segunda-feira, 30 de maio de 2016

BEATRIZ ALVES - A FURACÃO DAS CADETES DO VOLEIBOL

Beatriz Alves, é uma atleta da equipa de Cadetes de Voleibol que atravessa uma fase de paralisação, derivado a uma lesão, com gravidade média. Mas mantêm a sua boa disposição e aposta na recuperação.
Vamos tentar conhecer um pouco da "Alves", mais conhecida por "mulher furacão".


Começo por perguntar, quem é a "Alves" das Cadetes?

Chamo-me Beatriz Alves, tenho dezasseis anos, estudo no Grande Colégio Universal e frequento o décimo ano.

Já tens objectivos a nível de estudos para o futuro?

Queria seguir medicina, porque o meu desejo é ser médica, mas ainda não está definido.

Como surgiu o voleibol na tua vida?

Comecei a jogar voleibol na praia, com os meus pais, mas, mais a sério e numa equipa, iniciei-me no Grande Colégio Universal, quando tinha nove anos a andava no quinto ano.

Quanto tempo, estiveste a jogar pelo Universal?

Durante, cerca de seis anos.

Como se dá a passagem do Universal para o Boavista?

Aconteceu que a nossa equipa acabou. Umas jogadoras foram para um lado, outras para outro. Fui convidada por alguns clubes, entre eles o Boavista e optei pelo Boavista.

Em que escalão entraste no Boavista?

No escalão de Cadetes e passei agora para as Juvenis.

Que diferenças, encontras entre a jogadora do Universal e a do Boavista?

Sinto que evolui muito, com os métodos e treinos do professor Simão. Para ser justa, acho que evolui bastante. Sinto que jogava razoavelmente, mas agora subi bastante de produção.

Porquê o voleibol e não outra modalidade?

Eu joguei ténis desde os dois anos, mas preferi uma modalidade colectiva, enquanto o ténis é individual. Prefiro uma modalidade em que possa apoiar e ser apoiada pelas minhas colegas e não uma em que ande sozinha.

O Carlos Simão, impôs no Boavista um ritmo de trabalho, que surpreendeu muita gente. Notaste alguma diferença do que estavas habituada?

Sim, notei bastante diferença. O facto de estar num clube, é logo, só por si, diferente, que estar num colégio. No clube os treinos são mais puxados. Temos mais espaço e com um treinador que acredita em nós, tudo se torna mais exigente.

O Carlos Simão é exigente?

Bastante. Mas isso é bom para nós, porque é assim que conseguimos evoluir.

Mas no princípio da época foi difícil?

Concordo que no início não foi fácil, porque não estávamos habituadas a tal intensidade. A equipa tinha acabado de se formar e com o treinador a esperar demais de nós. Foi difícil  e até traumatizante.

Mas e actualmente?

Estamos habituadas, gostamos da forma como o professor trabalha e queremos que continue connosco.

Na Taça AVP, estais a jogar contra equipas de Juvenis, sendo vocês uma equipa de Cadetes. É difícil?

Nem por isso. Na prova em que estamos a jogar, as equipas, não são propriamente as mais fortes e não está a ser muito difícil para nós acompanhar essas equipas nos jogos.

Que esperas para o ano, da tua equipa de Juvenis?

Espero que tudo continue igual com o professor a puxar por nós e que por nossa parte, continuemos a evoluir. Espero que a equipa não se separe, não se parta e continuemos a trabalhar com entusiasmo.

Para uma jogadora de um Colégio, como sentes jogar com uma camisola de um clube como o Boavista?

O meu pai é do Boavista e para mim é um orgulho especial vestir esta camisola. É óptimo jogar no Boavista com esta equipa.

Como aconteceu essa lesão?

Comecei a sentir dores à cerca de cinco meses, quando treinava e essas dores foram-se intensificando. Fiz fisioterapia que aliviou, mas não resolveu o problema. 
Fui chamada à selecção mas no segundo dia tive que vir embora, cheia de dores. Fui enviada ao hospital e descobriram que tenho uma lesão grave, que inclusive já acabou com a carreira a várias jogadoras. A lesão é no supre espinhoso  e bícepe, com os tendões inflamados.

