quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

MARIANA COSTA - UMA ATLETA COM AMIBÇÕES NO VOLEIBOL

SE AS OUTRAS CONSEGUEM, PORQUE NÃO HEI-DE CONSIGUIR EU? 
CLARO ,QUE VOU CONSEGUIR!

Mariana Costa, é uma atleta da equipa de Juvenis de voleibol. Começou a entrevista algo receosa, mas com o passar do tempo, foi ficando mais à vontade. Tivemos uma conversa, versando a cidadã, a desportista e uma jovem com poder critico.



A CIDADÃ
Vamos iniciar esta conversa, por conhecer a cidadã e depois a desportista e aluna. Quem é a Mariana?

Chamo-me Mariana Costa, tenho dezasseis anos e frequento um curso na área desportiva, no Externato Santa Clara.

Neste momento, estás a realizar um estágio, no Boavista. Porquê no Boavista?

O estágio, tem a finalidade de interagir com a sociedade, ser uma base de trabalho e de preparação para os objectivos do próprio curso. 
O facto de ser no Boavista, deve-se a eu ser atleta do Clube e o professor Carlos Simão, ter colaborado, com a parte desportiva do estágio.  Depois, vim para o Estádio do Bessa, concluir a parte administrativa. Mas todo o processo, teve em base a escolha da escola que ligou para o Boavista e pediu para o estágio  ser feito aqui.

Para o futuro o que pretendes fazer na vida?

Quero continuar ligado ao desporto, como praticante de voleibol e profissionalmente tenho dois sonhos. O primeiro, é utilizar o meu curso no ramo de gestão desportiva e o segundo, estar ligado à moda.

Moda?

Sim. gosto muito e é uma das minhas paixões.

Para concluir esta fase, pergunto qual é o clube de coração da Mariana Costa?

Cem por cento, Boavisteira! Desde que me conheço sempre tive  amor a este clube, assim como sente a minha mãe. Somos mesmo, boavisteiras e vou inscrever-me como sócia ainda este mês. Aliás o departamento de voleibol, vai inscrever todas as atletas como associadas, mas eu quero ser sócia para sempre.

Desportivamente falando, começo por perguntar. Porquê o voleibol?

Entre todos os desportos, há sempre um que mais gostamos mais, e comigo, foi sem dúvida o Voleibol que mais me entusiasmou.

Há quanto tempo estás no Boavista?

Há cerca de quatro meses, porque não entrei em Setembro, como seria normal. Estou ainda numa fase de aprendizagem na modalidade, embora ansiosa por começar a jogar. 
O meu processo de inscrição foi algo complicado mas está finalmente concluído e agora, será a treinadora a decidir a minha estreia oficial.

Então só iniciaste a prática de voleibol este ano. E antes que modalidade praticaste?

Sim, só comecei no voleibol ao chegar ao Boavista, mas antes, pratiquei natação e patinagem.

Em que clubes?

Na natação, foi no Senhora da Hora e na patinagem, foi através da escola.

Como surge a ideia de mudar de modalidades?

A minha mãe foi atleta de voleibol no Boavista e o meu avô pertenceu à equipa de ciclismo do Boavista. Como sou boavisteira, quis vestir a “nossa” camisola e o voleibol, pareceu-me o caminho a seguir, para concretizar esse sonho. 
Como todos estiveram ligados ao Boavista, eu… juntei tudo!

Como viveste, na condição de  boavisteira, a queda do clube na segunda divisão e actualmente, o seu renascimento?

Quando caiu, ou o fizeram cair, melhor dizendo, foi uma admiração... porque nunca pensei que isso ia acontecer. 
Neste momento, sinto uma grande alegria e uma certeza que o Boavista,vai voltar onde estava e que é o seu lugar. Sinto um orgulho enorme pela reação que o clube teve, já que foi dado como acabado, mas contrariando todos, aqui está de novo, para ficar cada vez melhor.

Acreditas nisso?

Claro que sim!

