sábado, 7 de março de 2015

DANIELA SILVA - A PANTERA DO VOLEIBOL

Daniela Silva, é uma jovem voleibolista da equipa sénior. Simpática e muito activa, divide o seu amor ao Volei entre o pavilhão e a praia, mas com uma intensidade tal, que cedo conquistou os adeptos axadrezados.

Quem é a Daniela e onde começaste a jogar Voleibol?
Comecei no SC Arcozelo, por volta dos meus oito anos de idade. Joguei nesse clube cerca de sete anos, fazendo aí a minha formação. Depois de vários problemas no clube, optaram por suspender a secção e assim passei a jogar no SC Espinho. Em Espinho, joguei em Juvenis e no primeiro ano de Júnior, estando nesse clube apenas dois anos. No final dessa segunda época, fui convidada para vir para o Boavista e aceitei.
Então há quantos anos estás no Boavista?
Este é o meu segundo ano, vim ainda com idade para jogar nas juniores, mas nunca joguei nesse escalão pois sempre pertenci à equipa sénior, desde que cá cheguei.
Quem determinou esse facto?
Foi o professor Machado (treinador principal) que não quis que fosse para as Juniores.
Jogadora de elite?
Não é isso, mas… gostei da aposta do professor (riu-se)

Qual a tua posição em campo?
Actualmente, sou Libero, mas até ao escalão de juniores era atacante e ainda agora, sempre que o professor precisa, jogo alguns jogos a atacante, mas preferencialmente gosto de ser libero.
Terminada a primeira fase do campeonato e quando vamos entrar na fase decisiva, com vês a prestação da equipa neste campeonato da primeira divisão?
Com a equipa que temos e tendo em conta, que o plantel foi formado para jogar na segunda divisão atacando a subida, como objectivo principal, considero que realizamos uma boa prova na primeira divisão. A nossa primeira ronda, correu muito bem, estivemos várias jornadas nos primeiros lugares, conseguimos vencer um set ao Leixões enquanto algumas equipas que acabaram nos primeiros quatro lugares não o conseguiram.
Positiva no teu entender esta prestação?
Sim, claramente. Nós temos um plantel com uma média de idade de vinte e dois, vinte e três anos, com grande margem de progressão. Temos seniores de primeiro ano que nunca tinham jogado por seniores e muito menos numa primeira divisão. Não podemos comparar esta divisão com nenhuma outra.

Mas concordas que a equipa teve uma quebra, que a empurrou para a luta pela manutenção?
Temos algumas jogadores que só conseguem fazer dois treinos por semana e isso acabou por ter influência nessa descida de forma e com resultados menos positivos
Vamos entrar na nova fase da manutenção qual a vossa ambição?
O nosso objectivo nunca foi estar neste grupo e mostramos durante o ano que temos equipa e valor para ficar no grupo superior, mas por vários motivos estamos neste. O que eu sinto e todas sentimos é que vamos encarar os jogos como decisivos, respeitando as adversárias, mas considero que não vamos ter qualquer percalço para vencer este grupo. Todas as equipas terão possibilidades, mas acho que a nossa é a mais forte do grupo das últimas quatro.
Manutenção assegurada?
Vamos lutar e dar tudo para isso e estou certa que sim. Ficaremos na primeira divisão.
E para o ano?
Com mais tempo para os treinos e com uma outra entrada vamos formar uma equipa mais forte, para lutarmos para lugares mais cimeiros. Este ano tivemos atletas a treinar duas vezes por semana e mesmo assim considero que poderíamos ter conseguido melhor. Perdemos por 3/2 com o Gueifães que está nos quatro primeiros, lutamos de igual para igual com o Belenenses, neste último jogo. Penso que com mais um pouco e, continuando a trabalhar como até aqui, podemos ameaçar ficar nos quatro primeiros e no mínimo ficar, à vontade, no segundo grupo.

Estar presente na Final-four da Taça de Portugal é significativo?
Concordo que é um feito e ainda para mais com um jogo difícil na Madeira, em que a viagem sempre atrapalha bastante. Mas temos todo o mérito para estar na final.
Eu sei que és uma apaixonada pelo Volei de praia. Não é cansativo jogar somente com uma colega e uma equipa ser formada somente por um par?
Para além de cansativo, nesse aspecto, temos a acrescentar o piso de areia que nos cansa muito, mas o Volei de praia é um mundo à parte do Volei de pavilhão!
Porquê?
Vê-se outra raça nas jogadoras, vê-se outra maneira de jogar, tem muito público a apoiar e assistir aos jogos. O público comparece nem que seja só para ver as meninas. É outro mundo…mesmo.
A ambição da Daniela vai até onde?
Eu quero chegar longe, o primeiro passo, quero voltar a representar a selecção.
Já jogaste na selecção Nacional?
Sim representei Portugal no escalão de Júnior e adorava um dia representar a selecção de seniores. Desejo ser um dia campeã nacional que seria um feito para marcar a minha desportiva de vez.
Voltando à praia. Tens dupla certa para os teus jogos?
Sim para o campeonato Nacional faço dupla com a Ana Gomes, do Esmoriz, na selecção Nacional de Praia, são os técnicos que escolhem a dupla e tenho jogado com a Vanessa Paquete do PortoVolei. Juntas, já representamos Portugal.
Uma questão que me confunde. Sendo tu tão “nova” no Boavista, é fácil verificar que tens um grupo de fãs especial. Todos apoiam todas as jogadoras mas a Daniela é especial. Como explicas isso?
Ora bem… eu sou das pessoas que gosta de honrar o símbolo da camisola e dou tudo dentro do campo. Tudo mas mesmo tudo. Sempre fui assim, mas confesso que desde quase cá cheguei verifico que há muita simpatia com a minha pessoa. Talvez pela raça que imponho no jogo. Eu sei que cativei várias pessoas em especial o Paulo Ricardo, o Octávio…
Bem, esses adoram-te…
(riu-se) mas é verdade, sinto-me muito acarinhada. Mesmo as minhas atletas, e através do Faceboock muita gente, me diz que eu sou a imagem que gostam de ver, que honro o Clube, dizem que eu sou uma verdadeira pantera.
Orgulhosa?
Claro! É bonito ouvir esses comentários mas o importante é sentir que as pessoas reconhecem a forma como me entrego ao jogo.
Nos intervalos das seniores, és adjunta das iniciadas. Com quem trabalhas?
Com o professor Alexandre.
Uma mensagem para terminar?

Queria pedir que os adeptos apoiam-se mais o Voleibol feminino. Passaram a ver os jogos, porque o  desporto não é só futebol. Espero ver mais gente nos pavilhões quando jogamos

Entrevista de

 Manuel Pina

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