terça-feira, 15 de setembro de 2015

FABIANA SILVA UMA MADEIRENSE COM ESPIRITO DE PANTERA

Fabiana Silva, será a atleta mais experiente da equipa sénior de Voleibol. A atleta, que representava o Belenenses, é natural da Madeira, tem o Porto no seu coração e o espirito da pantera na sua personalidade. Esperançada numa grande época mas consciente da dificuldades que o futuro da prova vai trazer.

Vamos começar por fazer uma apresentação aos adeptos. Quem é a Fabiana Silva?

Sou Madeirense, nascida na cidade do Funchal e tenho vinte e nove anos. Vim para o continente há dez anos, tendo vivido oito desses anos, na cidade do Porto da qual gosto muito e por isso, foi com imenso prazer que voltei ao Porto.

Desportivamente?

Vim do Belenenses, para regressar ao meu primeiro clube do Continente, o Boavista. Joguei cá, no Ala de Gondomar e no Castêlo da Maia.

Como acontece este regresso ao Boavista?

Principalmente por razões profissionais, decidi voltar à terra que, eu gosto, e ao Boavista, clube com que identifico, para dar continuidade à minha carreira no Voleibol e partilhar os meus conhecimentos com as minhas colegas.

Onde iniciaste a tua vida no Voleibol?
No Sport Madeira, que foi o meu primeiro clube. E que por sinal, foi um clube que fez muita frente ao Boavista, durante largos anos.

Sei que és uma líder dentro do campo, mas que muitas vezes substituis essa simpatia e dás um berro dentro do campo. Confirmas ?

Primeiro eu gosto de berrar… depois, o povo Madeirense, é um povo que se caracteriza pela sua raça, que se identifica um bocado com os Boavisteiros. Guerreiros, que lutam pelos seus ideais e a quem ninguém vence.

Para além de atleta da equipa sénior, vais trabalhar nos escalões de formação. Em que condições e com que equipas?

Vou trabalhar com o minivoleibol, numa situação em que me tenho dedicado há alguns anos. Comecei, no Castêlo da Maia, com o minivoleibol “B” masculino e fui mudando até chegar às camadas mais altas. 
Em Lisboa, no Belenenses, mantive esse trabalho, que quero continuar no Boavista. É neste meio, que me sinto bem e, quem sabe, um dia subir até lá acima.

Como nasceu este amor pelo Voleibol?
Eu sempre fui uma atleta de muitos desportos. E quando digo muitos, digo mesmo muitos. Colectivos, individuais, com raquete, sem raquete, com bola, sem bola… houve uma altura, em que jogava futebol, que o meu pai me obrigou a decidir. 
Por opinião de amigas e influência do Desporto Escolar, acabei por optar pelo Voleibol, até hoje.

O que esperas, para a próxima da equipa do Boavista?
Não vai ser facilitada de todo. Nós vamos ter algumas dificuldades, dizendo melhor, muitas dificuldades até, porque somos, uma equipa muito jovem. 
Felizmente, ou infelizmente, eu sou, até ao momento, a jogadora mais velha e só tenho vinte e nove anos! Temos algumas limitações técnicas, que estão e terão que ser melhoradas…

Desculpa interromper, mas parece que estou a ouvir o professor José Machado…

Mas isto é a verdade e tudo é muito fácil de explicar.

Explica então.

O que falta em Portugal é haver  poucos treinadores de base, que possam dar às atletas todos os conhecimentos, ou parte dos conhecimentos, que elas necessitam para utilizar depois nas seniores. 
O que acontece, é que o trabalho está a ser realizado de forma muito rápida, ou então não da melhor forma. Isso, faz com que elas cheguem ao escalão sénior com muitas falhas técnicas, tácticas e até mesmo, de personalidade. Sinceramente, neste momento, é o que considero que mais falta no Voleibol.

Deixa-me colocar uma pergunta pessoal. O que eu verifico na formação do Voleibol, é que as jovens, salvo poucas excpeções, levam a fase de formação, quase como uma brincadeira do fim das aulas diárias, e assim, muito poucas se preparam para jogar Voleibol “a sério”. Sentes isso?

Concordo, na base. Mas isto advém muito, da nossa sociedade e da caracterização da sociedade de hoje em dia. 
A sociedade, hoje em dia, quer que todos os jovens sejam os melhores alunos, exigindo que quase todos eles, tenham que ter “cinco ou vinte”. Se têm que ter “cinco ou vinte”, não têm tempo para praticar as suas actividades e serem melhores atletas.
O problema, é que a maior parte dos pais e encarregados de educação, não entendem, e existem estudos que provam o que eu vou defender, que se os jovens forem bons atletas e souberem qual é a diferença entre jogar, ganhar, perder, sorrir, chorar, ser campeão, ou simplesmente estar dentro do campo só por estar. Não percebem, que isso, se irá refletir depois na sociedade de futuro. 
O que acontece, hoje em dia, é que as crianças vêm para cá brincar, porque simplesmente… têm direito a tudo! Há uma facilidade incrível de hoje em dia, as crianças receberem tudo o que querem e por isso, não têm que lutar muito! 
Tudo isto, acaba por se refletir no Voleibol e em todas as outras modalidades.

Vais, com a ajuda da tua equipa técnica, impor essas alterações de comportamento?


Existe, um ditado que diz; “de pequenino se torce o pepino”. Eu gosto do espirito Boavisteiro e gosto que as pessoas tragam para aqui as suas filhotas, porque têm um amor especial ao clube e não só porque as crianças têm que fazer alguma actividade física. Isso, em si, já traz alguma garra. 
Agora só temos que incutir algumas coisinhas para que as miúdas  percebam que o "amigo está do outro lado, mas se pode, jogar contra ele". 
Ter prazer, mas ser irreverente. 

Entrevista de


Nenhum comentário:

Postar um comentário