segunda-feira, 27 de junho de 2016

RAFAEL VILAS BOAS - NO BOXE POR PAIXÃO

O BOXE MUDOU A MINHA VIDA

Encontramos, Rafael Vilas Boas, um jovem pugilista do Boavista a treinar intensamente, numa manhã de treino na Academia do Bessa.

Que idade tens e há quanto tempo praticas boxe?

Tenho dezoito anos e estou no boxe, há cerca de ano e meio.

Qual o escalão etário a que pertences?

Passei este ano para sénior.

Já tiveste algum combate oficial?

Sim, realizei um combate que ganhei, embora tenha dado match nulo por causa do peso.

Lembro-me desse caso… quem tinha peso a mais?

Era eu. Eu estava "certinho", mas comi uma hora antes das pesagens e acusei isso.

Havendo tanto rigor, e vocês que vivem no limite do peso, esse facto é para vós um tormento?

Nós estamos habituados a isso e temos que ter cuidado. Nesse dia, o que aconteceu foi que almocei e depois jantei e ultrapassei um pouco o peso. Mas vivemos bem com esse problema. Temos que nos controlar.

Como ingressas no boxe?

O meu tio sempre praticou boxe. Eu joguei futebol, mas a partir de certa altura perdi o interesse no futebol e comecei a experimentar o boxe. Neste momento, não consigo “ver” a minha vida fora do boxe. O boxe, mudou totalmente a minha vida.

Quantos treinos, fazes por semana?

No mínimo três, às segundas, quartas e sextas, com o Mister Caldas. Às terças e quintas, independente das aulas venho sempre treinar, com mais alguma liberdade técnica.

Um dos teus colegas disse-me numa entrevista que cada atleta tem o seu estilo, mas que o Carlos Caldas o vai moldando Tens um estilo próprio, ou estás a assimilar tudo o que o Caldas indica?

Reconheço que comecei praticamente do zero, mas tenho evoluído muito com os ensinamentos do Senhor Caldas. Tudo que sei, até hoje, tenho que agradecer ao “mister”.

O Rafael, que eras anteriormente, mudou alguma coisa com o boxe?


A minha vida mudou completamente. Comecei a ter mais disciplina, comecei a pensar de outra maneira. Quando treino, a minha vida desaparece totalmente e só penso nisto. Por isso, posso dizer que sem o boxe, andava um pouco perdido.

sábado, 25 de junho de 2016

JOANA SANTOS - O FUTEBOL COMO FUTURO

Joana Santos, futebolista da equipa de Sub-19, apresentou-se algo envergonhada mas com o “andar” da conversa, acabou por se acalmar. Vamos conhecer mais uma jovem do futebol axadrezado.


Vamos identificar a nossa “envergonhada”. Nome e idade?
Chamo-me Joana Santos e tenho dezassete anos.

Extra futebol o que fazes?
Estudo na Escola Comércio do Porto, num curso opcional.

Há quantos anos jogas futebol?
Desde os seis anos.

Parto do princípio que, com essa idade, não começaste no Boavista. Qual foi o teu primeiro clube?

Comecei pelo futsal, no “Invicta Futsal” que “era” junto a minha casa e que entretanto, acabou. Nesse clube estive, praticamente até aos dez anos. Daí fui para o Leixões, onde não fui bem recebida, porque ainda estava no escalão de jogar em equipas mistas com rapazes.

Explica mais em pormenor, essa questão. O que queres dizer?

Era constante, ouvir “ o futebol não é para meninas” e coisas dessa ordem e sentia-me posta de lado.

Como reagiste a essa visão “machista”?

Desisti do futebol.

Mas regressaste. Como aconteceu?

Através de uma amiga que jogava no Boavista, a Luana Monteiro, que falou com os meus pais e assim vim para o Boavista em dois mil e onze.

Esta época, jogavas na equipa a que chamam do protocolo. Esse facto, diminuiu-te, ou consideras que é uma passagem para a equipa “principal”?

Isso, para mim, não tem qualquer significado. O que me interessa é que jogue, que me sinta bem no que faço. Tenho confiança em mim e sei que vou seguir em frente e chegar o mais longe possível no futebol.

Esta pergunta é, para mim, sacramental. Porque escolheste o futebol e não outro desporto?

