeptos que aguardam sempre este jogos com expectativa. Vai ser jogado com intensidade, vai provocar emoções. Nesse aspecto posso aceitar que seja um jogo especial para os espectadores, mas para nós o jogo tem que ser igual as demais, temos que nos empenhar, ser rigorosos e ambiciosos, como sempre o somos.

Mas se o Boavista se vencer, garante quase o título…
Sim se vencermos ficamos com seis pontos de vantagem, isso é um facto, mas ainda teremos quatro boas equipas pela frente que nos podem tirar pontos, mas sabemos que com esta vantagem dificilmente o título nos fugirá.
Sabemos que podemos ganhar, sabemos que temos condições para ganhar e sabemos que podemos ser campeões.

O jogo da primeira volta proporcionou a única derrota do Boavista. Foi um jogo anormal?
Foi a única derrota que tivemos, perdemos o jogo no último segundo. Estivemos a ganhar por um a zero, mas eles viraram para dois a um e nós conseguimos na conversão de uma grande penalidade empatar, mas no final eles marcaram, numa falha individual nossa, que já a resolvemos com os treinos e trabalho.

Confesso que não li, mas sei que existem umas afirmações graves na net dos dirigentes do Caxinas que podem incendiar o jogo. O que achas sobre isso?
Isso passa-nos ao lado a única coisa que queremos falar, é de futsal.
Estamos na modalidade para ensinar os nossos miúdos a jogar futsal, não estamos para criar confusões e perder tempo com situações que ultrapassam a essência do jogo.

Já há guerras psicológicas no futsal?
É verdade. Mas nós não estamos aqui para alimentar quezílias, isso são guerras de outras pessoas, de outros treinadores que nós não queremos, nem alimentamos.

Os resultados têm sido “apertados”. A equipa técnica já conseguiu impor as suas ideias aos jogadores?
Os resultados tem sido apertados, fruto da qualidade que os nossos jogadores têm, porque consideramos que o rigor defensivo é a base de um bom jogo. A equipa preocupa-se com esse aspecto, não arriscar tanto como faziam e perder uma bola, tentando controlar a mesma e jogar bem, jogando bom futsal.
A verdade é que neste campeonato quem joga bom futsal, acaba muitas vezes prejudicado.
Quanto à equipa, considero que a equipa já está moldada aos nossos métodos. Não foi fácil porque nós vínhamos de uma equipa campeã Nacional com muita qualidade e com jogadores com grande qualidade técnica, mas nós queríamos alterar alguns aspectos, desejávamos ter a equipa à nossa imagem e neste momento já a temos.

Sábado todo o apoio é necessário ou vós jogais mesmo “sozinhos”?
Tenho conhecimento que o jogo está a criar grande entusiasmo entre os adeptos. Isso é bom! Os jogadores gostam de ter o apoio dos adeptos, coisa que não aconteceu no decorrer deste ano. Chegamos a pensar que só nós acreditávamos que era possível chegar até esta posição, sentimo-nos bastante esquecidos, mas nunca esmorecemos.

Vamos fazer as pazes no sábado?
Já que estamos aqui, com o apoio deles e todos juntos vamos conseguir ir mais aém.