A ATLETA

Vamos falar da atleta. A que equipa pertences e... “percebias” alguma coisa de voleibol?

Pertenço à equipa de Juvenis e claro, que quando cá cheguei não jogava nada! Estou a começar do zero. Tinha jogado em torneio de escola, mas não tem nada a ver com as técnicas que aqui se usam. O melhor é mesmo dizer que estava a zero.

Mas e nesta fase, como estás?

Já vou conseguindo algumas coisas. Ninguém nasce a saber andar, partimos do principio que estou a melhorar os meus conhecimentos e certa que vou conseguir evoluir. 
Se as outras conseguem, porque não conseguiria eu?

Como foste recebida no grupo?

Fui recebida muito bem e conheço-as a todas. É tudo, pessoal "cinco estrelas", num ambiente muito bom que se vive aqui no voleibol do Boavista. 
Mesmo por mais fortes que sejamos, uma ou outra vez, aparece algum desânimo e as pessoas caem. Aconteceu comigo e cheguei a cair, mas elas, apoiaram-me, deram-me ânimo e mostraram-me o seu exemplo. Tudo cinco estrelas.

Quem é a treinadora?

Rita Melo.

Queres dizer mal dela?

Não. Ela é boa treinadora, às vezes tem as suas coisas… mas é como toda a gente.

Como vês a prestação da tua equipa?

Acho que têm melhorado. No escalão anterior, em que elas estavam, parece que não estavam nada bem. Agora têm evoluído, fruto de um excelente trabalho que todas estamos a fazer. Vamos conseguir a evolução que todos os nossos treinadores desejam.

Como é para ti, andar com o teu emblema ao peito?

É um orgulho! Quando recebi o meu equipamento fiquei feliz e orgulhosa. Vou na rua, com o meu equipamento de treino, as pessoas olham e eu fico toda vaidosa e orgulhosa por pertencer ao Boavista. É óptimo.

Como consegues conciliar estudos e treinos?

Quando se gosta, tudo se consegue. Por vezes, cansa um pouco, mas não desisto. Durante o estágio a Doutora Sara Monteiro, tem-me facilitado os horários para ir para os treinos e aproveito para lhe agradecer por isso. 
Quando tenho aulas, saio das aulas, lancho e venho para os treinos. É tudo feito a correr, mas quem gosta…não cansa.

O Coordenador de formação, fez uma afirmação incrível esta semana. Chamou-vos a “Geração do Iogurte” para quem se tem que falar com muito cuidado, pois não passais de uns “vidrinhos de cristal” a quem é preciso engraxar, para vos dizer, umas "verdades" de seguida. Se a vossa vida é muito mais fácil que a de décadas antes, como sois mais fracos que eramos na altura? Com tantas facilidades que vocês têm, como acontece isso?

Pela razão que aponta. Por termos a vida tão facilitada, por termos tanto apoio, é que nos tornamos tão mimadas. 
Estamos habituadas a ter todas as vitórias que a vida nos pode dar. Tudo é fácil. Quando aparecem as primeiras dificuldades, não estamos preparadas para enfrentar. Nessa altura, precisamos do “tal engraxamento” que o professor fala. 
Mas sei que a vida não é assim. Nós temos que conseguir as coisas, pelo nosso esforço, pela nossa autonomia. Esse abandono, e fuga à realidade acontece na escola, nos treinos etc… os meus pais chamam-me a atenção para isso, se desperdiçamos hoje, vamo-nos arrepender para toda a vida. 
Nos treinos e na vida, devemos dar o que podemos e até o que não podemos, pois só assim, conseguiremos as vitórias no desporto e na vida, porque a vida também é um jogo que temos que vencer.

Então o professor tem razão?

É verdade, que tem.

Como vès a carreira da equipa sénior?

Vejo uma grande carreira de uma equipa muito jovem que muito nos orgulha. São excelentes jogadoras, que irão ter grande futuro. 
Vão ganhar e perder muitas vezes, na sua carreira, mas o importante é que não se desmotivem. Estamos orgulhosas do que têm feito.

