domingo, 18 de julho de 2010

ARNALDO PINA EM ENTREVISTA SOBRE O SEU MUSEU

Nota: Para ver video do museu deve clicar sobre;
http://act-amadoras-boavista.blogspot.com/2010/07/museu-boavisteiro-em-casa-do-arnaldo.html

ARNALDO PINA E O SEU MUSEU
Aquando da visita ao museu do Arnaldo Pina, realizamos uma entrevista com o proprietário que é uma figura de relevo entre os associados do Boavista.

Como nasceu esta ideia de criar um Museu particular em sua casa?
A ideia do museu, nasceu curiosamente em tempo de crise do Boavista Futebol Clube. Na altura em que andávamos na mó de cima, no primeiro, segundo lugar e na taça Uefa, etc... era tudo muito bonito. A verdade é que nessa altura não me nasceu ideia alguma, talvez por andarmos todos eufóricos...eufóricos. Curiosamente no tempo de crise pensei se não poderia divulgar o meu Boavista de outra forma, como o faço na janela de minha casa.
Toda a gente que passa aqui em frente sabe que aqui vive um Boavisteiro. Foi na tristeza, não foi na alegria.
As despesas são grandes?
São! Posso dizer-lhe que tudo que aqui está não tem uma cópia feita fora de minha casa, o que logo, quer dizer que só em papel e tinta está um valor muito grande. A nível de quadros comprei tudo porque nada tinha e o restante fui comprando aos bocados. Uma chapéu aqui, um prato acolá, mais um copo ali... olhe não vendia este museu por nada deste mundo, já vê o valor que tem para mim.
Teve colaboração de outros sócios?
Tive de alguns. Um deu uma medalha, outro uma bandeira, outro um quadro, um deu-me um cachecol que não encontraria em lado nenhum, porque esse cachecol tem quatro equipas, etc... um jogador das velhas guardas deu-me um par de chuteiras, na semana passada consegui um par de luvas de boxe, dadas pelo senhor Caldas quando você me levou a ver os novos ringues de Boxe do Boavista. A todos agradeço a colaboração.
O espaço aqui em sua casa está claramente esgotado. Tem planos para expandir o Museu? E como o vai fazer?
Desde algum tempo que ando à procura de espaço que não seja caro na cidade para fazer lá o Museu porque tenho arca cheia e essas gavetas cheias de mais material e para colocar o exposto com mais espaço e mais dignidade. Gostaria que fosse num quarteirão aqui perto, mas se tiver que ser noutro lado, vou para lá.
E porque não pedir à Direcção o aluguer de espaço no estádio do Bessa?
Faria isso e deixaria a porta aberta todo o dia a quem quisesse visitar o museu. Nunca falei com ninguém sobre esse aspecto, mas já que lançou essa ideia sou capaz de me debruçar sobre ela e falar com alguém do Boavista.

Pensei que pudesse haver incompatibilidade como há o museu do Boavista e ... não sei.
Numa casa particular, não pode abrir a casa a toda a gente?
Se eu estiver em casa e tocarem à campainha para verem o museu, de certeza que eu tenho imenso prazer em a mostrar. No caso de não estar em casa é natural que os meus familiares não a irão abrir a quem não conhecem.
Os dirigentes do Boavista sabem da existência do Museu?
Já ofereci um CD com um filme do qual mandei fazer cópias, ao Rui Gonçalo. Quero oferecer cópias a várias pessoas.
Eu sei que já teve uma colaboração oficial com o clube. Quando aconteceu essa colaboração?
A sério, foi em dois mil e quatro, quando estive no museu do Boavista conjuntamente com o Senhor Dúlio e Senhor Sousa. Não montei nem construi nada, quando em Dezembro de dois mil e quatro ajudei em algumas coisas, a limpar as taças por exemplo. Depois com a aproximação do Euro 2004 e por eu falar quatro línguas incluindo o português, aproveitaram para eu fazer um acompanhamento aos estrangeiros que visitavam o museu. Acho que fui uma peça muito importante no Boavista da altura, em que fui muito solicitado.

