GRAZIELA PALMEIRA "A SENHORA VOLEIVOL" EM BALANÇO

É a dirigente máxima do Voleibol axadrezado. Uma Senhora dedicada às suas meninas que dirige um Departamento exigente mas sempre muito activo e organizado, mau grado o triste acontecimento que nos fez sofrer a todos.

Esta Senhora, chorou... secou as lágrimas e... continuou!

A meio da época, como considera que tem corrido globalmente a época?
Considero que tem corrido dentro do esperado e o esperado é a manutenção da equipa Sénior na A2. Quanto à formação apostamos no futuro, logo os resultados não são os mais importantes;

A nível de balanço, como analisa o desempenho das equipas?
Em relação ao desempenho das equipas, todas as nossas atletas, sem excepção, têm dignificado e bem a camisola que envergam, com muita garra, atitude e raça, em memória ao nosso QUERIDO E SAUDOSO DIRECTOR JOSÉ PALMEIRA que tanto lutou pelo Boavista e pela sua própria vida, até ao fim. Por essa razão todas elas dizem na saudação:

”ESTAMOS NA LUTA” .
Estou certa que, esta saudação foi-lhes incutida pelo Coordenador Paulo Pardalejo;

As equipas Minis têm grande número de atletas. Este número poderia ser maior se tivesse melhores condições?
Com certeza absoluta que esse número seria muito mais elevado. Bastaria termos um pavilhão, no Bessa, onde pudéssemos concentrar todos os escalões, para treinos e jogos.
Estou convencida que voltaríamos a ter o pavilhão repleto de atletas como antigamente;

Quais os tempos de treinos que têm por escalão?
Os tempos por escalão são os seguintes:
Seniores – 6h30
Juvenis - 6h00
Iniciadas – 5h30
Infantis - 5h30
Minis - 3h00
Ou seja, temos no total 16 horas semanais. Aproveitamos ao máximo os pavilhões, treinando 2 a 3 equipas ao mesmo tempo, em espaços reduzidos.
Se me pergunta se é o ideal, de imediato lhe respondo que não, por essa razão e mais alguma é que para mim, as minhas atletas e treinadores são os melhores;

E quanto mais precisaria para o que considera ser o ideal?
O ideal seria, no mínimo, 8 horas semanais por escalão e com a utilização integral do pavilhão;

Vamos partir do suposto que a situação do Clube melhora no futuro. O que acha necessário para colocar a equipa sénior na divisão principal?
Para colocar a equipa sénior na divisão principal, seriam necessários 2 a 3 reforços com mais experiência e de top, a exemplo de algumas equipas da A2 e que se encontram a disputar a subida à A1.
Para isso, teríamos que dispor de valores que, de momento, é nos totalmente impossível e de forma alguma iremos incorrer em erros do passado.
Se tivermos em conta que a média de idade das nossas atletas não chega aos 22 anos, que a maioria vem dos nossos escalões de formação, que jogam por amor à camisola, que nada recebem em troca e principalmente porque gostam muito do Boavista, então posso afirmar:
- TENHO MUITO ORGULHO NESTA EQUIPA. É UMA EQUIPA MARAVILHOSA E ACREDITO QUE COM OS VALORES QUE LHE RECONHEÇO, UM DIA POSSA CHEGAR A CAMPEÃ;

O Voleibol do Boavista é uma autêntica família. Desportivamente poderia ser mais competitivo? O que seria necessário?
Desportivamente poderia ser mais competitivo se tivesse as condições necessárias atrás descritas;

É muito positivo ter atletas seniores que acumulam com o cargo de treinadoras das mais jovens. Como conseguiu essa colaboração/dedicação?
Como é do conhecimento de todas as pessoas ligadas ao Voleibol do Clube, tudo foi tratado pelo nosso Director José Palmeira.
Bastante debilitado e com pouco tempo de vida, não deixou por mãos alheias o reiniciar da nova época. Trabalhou afincadamente para a mesma, reunindo com todas as pessoas da sua confiança, em casa e mesmo no hospital, (situação normal e própria dele, que desde sempre nunca gostou de dar nas vistas), incutindo-lhes a força necessária para dar continuidade ao seu projecto.
Nesse projecto faziam parte todas as atletas/treinadoras que tinham tirado o curso de treinadoras.
De modo a poder descansar, após tantos anos a trabalhar para a modalidade, tinha em mente entregar, mais tarde, o Departamento a alguém de confiança, pessoa essa que gostasse muitíssimo da modalidade, mas principalmente do Boavista.

O Voleibol vive das suas receitas?
O Voleibol não vive das suas receitas, tal como a maioria das outras modalidades.
Contudo, a nossa formação contribui e sempre contribuiu bastante, para minimizar os custos do Departamento;

Desde que assumiu o Departamento, por razões que todos conhecemos, tem aumentado o número de colaboradores no Voleibol. O que tem a dizer sobre isso?

Quanto ao aumento de colaboradores (4) e aos restantes, neste momento somos 7, só tenho que lhes agradecer toda a colaboração e apoio.
Sem eles nada seria possível, porque a nossa modalidade exige trabalho e força física e essa já eu não a tenho.
Nas épocas anteriores todo este trabalho era exercido pelo José Palmeira e mesmo sem forças, nunca descurou essa parte.
A todos os colaboradores o meu muito obrigado. Tenho a certeza que eles estão connosco por gostarem da modalidade, mas também por “ELE”;

Quais os objectivos que tem para o Voleibol?
Os nossos objectivos são os que o BOAVISTA deseja em tudo o que, desportivamente, está metido.
Voltar ao lugar de onde nunca o deveriam ter tirado.
Se o conseguirmos todos ganhamos, quer a nível desportivo, quer a nível de, novamente, sermos respeitados.

ESTAMOS NA LUTA
VIVA O BOAVISTA