Sonhas um dia pertencer a essa equipa?

Claro que sim, mas tenho que trabalhar muito, mas estou confiante, porque sei que não se aprende tudo num dia, nem de um dia para a noite. O primeiro objectivo, é começar a jogar oficialmente e depois…c continuar a prender. Enquanto não jogo ajudo, com muito gosto, na banquinha.

Para que é realizada a banquinha?

Para conseguirmos fundos para participarmos nos torneios.

Gostas de estar na banquinha?

Acho que é uma confiança enorme, que depositam em mim, porque mexo muito com dinheiro e com clientes. Consigo estar na banquinha e parar para as ver jogar. Gosto muito da confiança que me deram.

Quando te vais estrear?

Quando a treinadora decidir. Mas quero e anseio o mais cedo possível, embora entenda que não é eu chegar aqui e toca a entrar na equipa, tirando quem cá está há anos. 
Tenho que progredir, mas assento toda a minha convicção, numa frase. 
Se as outras conseguiram, porque não conseguirei eu? A resposta é fácil...
Claro, que vou conseguir!

Entrevista de 
Manuel Pina




PAULO MOREIRA, UM PUGILISTA COM AMBIÇÕES

O BOXE É UM JOGO DE XADREZ

 Paulo Moreira, é um pugilista do Boavista, que este ano, sofreu uma lesão no combate de decisão do título nacional. (este combate, tem passado diversas vezes na Sportv).
Ccom vinte e sete anos, continua a apostar na conquista do título, que este ano, a sorte lhe roubou a dez segundos do fim do combate.


Quando ingressou no Boavista?

Comecei há quatro anos e foi o meu primeiro e único clube de boxe.

Praticou alguma modalidade, antes de enveredar pelo Boxe?

Pratiquei outras, mas mais a sério, pratiquei o Taekwondo.

A que se ficou a dver essa mudança?

Senti uma curiosidade pelo Boxe e como sempre ouvi falar muito bem, da escola do Boavista, resolvi experimentar a modalidade e veracidade sobre o nome da escola.

Que achou?

Que era verdade. A escola do Boavista, confirma-se como uma excelente escola, talvez a melhor a nível nacional e a dedicação que tenho dado ao Boxe, responde pelo resto.

Qual a categoria em que luta?

Em setenta e cinco quilos.

Qual a análise que faz a este período de quatro anos?

Tem sido, claramente, positivo. No primeiro ano, fui Campeão Regional e Vice-campeão Nacional. Depois tive uma fase em que me posso queixar de algumas coisas, entre elas as arbitragens. Este ano (2015) recuperei o título Regional e tive azar no final do nacional.

Vamos pormenorizar esse combate, que tem sido muito divulgado. O que aconteceu?

Faltavam 10 segundo para o final do combate, que eu senti (eu e muita gente) que estava ganho, mas sofri uma cabeçada que me abriu o sobrolho e o árbitro decidiu interromper o combate. 
Sinceramente, acho, que o título era meu. Concordo, que deveria ter perdido o terceiro assalto, mas tinha sem qualquer dúvida, vencido os anteriores e por isso, o título seria meu. Pronto, tenho que aceitar a vitória do meu adversário que era muito bom, era um atleta do Sporting que tinha vencido um título no estrangeiro que nunca nenhum português tinha ganho. Tenho que aceitar com desportivismo a decisão e trabalhar para lá voltar este ano.

O pugilismo é muito mais que trabalhar no ringue. Como é que um atleta se inscreve na modalidade sabendo que vai ter que trabalhar muito e sofre ainda mais?

Quando se gosta e quando se pisa um ringue, temos a noção que precisamos de trabalhar muito para estarmos muito bem, pelo menos durante os três assaltos. Para conseguirmos isso, temos que fazer um esforço enorme, para treinar, correr muito e voltar a treinar.

Como decorrem os seus treinos?

