sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

BUNÉMIA GOMOS, UMA VOLEIBOLISTA QUE VAI SER ADVOGADA

Bunémia Gomes, foi uma das últimas aquisições para a equipa sénior do Voleibol axadrezado. Vamos conhecer melhor esta jovem Guineense, sempre pronta a responder e com um constante sorriso, é conhecida na modalidade como, Bu Gomes.


Quem é a Bu?
Sou natural de da Guiné-Bissau e neste momento, estudo em Portugal, na Universidade Lusíada no curso de Direito e jogo voleibol no Boavista.
Há quanto tempos estás em Portugal?
A cerca de nove anos.

Vamos falar um pouco do passado. Antes de ingressares no Boavista em que clubes jogaste?
A época passada, joguei no Ribeirense do Pico e anteriormente joguei no Múrcia em Espanha e também no Ala de Gondomar.

Como nasceu o gosto pela modalidade, foi cá ou já vem da Guiné?
Foi cá que ganhei este prazer de jogar Voleibol, à cerca de nove anos.

Como surgiu?
Comecei a jogar no desporto escolar, na minha escola de Aveiro. Depois passei para o CV Aveiro, onde fiz a minha formação. Posteriormente, mudei residência para o Porto e passei a jogar no Ala de Gondomar.

Durante estes anos de voleibol, tens algo que te marque pela positiva e que consideres significativo?
Fiz parte da selecção Nacional de Portugal, onde espero voltar.
Então já és cidade portuguesa?
Sim, tenho a nacionalidade portuguesa.

Falemos da tua aventura em Espanha. Jogaste como profissional?
Sim, em Espanha jogava exclusivamente voleibol e considerei esssa fase, uma aposta que quis experimentar, dedicando-me de forma  profissional ao jogo. Penso que é uma experiencia que todas as atletas desejam fazer, para conhecerem a realidade lá fora.

E que diferenças encontraste?
Em Espanha o trabalho é muito mais intenso e mais exigente. Eu, basicamente, só treinava e mesmo assim sentia que era muito exigente, claro que estamos a falar de trabalhos de uma equipa profissional.

Passemos a falar do Boavista. Como se dá o teu ingresso no Clube?
Foi através do Professor Nuno (treinador adjunto do Boavista) que aproveitou o conhecimento com algumas das minhas colegas da época passada e me convidou a ingressar no Bosvista.
Foi fácil?
Bem… a minha intenção era parar com  o voleibol por um tempo e dedicar-me exclusivamente aos estudos este ano. Mas o professor, acabou por me convencer e aqui estou com muito orgulho.

Pelo que vejo, consideras os estudos como prioridade?
Exactamente, os estudos são muito importantes e estão à frente de tudo. Preciso de tratar do meu futuro.

Neste momento, o Boavista conseguiu a desejada subida ao primeiro escalão. Como te sentes no clube?
Para já, muito bem! Mesmo estando fora do Boavista, reparei no esforço e na intenção da subida, durante as últimas épocas e fico contente, por o terem conseguido, depois de tanto terem batalhado por esse objectivo.

Foste alguma vez adversária do Boavista?
Uma vez. Em jogo da Taça de Portugal.

Como analisas a vossa participação na primeira divisão?
Eu considero muito boa. Para uma equipa estreante neste escalão, temos feito um campeonato sossegado e dentro daquilo que nos pode ser exigido.

Objectivos?
Acima e primeiro de tudo, manter o Clube na primeira divisão. Continuar a trabalhar como até aqui e dar o trabalho que temos dado, a outras equipas com maiores ambições, de momento, que nós.

Vais continuar no Boavista?
Vamos ver o que o futuro diz. Vou ver se é possível manter este equilíbrio entre estudo e treinos, ou se as exigências dos estudos o impedirão. De todo o modo, no momento, penso que irei conseguir conciliar as duas coisas e continuar no Boavista, se estiverem interessados na minha continuidade.

Como te analisas tecnicamente?
O meu ponto fraco é a recepção, sou jogadora de zona quatro, gosto de defender e penso que o meu ponto mais forte é o serviço.