Esse gosto apareceu desde pequenina e não sei explicar, a não ser que tenha herdado de alguns familiares. Não me debruço sobre essa questão, apenas a assumo.

As equipas do Boavista são muito jovens. Isso, é um problema competitivo para vós ao defrontarem equipas mais “adultas”?

Para mim é igual, quer tenham vinte ou vinte e um anos. Eu vou defrontá-las da mesma forma, porque para mim o importante é vencer.

Qual a tua posição em campo?

No início da época, comecei a ponta de lança, depois passei para extremo e agora estou a jogar na defesa.

Não achas que ao jogarem futebol de nove e não (ainda) de onze, altera a postura táctica individual no campo?

Para mim, é indiferente… eu quero é jogar à bola, mas entendo a sua questão, porque ao jogarem nove e não onze, andamos um pouco sem a rigidez táctica completa que iremos ter no escalão sénior.

A Federação vai apostar muito no futebol feminino, a partir da próxima época. Pessoalmente o que ambicionas para o futuro?

Pretendo, pelo menos, representar o meu país, jogar na Selecção Nacional e ser conhecida internacionalmente.


Para terminar, pergunto como analisas a época que acabou?

Acho que foi muito positiva. Cada uma deu o melhor de si, em defesa da equipa. Infelizmente não atingimos o primeiro lugar, mas realizamos uma boa prestação no campeonato e na taça. Ninguém baixou a cabeça, todas deram o melhor e acabamos em quarto lugar.

Pergunta, que todos querem fazer às meninas do futebol. Como é, chegar junto aos pais e dizer “quero jogar futebol”? Vieram, aquelas afirmações “isso é para rapazes”…ou outras do género?

Comigo nada se passou de anormal. O meu pai, foi o que mais me apoiou. Ele próprio escolheu os clubes para eu jogar e sempre me apoiou, por isso, esse problema nunca me aconteceu. Sempre fui apoiada pelos meus pais.

Entrevista de 
Manuel Pina

segunda-feira, 20 de junho de 2016

JOANA PEREIRA - UMA DOUTORA NO BOXE

O boxe, é a modalidade que me faz subir a adrenalina

O boxe do Boavista, não é um mundo exclusivamente masculino. Uma das várias jovens que pratica a modalidade, é Joana Pereira.  Interrompemos  um dos seus treinos e  realizamos uma pequena entrevista.

Quem é a cidadã Joana Pereira?

Sou natural do Porto e tenho vinte e quatro anos.

Qual a razão de praticar boxe?

É uma forma de manter a forma física. É o único desporto que me faz subir mais a adrenalina, embora pratique boxe só como manutenção.

Há quanto tempo praticas a modalidade?

Aqui, no Boavista desde Setembro. Treinei em Coimbra, durante os meus estudos, durante dois anos e meio.

Estudas?

Acabei o curso há pouco tempo e estou a fazer uma pré-graduação. Tirei o curso de direito em Coimbra e estou a fazer a minha graduação no Porto.

Uma advogada a lutar boxe

É verdade.

Qual a razão da escolha do Boavista?

Sei que o Senhor Caldas é um grande treinador e que o Boavista é o melhor Clube no boxe. Por essa razão escolher um clube no Porto, teria que ser o Boavista.

Quantos treinos, fazes por semana?

Treino dois ou três dias por semana, quando consigo, por vezes não é possível.

Como se sente uma menina no meio destes “guerreiros”?

Tranquila, sou super bem tratada, por todos 

quarta-feira, 15 de junho de 2016

CARINA GARCIA - TREINADORA DE GINÁSTICA

QUANDO SE FAZEM AS COISAS COM GOSTO, TUDO SE CONSEGUE

Carina Garcia, é treinadora de Ginástica Acrobática que confessa ter o “Bichinho” da ginástica bem vivo dentro de si, ao ponto de ter (já) inscrito a sua “menina” nas aulas de Palygym, para dar continuidade ao seu "vício".



Há quanto tempo és treinadora de ginástica?

Sou treinadora e, sempre no Boavista, há sensivelmente cinco anos.

Vamos conhecer um pouco do teu passado desportivo. Como te iniciaste?