Eu trabalho por turnos, e muitas vezes vou correr às duas da manhã. Tem que ser! 
Depois sempre que tenho tempo, venho para a Academia do Boavista, trabalhar com o Senhor Caldas e meus colegas do Boavista. Se queremos conseguir alguma coisa e chegar a títulos, tem mesmo que sair de nós.

O Boavista, acaba de conquistar o Penta-campeonato. Mesmo, sendo suspeito, considera que é a forma como se trabalha, nesta escola, que foi determinante?

Claro que o Senhor Caldas é um excelente treinador, que nos orienta sempre nos caminhos certos, mas também é o facto de termos muitos bons atletas. 
Uma pessoa chega aqui, vindo do nada e vê tantos bons atletas que de imediato tenta seguir o exemplo deles. Se os seguimos, somos obrigados a evoluir. 
Se estamos numa escola, que tem um ou dois atletas bons, é muito difícil treinarmos conjuntamente com eles. Aqui, essa dificuldade não existe porque, há muitos bons atletas, para treinar com eles. 
Nesta escola do Boavista, todos treinamos muito. Se venho de manhã, tenho atletas com quem treinar, se venho de tarde, encontro a mesma situação e isso, ajuda muito a nossa evolução, tornando tudo mais fácil.

O que é o Boxe?

É uma arte. Quem está por fora, pensa que é chegar aqui e dar uns socos e... que não tem nada que saber. Depois quando experimentam descobrem que é tudo muito diferente. O Boxe, tem que ser jogado como um jogo de xadrez, estudarmos e decidirmos quando avançamos, ou quando nos retraímos.

Num combate, o “outro” é um adversário ou um inimigo, como nós que pouco sabemos interpretamos?

Não de todo. Eu fiquei, não direi amigo, mas bastante próximo de todos os adversários com quem combati. Aceitei, sempre os resultados como de um jogo.
Se perdem é porque eu treinei mais que eles, se perco é porque foram eles que treinaram melhor que eu. Sem um adversário, não consigo fazer o que gosto. Todos nós temos esta filosofia desportiva. 
Para praticar e jogar Boxe, precisamos uns dos outros. Adversários sempre, nunca inimigos.

Obejctivos pessoais?


Quero ser campeão nacional e mais tarde passar a profissional. Vamos ver como é que as coisas correm, para ver se no futuro concretizo esses meus desejos e ver se a sorte me proporciona essa possibilidade.

Entrevista de
Manuel Pina

CARLOS CALDAS , FAZ BALANÇO À ÉPOCA DO BOXE

EM ONZE ANOS, O BOAVISTA CONQUISTOU DEZ TÍTULOS NACIONAIS DE CONSAGRADOS

Carlos Caldas, director e treinador do Boxe do Boavista, analisou a época anterior, repleta de êxitos, lançado as bases para a nova época que se está a preparar.
Como pugilista, Carlos Caldas vai directo ao assunto sem qualquer rodeio.

Quer fazer um resumo sobre a época passada?

A época passada foi uma época muito importante para o boxe do Boavista, porque de forma global, conseguimos os títulos quase todos. Aqueles que não conseguimos, foi por motivos, um pouco políticos que acabaram, por ser, quase um oferecer, esses títulos, a um clube de Lisboa, que andava a criar alguns problemas com a Federação e de certo modo, foi a forma de acalmarem a situação.

Resumindo as provas. Vamos fazer um balanço sobre as provas?

Começando, então, pelo princípio da época. As primeiras provas são os campeonatos de Juniores e Cadetes. Nesses campeonatos, fomos Campeões Regionais e em seguida, Campeões Nacionais. 
Deixe-me registar, que eram uns títulos que não conseguíamos há bastante tempo, motivado por não terem aparecido miúdos nas últimas épocas. Sensivelmente, há duas épocas esses miúdos apareceram e conseguiu-se trabalhar, formando-os técnica e psicologicamente.
Seguidamente, foi a Taça de Portugal, em que fomos Campeões Regionais e tínhamos tudo para ser Vencedores Nacionais, mas como já referi, outros valores se levantaram e o clube de Lisboa, acabou por ser favorecido com uma decisão no mínimo muito discutível.