Entrevista de 
Manuel Pina

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

RODOLFO SILVA, DIRECTOR DO SNOWBOARD NA SUA PRIMEIRA ENTREVISTA

Rodolfo Brito da Silva…, é um homem, que dentro do universo do Boavista  Futebol Clube, desempenha cargos e serviços diversos. Uns de caracter profissional, outros de colaboração voluntária, ao serviço do seu amor ao Clube. Nos últimos tempos, conseguiu inscrever uma nova modalidade no Boavista. O Snowboard. Na qualidade de director deste novo Departamento, realizamos uma entrevista para conhecermos em que consiste esta modalidade e aproveitamos para conhecer melhor, Rodolfo Silva, uns autênticos… dois em um!


Sendo conhecido como funcionário do Boavista, aparece agora como seu dirigente. Para os nossos leitores o conhecerem melhor, perguntamos, quem é Rodolfo?
Estou no Boavista há dezasseis anos, por isso, desde noventa e oito. Fui jogador de futebol do clube durante 10 anos, juntamente com o Petit e outros grandes atletas, que foi e, continua a ser, um grande amigo. Ele passou por grandes clubes e eu decidi parar com o futebol.
Outras opções?
Resolvi optar pela via dos estudos e licenciei-me.
Mas é um profissional do Boavista?
Sim, mas a partir de agora vou acumular com a área de dirigente do Departamento de Snowboard.
Tem outras actividades no Clube?
Sim, trabalho no sector do Marketing e Relações Públicas e acumulo com a Gestão do Estádio e durante os jogos, exerço o cargo de Speaker.

Não havendo jogos, vai até à serra?
Exatamente. À Serra ou para Espanha, nunca paro!

Vamos então falar da razão que o leva à Serra e incluiu como modalidade no Boavista.

Como nasceu a ideia de incluir o Snowboard nas modalidades do Boavista?
Primeiro de tudo, o desejo que o Boavista fosse pioneiro em ter uma modalidade de desporto de Inverno, porque não existe nenhum clube grande em Portugal, com uma dessas modalidades, nem snowboard, nem ski. A ideia surgiu e dado que faço Snowboard há vários anos, decidi aproveitar o facto, já referido, de nenhum clube ter esta modalidade, apostei em sermos pioneiros nessa área e fazer com que o Boavista Futebol Clube, seja o primeiro grande Clube Português, a ter uma modalidade de Desporto de Inverno.

Mas já existem clubes específicos da modalidade?
A norte, não existe nenhum clube onde as pessoas se possam inscrever, quer para simples lazer ou para competição.

Voltando ao Boavista.
Como se processou todo o movimento?
Apresentei o projeto ao Senhor Presidente do Clube, Doutor João Loureiro. Ele considerou uma boa aposta, porque também será uma forma de inscrever novos associados para o Clube.
Deixe-me interromper.
Todos os novos inscritos terão que ser associados do Boavista?
Exactamente. Para se inscreverem na modalidade pelo clube, terão que ser associados do Boavista, ou se filiarem nessas condições. Uma das condições, é mesmo essa, não pode ser de outra forma.


Há mais alguma condição que se possa tornar pública?
A modalidade é auto-sustentável, sem qualquer custo, mesmo que mínimo, para o Clube. Isso está assegurado com as inscrições dos atletas e sponsors e portanto, esse factor está garantido.

Se há clubes e existem competições, parto de principio que existe uma Federação. Existe?
Sim. Existe a Federação Portuguesa de Desportos de Inverno, com sede na Covilhã, na qual – o processo de inscrição já está em curso – vamos inscrever o Clube, para podermos passar a disputar as competições oficiais, já com o nome de Boavista Futebol Clube e também usufruir de uma série de vantagens.

Onde se realizam as provas portuguesas?
Na serra da Estrela, único local possível no nosso país.
Realizam-se aí todas as provas oficias portuguesas.
As competições são colectivas ou individuais?
Individuais, a nível de saltos e técnicos.

Termos só uma serra, limita muito?
Em Portugal, só temos neve natural cinco meses no ano e com a agravante que nesse período os acessos possam estar cortados.
Se nevar muito ficamos sem acesso, se nevar pouco, não se pode praticar porque tem muitas pedras.
Para nós, como este é o ano zero, porque como só agora iniciamos o processo, na qual ainda não poderemos competir com o nome do Clube, está em estudo se iremos participar em nome individual ou não.