Fui atleta de ginástica rítmica. Depois, como treinadora, entrei no Boavista, como técnica de ginástica artística no Playgym e acabei por enveredar pela ginástica Acrobática, pela qual tenho actualmente uma grande paixão.

Ginasta global… três em uma!

Verdade.

Como atleta, conseguiste alguns resultados significativos?

Tive algumas medalhas… cheguei a participar em provas nos Açores. Era uma boa atleta, mas não pude dar continuidade à minha carreira, porque cheguei a uma dada altura, em que tive que me entregar mais severamente aos treinos e as minhas notas escolares, começaram a descer. Os meus pais, optaram pela escola e tive que deixar a ginástica.

A turmas que treinas, são composta por muitas jovens?

É difícil quantificar o números de atletas, porque no playgym as inscrições alteram muito de ano para ano, o número de atletas por turma. Mas neste ano, na ginástica Acrobática, temos muitas, mesmo, muitas atletas.

Que apreciação técnica, fazes, globalmente sobre elas, agora que a época está a terminar?

Globalmente, considero que evoluíram muito. Nós, os  treinadores, também tentamos incutir ao máximo o esforço, empenho e dedicação por parte delas, nomeadamente para não faltarem aos treinos, entregarem-se de corpo e alma á nossa causa, que seria participar em todas as provas existentes.

E conseguiram cumprir, esse objectivo?

Sim, conseguimos, estando presentes em todas as provas que tínhamos determinado.

E os resultados obtidos?

Fomos, várias vezes ao pódio. Tivemos dois campeões distritais, conseguimos ir às provas nacionais, que foram realizadas no passado dia quatro, facto que nos causou uma grande alegria.

Vamos falar um pouco dessa prova. Como correu?

O principal objectivo, era mesmo, só participar. Isto, porque a Acrobática, estava há vários encerrada no Boavista, e esta prova era o regresso do Clube à competição. 
Para nós, que reabrimos a ginástica Acrobática, há três anos, alcançar o direito de participar nos nacionais, é por si só uma grande alegria.

Qual a idade das tuas atletas?

Varia muito. Tenho atletas dos seis aos dezoito anos.

A ginástica exige muito das atletas. Como consegues que estas jovens se entreguem diariamente a todo este treino?

A ginástica exige, realmente muito das atletas a nível de dedicação. Tento que continuem dedicadas e entregues, com uma base de conversação e diálogo. Tento mostrar-lhes que se treinarem bem, conseguem lugares no pódio.

É preciso trabalhar intensamente para se alcançarem resultados. Há pais que não entendem (muito bem) esse facto?

A nível competitivo, tem que haver muito trabalho. Há situações com que nós treinadores, não corroboramos, porque faltar aos treinos para estudar para um teste, para nós não é viável. 
Isso, ainda acontece e sabemos que se a atleta, quiser vir, pode não o conseguir porque está dependente dos pais. Ainda assim, tentamos “educar” “ os pais no sentido de as castigarem de outra forma. Porque como o treino, é um gosto tão grande, tão forte por parte das atletas, que os pais "vêem-se obrigados" a castiga-las, das falhas nas aulas e retiram-lhes os treinos. Isso, não vai de encontro aos nossos ideais, mas aos pouquinhos penso que estamos a conseguir que nos entendam.

Para uma treinadora exigente, como consideras as condições que tens?

São positivas e estamos sempre a melhorar.

Para quem reiniciou a Acrobática há três anos, como vês o momento? Tem havido a evolução desejada?

Eu não reiniciei a Acrobática no Boavista, entrei mais tarde. A impulsionadora, foi a Susana, mas entrei alguns meses depois. Tem havido uma evolução fantástica a todos os níveis.

Se uma atleta tem que ser dedicada, sendo aluna, como tem que ser uma treinadora, já adulta e mãe?

Tem que haver muita dedicação e muito esforço. A "nossa" ginástica é essa. Quando se fazem as coisas com gosto consegue-se tudo, mesmo conciliar a vida particular e a desportiva.

Não estás cansada ao fim de tantos anos?

Não! de todo, não! O cansaço físico acontece um bocadinho com o passar do tempo, mas de repente... já estamos a pensar na próxima época. Portanto, isto não para. É um vício.

A ginástica está no teu interior?