As pressões resultaram?

O citado clube, não quero dizer o nome, criou atritos á Federação e quase lhe foi oferecido o título de vencedor. Resultou, dai que fomos vice-campeões da Taça de Portugal.

Mas houve mais provas?

Sim. em seguida realizou-se o Campeonato Nacional de Consagrados, e tendo em conta que todos os títulos são importantes, ninguém tem dúvidas que esta prova é seguramente a mais importante da época. Este é o campeonato, mais importante, das idades, dos pesos, de tudo um pouco. 
Fomos, Campeões Regionais, culminando com o título de Campeões Nacionais. em ambos os casos, conseguimos esses títulos com bastantes campeões individuais. Como sabe, o Campeão Nacional é atribuído ao clube que tiver maior número de campeões individuais na prova. Por norma, conseguimos o título com três Campeões nacionais e este ano, conseguimos conquistar com quatro campeões individuais.

É verdade que esta vitória foi especial?

É verdade. Fiquei muito feliz porque ´o Boavista atingiu o segundo penta-campeão, em onze anos. Isto é, em onze anos, fomos dez vezes Campeões Nacionais, com a interrupção de um ano, após o primeiro penta-campeonato. Desconheço se algum clube, mais o conseguiu, mas mesmo que exista essa situação, é algum muito raro, no nosso panorama desportivo.

Foi um ano positivo?

Foi mais que isso, foi o tope, foi muito positivo. Foi excelente.

Terminado este resumo, coloco a questão. Já se iniciou a preparação para nova época?

Já começamos a trabalhar para este ano e com os mesmos objectivos, que é conseguir novo campeonato. Gostaríamos de ser novamente campeões, mas os outros clubes também trabalham para esse fim. 
A nossa primeira aposta não é que os nossos atletas cheguem e sejam campeões. A ideia e aposta é que os nossos atletas estejam sempre a cem por cento, para lutarem pelo título. Mas a base é o trabalho e conseguir-se sempre mais.

Independentemente de formar atletas campeões também existe a vertente de formação pura?

É a tal situação dos Cadetes e Juniores, que se iniciam do zero e vão ser no futuro, os possíveis e prováveis campeões Nacionais, dando seguimento aos actuais campeões seniores consagrados, quando estes passarem, a profissionais ou acabarem a carreira.
Nem todos conseguirão atingir esse patamar, mas trabalhamos para que todos os consigam.

Já tem atletas novos?

Ainda é um pouco cedo para isso, porque os campeonatos Regionais de Cadetes e Juniores, acontecem geralmente entre Abril e Maio. Estamos a trabalhar para que os pretendentes, nessa altura, estejam no seu melhor.

O Carlos Caldas e o Boavista, começa a cimentar uma escola de prestigio no boxe. Tem essa noção?

Sinto-me muito orgulhoso, pelos atletas que tenho em todos os escalões, porque foi um ano muito positivo, no qual podíamos ter conquistado os títulos todos. Mas acho, que esse facto, poderá começar a incomodar muito algumas pessoas e muitos clubes e associações, porque estão a ser muitos anos consecutivos a vitória do Boavista.

Fugiu um pouco à pergunta. E pessoalmente como se sente?

Sinto, naturalmente, o orgulho de comandar um clube que é um exemplo na modalidade em Portugal. O Boavista, é um exemplo para a modalidade e para os outros clubes. Quando se fala de Boxe, fala-se de Boavista.

Qualquer interessado em praticar boxe no Boavista, o que tem que fazer?