Sem auferir de nada?
Nada, absolutamente e dentro do voluntariado acho que fui muito útil ao Boavista.
O museu do Boavista, está como o seu. Saturadissimo! Como associado conhecedor da causa, qual a solução que propõem?
Já na altura do Doutor João Loureiro, antes de estes problemas aparecerem, o museu estava construído e eu fui ver a inauguração que foi espectacular, ver aquilo pela primeira vez.
Actualmente está saturado pois há muitas taças para colocar e não existe lugar onde. E não há lugar porquê? Porque dentro do museu existe uma parede de pladur, onde estão os galhardetes, que tapa uma porta que dá acesso a uma escada em caracol que dá ligação a uma sala inferior que se destinava a completar o museu.
Então havia um projecto para expansão?
Sim havia e o que estava projectado era, em cima ficava tudo o que dissesse respeito a modalidades profissionais e em baixo tudo o que fosse das amadoras. Estava-se a programar eu ficar encarregado da parte amadora e o senhor Dúlio com a parte profissional.
E tudo ficou parado porquê?
Porque o Doutor João Loureiro considera que não havia dinheiro para desenvolver o projecto. Rasgar as escadas não era caro, o que seria caro era comprar vitrinas de exposição e o restante material. Há muitas taças dentro de gavetas... eu considero que se tivesse concretizado esse projecto ficavamos (conheço o do Vitória de Setúbal) com o melhor museu do país a nível de taças.
Não acha prioritário esse projecto?
Eu acho muito prioritário... olhe por falar nisso. Arranjaram-se voluntários para a construção dos ginásios. O João Loureiro no dia da inauguração nem sabia como aquilo estava, feito por homens que puseram os ginásios muito bonitos e que merecem todo o respeito e agradecimento dos Boavisteiros, como por exemplo você senhor Pina.
E agora não se conseguem voluntários para esta obra prioritária. Começávamos com o essencial e depois iamos completando tudo o restante. Não era preciso fazer tudo de uma vez, fazíamos uma vitrina depois outra e outra... com calma e serenidade.
E porque não se inicia?
A Direcção actual tem que pensar nisso, não é só estar encostada nos gabinetes, tem que pensar nisso! Isto é uma ideia minha.
Falou já duas vezes no Rui Gonçalo, tem alguma ligação especial com ele?
Não. Eu conheço pouco o Rui. Conheço o pai há muitos anos, só não sabia que ele o pai. Conhecia-o como habitual espectador das obras do sintético e um dia em conversa é que eu soube que ele era o pai do rui Gonçalo. A simpatia que tenho pelo o Rui é derivada de eu me ter dirigido a ele por duas vezes e ele me ter respondido muito bem e com respeito.
O futebol é o mais importante para si, mas também tem aqui referências de outras modalidades?
O futebol é a mola real. Mas tenho muitas coisas de outras modalidades que tinha guardadas em gavetas, por exemplo de ginástica, eu tenho jornais de á quarenta anos atrás e se eu tivesse lugar para os colocar... tenho jornais com noticias do Boavista quando o Pinheiro de Azevedo (ex-primeiro ministro) da Bola, do Record, do Mundo desportivo, que gostava de por em local que todos pudessem ver. Só jornais do Boavista, tenho ali guardados mais de cem edições.
Como vê o Boavista na segunda “B”?
O ano passado… lá se portou bem porque tiramos o sétimo lugar depois de nos vermos aflitos em determinados momentos. Esta época, não sei ainda qual vai ser o nosso futuro e onde vamos jogar.
Mudamos de assunto, isso incomoda-o?
Sou sincero não tenho opinião formada sobre se tivermos que jogar nos distritais, o que acho importante é o Boavista recuperar e voltar a jogar na primeira Liga. Quanto mais rápido melhor! Qual o caminho a percorrer? Sinceramente não sei! Mas o que sei é que é preciso que se comece o mais depressa possível.
Acredita, voltar a ver o Boavista na primeira divisão?
Primeiro o importante é ver o Boavista FC aberto! Depois tentar chegar lá nem que demore 10 anos! Agora o Boavista não pode fechar (acabar) isso é o mais importante, seja no nacional seja no distrital, o Boavista FC não pode acabar!
Se lhe colocarem a seguinte questão. Arnaldo Pina, o Boavista só regressa à primeira divisão daqui a dez anos, mas para isso tens que comer o pão que o diabo amassou. Está pronto para isso?
Absolutamente, o que quero é ver as camisolas axadrezadas em campo! O Boavista já teve alturas em que jogou com o Carcavelinhos… com clubes já nem se ouve falar deles e muitos já morreram e o Boavista continua e continuará, nem que seja nos distritais. O que é preciso é saber as consequências nas diferenças entre as divisões. O que quero ver é ver as camisolas de xadrez nem que seja a jogar contra o Ermesinde, com o Nuno Alvares…
Mas com intenção de subir…
Sim com a ambição de subir, não é andar ali toda a vida.
O Boavista é um clube histórico, tem que ocupar o seu lugar…
É histórico e tem a sua história e a história não se apaga. O D. Afonso Henriques morreu e continua na história. O Vasco da Gama descobriu o Brasil, morreu mas ninguém apagou esse acontecimento, está na escola e está nos livros. A história não morre! Quando digo, que jogamos com o Ermesinde, com o Rio Tinto, no Gondomar, digo isso mas quero que o Boavista suba e eles fiquem para trás.
Durante a noite, aqui fechado a olhar para estas recordações, o que pensa um Boavisteiro?
Penso em muita coisa. E penso se a solução para o Boavista é a passagem pelo distrital…vamos já para o distrital! A solução é essa? Então vamos iniciar já a recuperação! O que eu tenho é que saber se quem pensa assim, está certo e essa é a única solução… e não sei!
E quando vai saber?
Não sei! Deveríamos ser informados. Se a solução é lutar na segunda divisão, temos que ir por aí, mas neste momento ninguém sabe em que pensar, falta informação aos sócios, para podermos discutir esse aspecto.
Se continuarmos na segunda, eles têm que apresentar trunfos para subirmos, porque se não vamos ficar na segunda toda a vida? Isso não pode ser. Temos que voltar ao topo do futebol. De onde vamos partir? Não sei! O estádio do Bessa tem que ter utilização continua. O Bessa é como o CC de Belém ou a Casa da Música… não pode estar desactivo.
Ninguém é eterno. O senhor tem o seu museu catalogado de forma a que a família lhe dê continuidade?
Em escrita ainda irei catalogar tudo! Tem dois CD com os filmes descritivos de tudo, as pretendo passar para o papel tudo o que está exposto.
De novo o espaço. Com maior área seria mais fácil a apresentação?
Claro. Se tiver mais espaços posso separar mais a exposição recuperar muito material que está guardado e então aí, sim, fazer um livro descrevendo tudo o que está exposto. Tenho que encontrar o espaço. Vou tentar falar com a Direcção para tentar um espaço no Bessa.
Os sócios têm vindo visitar o seu museu?
Alguns já, outros já os convidei e ainda não. Mas espero que até o Presidente venha um dia cá ver e para isso o vou convidar.