Sem dúvida alguma e é o que eu mais gosto. Se puder continuar aqui, continuarei sempre.

O que significa treinar no Boavista?

Um orgulho enorme. Temos um ambiente fantástico. Colegas, equipas, chefes, são todos fantásticos, provocando um grande ambiente de trabalho. Somos todos, uma equipa a lutar para o mesmo lado.

Alguma mensagem?
Queria dar os parabéns às minhas atletas que se portaram muitíssimo bem este ano. Estamos muito orgulhosos e vamos continuar a trabalhar para conseguir as nossas metas.

Esse vício é para passar para a tua miúda?

Claro! E ela já faz parte da turma de Plygym, com apenas três anos.

Para continuar com o bichinho da mãe?

Exactamente!

Entrevista de 
Manuel Pina

quinta-feira, 9 de junho de 2016

TIAGO RODRIGUES - UM JOVEM PUGILISTA, COM 40 ANOS

O SENHOR CALDAS É O MELHOR TREINADOR DE RINGUE PORTUGUÊS E É UM PILAR NA MINHA VIDA


Tiago Rodrigues, é o pugilista mais “antigo” do circuito do Boxe Amador Português, sendo por consequência um dos atletas com mais anos de Boavista. Homem de dedicação extrema, treina com intensidade, para terminar a carreira com o Título (individual) de Campeão Nacional, que as lesões lhe têm roubado.
Terminado um treino, conversamos com este exemplo de pugilista.

Tiago, que idade tem?

Quarenta anos.

Qual a categoria em que luta?

Sou super-pesado.

Pelo que tive oportunidade de me aperceber, é um dos pugilistas com mais tempo de casa. Confirma?

Em tempo consecutivo, estou no Boavista há oito anos, mas já estive alguns anos ausentes por lesões, por isso, contado com o tempo intercalado, estou mesmo há muitos anos.

E no Boxe, quando começou?

Comecei na modalidade relativamente tarde, com cerca de vinte e sete anos.

Começou no Boavista?

Comecei. Porque quem me ensinou o boxe foi um atleta de longos anos do Boavista. Foi ele que me trouxe com ele para o clube.

Falamos de quem?

Do Ricardo Rocha.

Voltemos à sua entrada no boxe…

Como nessa altura eu não estava inscrito por nenhum clube, na tal fase de interregno, por motivos de uma lesão muito grave que tive, o Italiano e o Augusto Pinheiro, trouxeram outra vez para o Boavista. E a partir desse regresso, foi sempre seguido.

Como surgiu no boxe somente aos vinte e sete anos?

Sempre gostei do boxe, mas o boxe foi sempre um bocadinho conectado com uma parte menos boa da sociedade, digamos assim. Com o passar dos tempos, fui-me apercebendo que era um preconceito, que hoje se prova, é totalmente errado. 
O senhor, se vier aqui, depois das dezassete e trinta, vê que temos aqui professores universitários, professores de escola primária, engenheiros, médicos, empresários, etc… e todos nós, convivemos com eles e com o pessoal de competição, numa convivência sã e de camaradagem.

Os pugilistas costumam realçar a amizade que têm uns pelos outros. Qual a sua opinião sobre este tema?

No boxe, há um espírito de lealdade que não há em mais nenhum desporto. Há um sentimento de liberdade no fim de cada treino, que nem consigo descrever. Como vê até me estou a arrepiar ao afirmar isto. Não há descrição possível. 
O boxe, não é, só bom em termos de saúde física, a grande interferência do boxe sobre nós é em termos mentais, porque pelos movimentos que nos obriga a ter, ajuda o corpo a libertar-se, ao mesmo tempo que liberta a mente. 
Muita gente não repara mas o boxe é um jogo de muita inteligência, em que a cabeça tem que comandar na perfeição todo o resto do corpo. Quando se consegue fazer entrar em harmonia todos os factores físicos, os grandes atletas aparecem.

Neste momento, continua a competir?

Continuo. Sou o atleta mais velho do circuito e estou na minha última época. Conforme já citei numa entrevista passada, vim de lesões muito graves, mas graças a Deus, já me sinto recuperado, já jogo bem e ultrapassei as minhas limitações. Tive lesões graves e depois do meu retorno essas lesões repetiram-se, mas estou recuperado.