Deve procurar contactar-me no Bessa ou de outra forma, pode ser através do nosso email 
“ modalidades.comunicacao.mp@boavistafc.pt”. 
Uma coisa digo a todos, se querem competir, devem estar preparados para trabalhar muito, porque o boxe é uma modalidade que requer muito trabalho e dedicação. Não é uma modalidade fácil em que temos que trabalhar, muito física e psicologicamente. O boxe é para pessoas de trabalho e pessoas inteligentes.

Voltamos ao mesmo. As pessoas erram ao analisar o pugilista?

Claramente. O pugilista tem que ser uma pessoa inteligente e não um marginal, como muitos teimam em classificar. É uma modalidade olímpica, praticada, cada vez mais, por pessoas muito inteligentes que gostem de desporto, sendo uma das modalidades mais antigas.

Entrevista de 
Manuel Pina

CÉSAR VASCONCELOS, APOSTA NA MANUTENÇÃO E NO FUTURO DO ANDEBOL


César Vasconcelos,  técnico principal da equipa de Juniores de Andebol,  assume que, com rigor e trabalho o Boavista, tem todas as condições para se manter no primeiro escalão nacional.

Como habitualmente, convido o meu entrevistado a dar a conhecer a sua identidade desportiva. Como e onde começou a praticar andebol?

Joguei nos escalões de formação, até júnior, na Associação Atlética de Águas Santas. Entretanto, deixei de jogar e passei a treinador nos escalões inferiores no mesmo clube. Depois, como treinador, fui para o Ginásio de Santo Tirso e em seguida vim para o Boavista, passando ainda, pelo Salgueiros, e Sporting de Espinho.

Qual a época, e escalão em que esteve na primeira passagem pelo Boavista?

Estive de 2011 a 2013 igualmente no escalão de juniores. Na primeira época estivemos da 2ª divisão, acabamos por subir, o que nos permitiu jogar a 2ª época na 1ª divisão.

Vamos falar do presente. Como está a decorrer a época no campeonato Nacional da primeira divisão?

A minha experiencia, diz-me que é um campeonato difícil e que geralmente uma equipa que sobe, no ano seguinte desce. Aconteceu com a equipa do Franquelim e voltou a acontecer comigo há três anos. Em ambos os casos, subimos e nesse ano descemos.
Esta época o Franquelim, voltou a trazer os juniores à primeira divisão e cabe-me a mim ver se contrariamos essa tendência de quem sobe… descer.

Qual a actual situação?

Se o campeonato terminasse agora, continuaríamos na primeira divisão, conseguindo atingir os nossos objetivos. Sabemos, que ainda falta acabar esta primeira fase e começar a segunda fase, que essa sim, será a decisiva.

Qual a forma de disputa dessa fase?

Há uma segunda fase, para a qual passarão os três primeiros de cada zona, para o grupo “A”, as restantes sete equipas, para o grupo “B”. Cada clube iniciará essa prova, com metade dos pontos conquistados na fase anterior. Neste grupo “B”, definem-se os dois clubes que irão descer de divisão.

Nas épocas anteriores, o Boavista vivia em anticiclo. Quando subia tinha um plantel forte, mas depois no ano de primeira divisão, tinha que alterar toda a equipa, por motivos de idades dos jogadores, estando mais enfraquecido. Passou-se o mesmo desta vez?

Não, desta vez, isso não aconteceu. Isso, aconteceu na última vez que estivemos na primeira, em que a equipa que subiu não tinha nada a ver com a que participou na competição do ano seguinte. Era uma equipa muito mais imatura.
Agora, aconteceu aqui um fenómeno diferente. Houve uma instabilidade na secção do Andebol do Boavista, no final da época passada, na transição para a época actual.

Quer explicar mais em pormenor?

Por exemplo, houve dois atletas que seriam interessantes de manter, mas que acabaram por sair. Foram o Bernardo, que foi para o ABC e o Tiago Costa, que foi para o Ginásio de Santo Tirso. Considero, que seriam muito importantes para nós.
Para ajudar à festa, o João Carvalho, também saiu para a primeira divisão, mas saiu porque tinha atingido a idade de sénior. Era, uma mais-valia da equipa que acabou por sair, mas por subida normal de escalão.