Esperançada em recuperar?

É isso que mais quero para voltar a treinar, junto da minha equipa.

domingo, 22 de maio de 2016

MARIA LEONOR - FUTEBOLISTA COM AMBIÇÕES E CONFIANÇA

NÃO VAMOS AO JAMOR, PARA GANHAR...
VAMOS GANHAR!

Maria Leonor, é uma jovem futebolista axadrezada de treze anos. Durante a nossa conversa, demonstrou ser uma jovem com grande personalidade. Senhora de respostas prontas e concisas.
Os técnicos axadrezados, confiam que irá ter um excelente futuro no futebol, se confirmar as suas potencialidades.

 Em que escola a estudas?

No Colégio Luso-Francês e frequento o sétimo ano.

Desde quando jogas futebol e onde começaste?

Jogo desde os três anos e comecei em casa.
Em casa? Partias a mobília toda…
Quando digo em casa, quero dizer no jardim de minha casa, claro.

Como optas-te pelo futebol e não por outra modalidade?

Foram os meus primos, que me foram bater à porta, perguntaram-me se queria jogar futebol. Eu ainda nem sabia o que era desporto. Como eles só queriam jogar futebol… comecei no futebol. A partir daí foi sempre a evoluir.

Depois de casa… qual foi o teu primeiro clube?

Foi o DC Gondim da Maia, que é o clube de onde eu moro.

Quantos anos, estiveste no Gondim?

Desde os meus cinco anos até aos onze.

Já és jogadora oficial há tanto tempo?

É verdade. Joguei no Gondim até aos sub-13. Joguei sempre em equipas de rapazes, que comigo se transformava em equipa… mista.

Como se dá a passagem para o Boavista?

Só tinha direito a jogar mais uma época em equipas mistas e por isso, entre várias opções que apareceram, optei pela melhor e vim para o Boavista.

De uma equipa mista, passas para uma equipa feminina, mas que só joga contra equipas de rapazes. Como consideras isso. Uma injustiça, um erro?

O que considero é que no momento é mais difícil. Mas também sei que se nós conseguirmos evoluir e jogar assim, este facto, vai ser muito importante para o nosso futuro. Para o ano, depois desta experiência, vamos ser mais fortes e acabaremos por… ganhar isto tudo!

Mas, nesta fase, do campeonato mais exigente vocês perdem muitas vezes. Como conseguem reagir animicamente a essas derrotas?

Primeiro ficamos tristes. Mas sabemos que demos e jogamos o que sabemos. Muitas vezes os resultados também não são completamente justos. Depois, disso, temos que reagir e pensar para o próximo jogo.

A tua treinadora, Fernanda Silva, está muito esperançada na vitória de uma prova que ides disputar no Jamor. Que sabes sobre essa prova?

É a fase final de uma prova que pertence ao dia do Futebol Feminino, que se vai disputar no Jamor no dia 28 deste mês. Já estivemos na primeira fase, que se disputou no Park Vitallis e ganhamos os jogos todos, vencendo o apuramento para a final.

A “Nanda”, está esperançada na vossa final a nível nacional. Tens consciência das dificuldades?

Claro que vamos para ganhar, não vamos jogar para ganhar…vamos ganhar! A vantagem de jogar com rapazes dá-nos um andamento e poder de choque que as raparigas não aguentam (rui-se).  Vamos partir tudo.

Qual a tua posição em campo?

Sou médio-centro defensiva.

Como te auto-analisas como jogadora?

Sou uma jogadora de raça, com atitude e com cabeça, que gosta de defender e não gosta de perder, nunca.

Como analisas a tua equipa?

Temos uma grande equipa. Acho que podemos dar mais que aquilo que temos feito, porque o nosso valor é grande. Se continuarmos assim, com o grau de evolução que temos tido, vamos alcançar grandes resultados colectivamente e ter bons resultados de evolução individual.