Qual será a estratégia a aplicar nesta época?
Nesta fase, a ideia é reunir o maior número de atletas possível no clube.
Muitas pessoas mesmo a Norte, desconhecem que o Boavista se inscreveu na modalidade de Snowboard e muitas pessoas entram na competição a nível individual.
Temos que utilizar todos os meios possíveis e disponíveis para publicitar esta nova realidade do Boavista.
Este ano, todos irão competir dessa forma, mas na próxima época é intenção estar representado por excelente número de atletas. Para além disso, qualquer pessoa que só tenha o lazer como objetivo, se pode inscrever.
Mas podemos considerar que a base de processo, está no grupo a que o Rodolfo, pertence actualmente?
Será mesmo esse grupo a nossa base o que desde logo nos dá a garantia de êxito.
Quero registar que a maioria dos clubes portugueses, tem base na zona da Guarda e mesmo a norte existem poucos clubes.

Como mentor do projecto, qual o número de atletas que deseja ter inscritos pelo Boavista?
Isso é uma incógnita. Se eu conseguisse ter uma média de quinze a vinte atletas seria muito bom. Temos que ter em conta que Portugal não é um país com tradição nos desportos de inverno. Temos surf e se nós fizéssemos uma modalidade de surf, eu garantia-lhe que o meu target seria de cem atletas, porque vai à praia e está cheia de surfistas, enquanto nós estamos limitados com a neve.
Nós, na época passada em vinte snowtrips que realizamos, fomos quinze vezes a Espanha, uma aos Alpes e cinco à Serra da Estrela.


O projecto está no inico ou já em andamento?
Está já em andamento, principalmente no que diz respeito a parcerias.
Já efectuamos uma parceria com a Estância de Ski da serra da Estrela, na pessoa do Senhor Carlos Varandas, que é o seu director, que dá vantagens a nível de descontos para os atletas do Clube ao nível do forfait e aluguer de equipamento.
Estamos a trabalhar para, eventualmente, isto através do grupo Turistrela, conseguir descontos para os associados do Boavista nas deslocações e estadia nos hotéis da Serra.

Para todos associados? E como se poderá processar tal objectivo?
Sim, a conseguir tais condições serão extensivos a todos associados do Boavista.
Imaginemos, você vai à serra, estará lá duas ou três noites num dos hotéis do grupo Turistrela e tem uma dessas noites de graça. Por isso, para além de vantagens para os atletas do Boavista queremos conseguir descontos para os associados.


Vejo que está em fase avançada. Foram os seus conhecimentos de anos na modalidade que o ajudam a unir o projecto do Boavista?
Exacto. Repare o Snowboard não é propriamente um desporto barato. Não é como o futebol em que os equipamentos são acessíveis, esta é realidade da modalidade.
Aqui, tem que comprar uma série de equipamentos.
Tem que comprar uma prancha adequada para si e as fixações etc… depois tem todo o equipamento técnico. O casaco, as calças, as luvas, as protecções do cóccis, coluna, capacete, os óculos, gorros, etc. É um conjunto de equipamentos que não fica propriamente barato. Obviamente, quem se vai iniciar no Snowboard não vai investir e comprar esse equipamento todo. Por isso, é que estabelecemos parceria com uma das maiores Surf Shops da zona norte que é a Waimea Surf Shop em Matosinhos que é um dos representantes da marca Burton que nós equipamos. Essa parceria inclui para além de descontos em todo o equipamento que compremos, mas simultaneamente, em aluguéis de botas, pranchas e fixações. Vamos exemplificar. Uma pessoa que resolve ir pela primeira vez à neve, ao invés de andar a pedir empréstimos de equipamentos para fazer a primeira experiência, ou comprar, gastando algumas centenas de euros, para um fim-de-semana e até descobrir que não tem jeito ou tem medo da prática do Snowboard. Ao invés dessa despesa, pode alugar o material necessário por um fim-de-semana, gastando uma média de trinta euros. Se desejar continuar pode paulatinamente ir comprando o material e utilizar nas suas deslocações.