2 comentários:

  1. O Sr Pina é um exemplo de amor e dedicação ao Boavista. É sem dúvida um dos verdadeiros notáveis sócios axadrezados, pois é deste empenho pela causa boavisteira que o nosso clube precisa.
    Recentemente visitei alguns espaços no Bessa e não faltam salas vazias que poderiam ser ocupadas com o museu particular do Sr Pina, o que era preciso era apenas boa vontade perante um sócio que já deu um contributo importantissimo ao Boavista, nomeadamente aquando do Euro 2004 (gratuitamente diga-se).
    Quanto ao Museu do Boavista, é importante rentabiliza-lo, promovê-lo, como faz por exemplo o nosso rival do FCP. Temos uma avenida repleta de hotéis perto do nosso Estádio, pelo que o nosso Museu com uma boa promoção, seria sem dúvida alguma uma excelente atracção turística da cidade. Bastava para isso o contributo do Posto de Turismo da CM Porto (onde já tive o prazer de trabalhar) para uma boa divulgação a quem visita a cidade do Porto e consequente rentabilizãção financeira do Museu.
    Mas, nem do site oficial cuidamos (veículo importantíssimo de divulgação e promoção do Boavista FC), quanto mais do Museu... O que faz o Departamento de Marketing?
    Sr Pina um grande abraço deste seu amigo Pedro Calisto.

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  2. A vontade expressa nesta entrevista em minha casa e com o comentário do meu grande amigo calisto devo salientar com humildade de estar a querer divulgar o nosso boavista em todo o mundo.90% dos navegadores de blogs correm o mundo e nome boavista lá está mencionado.È aqui a importância das entrevistas,no resto já somos bastante conhecidos na massa associativa.Daqui para a frente tem de haver toque a arrebate e pensar no futuro do boavista e rápido.Obrigado pela gentileza como se dirigem á minha pessoa,não esqueço.A.Pina

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