Títulos individuais?

Desde que regressei, tenho sido sempre Campeão Regional, Campeão Regional da Taça de Portugal, Vice-Campeão Nacional. Tenho ido, sempre às finais nacionais, e acho que as duas últimas, que perdi, as perdi muito injustamente, como se pôde ver na televisão. 
Este ano, vou tentar ajudar a conquistar os títulos colectivos, não esquecer que o Boavista é penta-campeão nacional de clubes.,,

Aposta no título nacional, para encerrar a carreira?

Exactamente. Treino para vencer o  título de Campeão, que seria a chave de ouro para fechar a carreira. Seria acabar a carreira em beleza, até porque já fiz as quatro categorias. Já combati em 81, em 91 e mais de 91Kg.

Com tantas épocas no Boavista, quer fazer uma comparação dos tempos que entrou e a actualidade?

Eu próprio estou admirado com a frequência de atletas no boxe do Boavista. Umas vezes venho de manhã, outras de tarde. Numa dessas tardes, contei aqui, quarenta e oito atletas entre competição e manutenção. O ginásio já se torna pequeno para tanta gente.

Mas as condições melhoraram muito com a criação deste ginásio. Não concorda?

Muito mas mesmo muito em espaço e qualidade, mas já se torna pequeno, para aquilo que o boxe tem, no momento. Acho que a Cúpula do Clube, deveria passar por aqui para se aperceber desta realidade.

A que se deve tanto crescimento?

Mesmo as pessoas que só fazem manutenção, gostam muito do Senhor Caldas, gostam muito dos preparadores físicos que temos, o David e o Fredy que são pessoas excepcionais, que sabem apropriar o treino a cada tipo de pessoa. Por exemplo, um empresário que passa a vida no escritório, naquela vida stressante, é um individuo que não pode sair daqui com pisaduras ou coisas do género. Por isso, há sempre um tipo de treino específico para este caso.

Com este vício que sente pelo boxe, o que pensa fazer depois de terminara a carreira?

Gostava de ficar a ajudar o senhor Caldas, a ensinar os mais novos , que eu gosto muito de fazer. Gosto de os mimar, de lhe dar confiança para o ringue. Olhe vou-lhe dizer algo que nem deveria dizer isso, agora, porque só deveria dizer mais daqui a uns anos. Temos aqui miúdos que irão ser grandes atletas que me tratam de forma que me emociona e que aposto irão ser grandes no boxe. O João, o Melo, o Vitinha, são miúdos muito fortes que vão dar cartas não só no Boavista.

Aposta neles?

O João, vai ser um portento a nível internacional, veja bem o que eu estou a dizer…a nível internacional. 
O João vem quase todos os dias de Viana do Castelo ao Porto só para treinar. Veja quem é este miúdo e a força de vontade dele. Tem excelentes notas na escola, não se lhe ouve dizer um palavrão…é um exemplo. E é com eles, que eu quero trabalhar. 
Estes três miúdos que mencionei, irão ser o orgulho do Boavista e a muito breve prazo.

Vi que entre você e o senhor Caldas há uma relação muito especial. Quem é o Caldas para si?

Para mim, o Senhor Caldas é como se fosse o meu pai. Eu não lho digo, nem preciso de lhe dizer, mas o Senhor Caldas para mim é um pilar que tenho na minha vida. É um bom homem, que está sempre disposto a ajudar toda a gente. Lamento que noventa por cento das pessoas que ele ajuda, não lhe reconheçam o valor que ele tem.

E como treinador?

Para mim é o melhor treinador de ringue que existe em Portugal. É um individuo que vai aos pormenores, que vai directamente aquilo que nos faz falhar e nos corrige.

Eu quase nunca o vejo a dar-vos treinos dentro do ringue. Qual é o método que aplica?


O senhor Caldas tem o dom de não descaracterizar o atleta. Cada atleta tem o seu estilo e o Senhor Caldas, deixa-o desenvolver o seu estilo e aperfeiçoa-lhe certos pormenores para que ele possa praticar o boxe, dando o seu estilo, o seu espectáculo, fazendo bons combates. É nisto que eu tenho apreendido com ele.

Entrevista de 
Manuel Pina