Como colmataram essas saídas?

Tentamos compensar ao ir buscar alguns jogadores fora. Fomos buscar, o Ângelo, ao CPN (que entretanto regressou outra vez ao CPN), o David ao Porto e dois atletas ao Afife, que são o Tiago e o João Gil.
Acabamos por recuperar, agora em janeiro um atleta, que se iniciou no Boavista, que em entretanto foi para o Porto e depois para o ISMAI e agora regressou, que é o Francisco Fino. Tem sido uma boa ajuda, tanto para nós como para os seniores.
Para completar, devo registar um novo regresso, que é o Diogo (guarda-redes) que daqui foi para o Porto, depois para o ISMAI e este ano regressou. Tem feito uma boa época. Estamos falar de um atleta que ainda é juvenil de primeiro ano.
Deixe-me, também, referir uma subida, de escalão, algo arriscada. A do Bernardo Poças, que tem a idade de iniciado e já está a jogar nos escalões de Juvenis e Juniores.
Resumindo, temos uma equipa jovem que nos assegura um futuro promissor, mas, indo ao encontro da questão que anteriormente me colocou, a diferença entre a equipa que subiu e a equipa que está a disputar a primeira divisão, há alguma diferença, mas acreditamos que esta é uma aposta sustentada nos atletas que a constituem e que estes serão o futuro do Boavista.

O plantel apresenta-se com capacidades para a aposta na manutenção?

É um plantel com bastante potencial, que ainda não está a dar tudo o que pode, mas que está em franca progressão. A luta para a manutenção, não vai ser fácil. Temos que ser rigorosos nos jogos contra os nossos adversários directos, onde não podemos facilitar em nenhum momento.
Temos aí dois resultados que podiam ter sido melhores. Estamos a falar no jogo contra o Xico de Holanda e do jogo em casa com o Gaia. Ainda teremos que ir ao Gaia e fazer alguma coisa interessente com o Avanca.
O jogo com o Avanca em nossa casa, foi o nosso melhor jogo, com uma primeira parte, a roçar a perfeição, que nos permitiu na segunda gerir o resultado. Queria ver mais jogos, como o jogo com o Avanca.

Uma pergunta pessoal. Embora ainda faltando muito para terminar a época, pergunto-lhe, tenciona continuar no Boavista?

No andebol, à excepção de quando os contratos são plurianuais, define-se normalmente o que se vai fazer com o treinador entre Maio/Abril. Se fosse hoje, teria todas as condições e todo o gosto para continuar, vamos ver com o decorrer natural da época e por essa altura naturalmente falaremos sobre o assunto.

A instabilidade sentida no final da época passada, foi totalmente ultrapassada ou ainda se faz sentir em alguns pormenores?

Ainda hoje, se está a sofrer um bocado da tal instabilidade inicial. Só para falar do escalão de juniores, referi o caso do Bernardo e do Tiago, que foram embora porque havia a tal instabilidade. Eu acredito, que se tivesse ficado decidido o que iria acontecer com o andebol do Boavista, principalmente nos dois escalões, de seniores e juniores, esses dois atletas não teriam saído e teriam tido outros argumentos e outros interesses para se manterem no clube.
Não sou a pessoa mais indicada,  para falar dos seniores, mas acredito que há ali muita coisa menos positiva, por causa do planeamento feito mais tarde que o normal.
Pessoalmente, posso dizer-lhe que fui abordado para vir para o Boavista em Agosto, quando, como já lhe disse, as pessoas gostam de ter em Março/Abril a sua vida definida. Uma coisa é haver um planeamento e uma planificação com tempo, outra coisa é ser feita em cima do joelho.

Mas as indecisões já terminaram?

O que eu tenho visto é que há organização e uma vontade para as coisas correrem bem e acredito, piamente, que as coisas vão acontecer. A secção está a ficar muito bem organizada e isso, é evidente para todos.

Entrevista de
Manuel Pina