O OBJECTIVO PRINCIPAL, É CLASSIFICAR TODOS OS ATLETAS PARA O CAMPEONATO NACIONAL
Mariana Sá, é actualmente a coordenadora/treinadora da ginástica acrobática do Boavista, no seu regresso ao clube que representou durante anos como atleta.
Vamos fazer a sua apresentação?
Chamo-me Mariana Sá, tenho trinta e quatro, sou professora de
educação física e treinadora de ginástica acrobática. Fui atleta do Boavista
durante cerca de quinze anos.
Vamos falar mais em pormenor dessa fase. Como entrou no Boavista?
Cheguei cá com três/quatro anos, nas classes de iniciação e depois, por volta dos meus cinco anos de idade, passei para a acrobática.
E porquê acrobática e não outra modalidade?
Não me recordo bem, mas penso que os meus pais ainda me fizeram
experimentar na artística, mas como era muito pequena, ainda não deveria ter a
força ou o músculo para continuar na modalidade e essa foi a razão para passar para
as classes mais de iniciação.
Parecido com o actual playgym?
Podemos considerar assim. Isso, aconteceu nas instalações localizadas
aqui por cima.
Depois disso?
Depois. Passei para a acrobática.
Ainda como atleta, tem alguns resultados mais significativos que se
recorde?
Julgo que a nível distrital e até nacional, conseguimos alguns bons resultados.
Nessa altura, a modalidade não estava tão desenvolvida como está actualmente e
os resultados não poderiam ser muito mais significativos. Estávamos no
início.
Pelo que julgo, aconteceu uma interrupção entre a atleta e o aparecimento
da treinadora. A que se ficou a dever tal facto?
Eu deixei a acrobática e o Boavista, quando ficamos sem o pavilhão
Acácio Lelo. A ginástica do Boavista, nessa fase, ficou um pouco partida e
complicada, coincidindo com a minha entrada na Faculdade. Tudo junto, originou
que eu terminasse a minha carreira de atleta.
No seu regresso, já como treinadora, não veio de imediato para o
Boavista. Em que clubes trabalhou?
Entrei para o Sport Clube do Porto, porque havia lá muita gente
conhecida que tinham saído do Boavista, por causa do desaparecimento do
pavilhão, ingressado naquele clube. Isto aconteceu há cerca de seis anos.
Como se dá o regresso ao Boavista?
Foi um pouco acidentalmente. O treinador que estava no clube saiu e a
Carina que me conhecia, quis saber a minha opinião a cerca de um possível
regresso. A Carina, conhecia-me bem das provas porque para além de treinadora
eu sou Juiz, e assim, existia grande contacto entre nós. O processo,
desenvolveu-se e a Directora Sara Monteiro, convidou-me oficialmente e eu
aceitou com enorme prazer.
Sei que lhe reconhecem (já) a responsabilidade de um grande
desenvolvimento da acrobática do Boavista. Como encontrou a acrobática do
Boavista, no seu regresso?
Quando cheguei em meados de Novembro e a equipa já estava formada, ou
seja, tudo que havia para decidir no referente a esta época estava praticamente
decidido. Os grupos, estavam formados e por isso, aí, não pude mexer muito. Acho que
os grupos estavam bem constituídos e considero que têm muito potencial,
precisam de trabalhar um pouco mais e de gostar mais do que fazem.
Quantas atletas tem no momento?
Temos cerca de trinta atletas.
Mas já foi implantando algumas alterações para o futuro?
Quero implementar algumas coisas para alterar mentalidades. A diferença
que eu notei em comparação com o Sport, é que vejo que os miúdos consideram que
já atingiram o máximo e não conseguem mais. Por isso, temos que fazer um treino
mais metódico, com menos brincadeira, com mais objectivos.
Vai ser a sua aposta?
Vai ser uma grande luta. Não só com os atletas, mas também com os pais.
Há muitas faltas aos treinos, porque os próprios pais, não vêem isto, como tão importante e
séria, como acho devem passar a ver.
Qual a constituição da sua equipa técnica e que tempo de treino têm semanalmente?
Trabalho com mais duas colegas, com a Carina Garcia e o Jorge
Teixeira. Curiosamente, o Jorge foi meu atleta no Sport e por isso, acho que
estamos bem identificados. Os três fazemos uma boa equipa.
Treinamos quatro dias por semana, cerca de duas horas e meia por dia e já consegui que o Artur (Coordenador da artística) no cedesse o ginásio um, a partir das dezanove horas e vamos intensificar os nossos treinos.
Treinamos quatro dias por semana, cerca de duas horas e meia por dia e já consegui que o Artur (Coordenador da artística) no cedesse o ginásio um, a partir das dezanove horas e vamos intensificar os nossos treinos.
Objectivos?
O principal objectivo, é que os atletas consigam classificar-se para o
campeonato nacional. Sabemos que nesses campeonatos, será difícil conquistar
algum pódio, porque ainda é cedo. Sabemos que o ano passado o Boavista, só
levou um grupo ao nacional. Neste momento, nós temos seis grupos que podem ser
apurados e o nosso desafio é esse mesmo.
Como se consegue ser professora profissional, treinar duas horas e
meia aqui?
E mais a família em casa, acrescento eu. É preciso uma ginástica muito
grande mas tudo se consegue, quando gostamos de tudo.
Para além de treinadora, ao contactar diariamente com esta juventude,
sente-se também uma formadora de “gente do amanhã”?
Esse é dos objectivos, talvez mesmo o principal e mais importante. Ao fim
e ao cabo, nós damos as ferramentas e eles trabalham. É muito positivo, vermos
depois os resultados conseguidos, por todos.