Estás a fazer tratamentos a uma lesão, mas a treinadora quer que recuperes para o Jamor. Como aconteceu essa lesão?

Foi há duas semanas, num jogo. Quando ia a correr um adversário bateu-me de lado num tornozelo e lesionou-me no músculo. Claro que vou regressar no Jamor, penso que irei começar a treinar na sexta-feira (ndr. semana passada).

Como é que a tua mãe (estava ao nosso lado) que não nos ouve, reagiu a ter uma futebolista de cinco anos em casa?

Primeiro…queria Ballet, depois dança, mas no fim lá percebeu que  o futebol, era um gosto muito grande para mim e acabou incentivando e acompanhando, a troco de eu tirar boas notas nos estudos.

Isso, é chantagem familiar?

Primeiro estão os estudos, foi o que sempre disseram. Se eu falhar alguma coisa nos estudos…acabou treinos, acabaram os jogos. 
Por isso, tenho que me aplicar, para ter boas notas. Tendo boas notas, tenho o que gosto e quero. Eu sei bem o que quero!

Tudo controlado?

Tudo em paz. Só preciso de trabalhar e me aplicar nos estudos, porque no futebol é comigo e é sempre a evoluir.

Entrevista de
 Manuel Pina

quarta-feira, 18 de maio de 2016

NUNO OLIVEIRA - JUDOCA QUE VEIO DE OUTROS DESPORTOS

Nuno Oliveira, é um atleta de Judo, com quinze anos, sendo um multifacetado na prática desportiva, com experiência em várias modalidades. Sendo jovem reservado e parecendo  medir as respostas… acabamos por conhecer um pouco deste Judoca.

Que escola frequentas?

Estudo na Escola Aurélia de Sousa e frequento o nono ano.

Há quanto tempo, praticas Judo?

Há cerca de três anos e iniciei-me aqui no Boavista, sendo por isso, o meu único clube.

Como surge a opção pelo Judo?

Inicialmente, recorri ao Judo para melhorar um problema que tinha nas costas. Com o tempo, acabei por gostar da modalidade e decidi ficar.

Sempre que observo um praticante de Judo, fico com uma noção de pessoas calmas. Quem vem para o Judo são pessoas calmas ou é o Judo que os transforma?

É o Judo, que nos modifica.

Como definis a base do Judo?

No Judo, aprende-se disciplina e defesa pessoal. Para já, é a noção que tenho mas com o tempo de crescimento irei descobrir algumas coisas mais.

Passado a recuperação das costas, vais continuar no Judo?

Sim, vou continuar.

A que escalão pertences e qual o cinto?

Sou do escalão de Cadetes e tenho cinto azul.

Quantos treinos, fazes por semana?

Geralmente três, mas por vezes treino quatro vezes por semana.

A nível de competições. O que já conseguiste?

Fiz o open de Cadetes em Barcelos. Estive presente no Campeonato Zonal e nos nacionais de Cadetes e Juvenis.

Esta é a tua primeira modalidade?

Não. Já pratiquei hóquei em patins, no Académico. Pratiquei futebol e natação.

E porque abandonas para vir para o Judo?

Primeiro, optei por natação que era o que eu preferia. Mas o clube onde andava fechou e então passei para o futebol. Depois do hóquei optei pelo Judo.

Como é que se consegue, praticar Judo, estudar e namorar ao mesmo tempo?

Consegue-se sempre tempo. E ainda estudei piano.

Com quinze anos vais com uma rodagem…

É verdade!

quinta-feira, 12 de maio de 2016

ANA SILVA - UMA JOVEM QUE RESPIRA FUTEBOL

TIVE VÁRIOS CONVITES, MAS OPTEI PELO BOAVISTA

Ana Silva, é uma futebolista da equipa sénior, que joga actualmente na equipa de Promoção, recuperando de uma lesão. Encontramo-la no posto médico, para ser observada pelo Doutor Diogo Santos, e aproveitamos para a conhecer melhor.

É um caso inédito no futebol. Chegou há seleção nacional…quando ainda não jogava oficialmente!

Que idade tens e que equipa pertences?

Tenho dezoito anos, pertenço à equipa sénior, mas neste momento, jogo pela equipa da promoção. Sofri uma lesão e estou a recuperar na equipa da promoção.

Mas já jogaste na equipa principal?

Comecei esta época a trabalhar nesse plantel, mas a lesão surgiu na pré-época, por essa razão,, ainda não joguei oficialmente nessa equipa.

Vamos lá falar dessa lesão. Como aconteceu?

Tive uma rutura de ligamentos no joelho, tendo que ser operada. Depois o joelho ressentiu-se e começou a dar-me problemas, mas parece-me que está a ficar bom, outra vez.

Mas já recomeçaste a jogar?

Sim, já estou a jogar na equipa de promoção.

Vamos recuar no tempo. Como nasceu o gosto pelo futebol e onde começaste a jogar oficialmente?

Eu sou de Mondim de Basto, por isso, só comecei a jogar oficialmente há duas épocas e aqui no Boavista. Como em Mondim, não há equipas federadas só jogava futebol de rua. Fui chamada à seleção nacional de sub-17 e …

Espera um pouco. Como é  aconteceu isso? Se não tinhas clube como és chamada à seleção nacional?

O caso é, que participei, num torneio interassociações por Vila Real, e os responsáveis pela seleção viram-me jogar e chamaram-me.
Ana e o Doutor Diogo Santos
Essa situação, é  quase (senão mesmo inédito) tens a consciência desse facto?

Tenho. Muitas pessoas se admiram disso. É a tal sorte, que umas vezes temos e outras não. Até a mim me surpreendeu esta convocatória, mas aproveitei-a.

Quantos jogos, fizeste pela seleção?

Fiz quatro, no escalão de sub-17.

Porquê o futebol e não outra modalidade?

Talvez por influência da família. Os meus pais estavam emigrados e eu fui criada por uma tia, que tinha filhos rapazes e raparigas, mas eu optava sempre por ir com eles jogar futebol e não com as minhas primas.

Onde vives actualmente?

Vivo em casa da minha irmã, aqui no Porto e só assim, posso continuar a jogar futebol.

Estudas?

Sim, estudo em Gestão desportiva, no externato Santa Clara no décimo segundo ano.

Tu vives numa cidade que aceita perfeitamente que as mulheres joguem futebol, mas como reagiam as pessoas quando em Mondim de Basto, apareceu uma menina a jogar futebol?

No princípio, todos me apontavam o dedo, dizendo “És uma Maria rapaz”, “essa coisa de futebol é para rapazes” “devias ter vergonha”, etc… Eu nunca liguei. Nesse tempo, a minha mãe, dizia o mesmo, mas actualmente, já mudou a opinião dela e até me apoia muito nisto.

A menina, venceu a sociedade?

Não sei se venci, sei que fiz, o que gosto de fazer.

Qual a tua posição em campo?

Sou extrema, esquerda ou direita.

Quais as tuas características como jogadora?

Sou rápida, tenho um bom drible e bom remate.

Como surge o Boavista na tua vida?

Depois de ter jogado na seleção, aparecerem vários clubes interessados em mim e entre vários, optei pelo Boavista.

O futebol é uma brincadeira ou mais que isso?

Por acaso, pretendo no futuro fazer carreira no futebol. Para mim o futebol nunca foi e nem será só uma brincadeira.

Profissionalmente, o que desejas ter no futuro?

Volto ao mesmo. Quero tirar um curso de árbitro e um curso de treinadora de futebol.

Não tenho dúvidas que és mulher de futebol. Queres deixar alguma mensagem?

Queria agradecer a todas as pessoas que me apoiaram e que acreditaram em mim. Apesar destas lesões e contratempos, continuo a acreditar que irei chegar longe.

Não me digas que estás complexada por teres sofrido uma lesão? Uma lesão qualquer atleta pode sofrer. Passa-se isso, contigo?

Não tenho complexo, mas sinto-me triste por estar a dar trabalho a outras pessoas e quero estar a cem por cento para jogar.

Entrevista de 
Manuel Pina