Tudo isso está já estabelecido em nome do Clube?
Essas parcerias já estão estabelecidas com o Boavista Snowboard. Enquanto o Senhor Presidente, Dr. João Loureiro analisou e despachou a sua decisão e no seguimentos dos trâmites normais, através do Engenheiro Marques, eu estabeleci contactos de parcerias com diversas empresas e marcas que estão ligadas à modalidade. Para além de contactos com marcas de nível mundial (DC Shoes, Burton, Air Hole, Analog, etc), estamos em conversações com a Red Bull Portugal, que é uma marca importantíssima, de nível mundial neste desporto. A Red Bull está presente em todos os campeonatos de mundo. Estamos a tentar negociar a forma de sponsorização da marca para com o nosso projeto. Nós, podemos eventualmente vender o naming da modalidade, por exemplo “Boavista/Red Bull Snowboard) eu tenho bastante ideias para este projeto e quero torna-lo um projeto de sucesso. Tenho também uma parceria com a Área Gráfica, que é uma empresa que nos fornece todo o tipo de material relacionado com a promoção da modalidade, roll ups, lonas, autocolantes com o logótipo da modalidade, para todos os atletas colocarem nos capacetes e pranchas, identificando-os com o Clube.


A etapa seguinte, será o recrutamento de atletas.
Que condições terão que cumprir os interessados em representar o Snowboard do Boavista?
Os interessados têm que se colocar como sócios do Boavista, pagando os nove euros de cota mensal e três pela aquisição do cartão.
Depois pagarão uma mensalidade (para a modalidade) de quinze euros.

Vantagens?
Primeiro de tudo, acho que representar um Clube como o Boavista, em qualquer modalidade existente, já é uma vantagem, porque somos o Clube mais eclético de Portugal e é sempre um orgulho vestir esta camisola e este símbolo.
Por exemplo, as pessoas que se deslocam a Espanha ou à Serra para fazer Snowboard, geralmente vão sozinhas ou juntam 1 ou 2 amigos, para não ficar um bolo tão pesado.
Têm todas as despesas da deslocação, portagens, combustíveis, desgaste de material, etc…
Já efectuei uma parceria com uma Rent a Car, a preços bastante positivos, que nos permite realizar essas deslocações em conjunto e logo, conseguirmos diminuir substancialmente as despesas. Os preços que consegui são bastante acessíveis para viaturas diversas, de sete lugares. Com essa mensalidade de quinze euros, todos os atletas nas deslocações a Espanha ou serra da Estrela, ficam isentos de qualquer pagamento da deslocação, tendo depois desconto no forfait (utilização dos meios mecânicos na Montanha, Ex. Telecadeiras) da estância.
Estes descontos mantêm-se se o atleta decidir continuar, mesmo acompanhado com a família em mais dias na serra, para além das vantagens que tem como associado do Boavista, nos jogos de futebol do clube.
Temos também uma parceria com a Snowtrips at Portugal, que nos permite ter uma série de vantagens nas deslocações à Serra da Estrela, tanto a nível do forfait, como das estadias nos chalés de Montanha, etc, para uma eventualidade de levarmos um grande numero de atletas, etc.
Obviamente estamos disponíveis para outro tipo de parcerias que possam surgir ou empresas que nos patrocinem. Quantas mais empresas tivermos ligadas a este projeto, mais sucesso ele terá no futuro.


Não haverá em todo o desenvolvimento da modalidade qualquer despesa para o Clube?
Absolutamente, isso é uma garantia. Seremos duas realidades autónomas. Nem vamos buscar receitas ao clube nem o clube à modalidade de Snowboard. Termos que conseguir receitas, quer seja através da venda de produtos de merchandising, quer seja através de parcerias, na certeza, que em caso algum, isso signifique uma despesa para o Boavista.

Neste início, sou eu que tenho investido, para o lançamento da modalidade.

Entrevista de

 Manuel Pina

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

DIOGO PINTO, O CAPITÃO DA EQUIPA DE BILHAR

Terminado mais um jogo muito disputado, conversamos com o capitão de equipa de Bilhar, Diogo Pinto, que se debruçou sobre um pouco de tudo e terminou dando-nos uma lição de regras do Pool Português.

Há quanto tempo joga bilhar a nível competitivo?
Federado, comecei a jogar no ano dois mil, por isso, há catorze anos. No entanto, tenho que registar um interregno de dois em anos em que não me inscrevi por nenhum clube.

Esse gosto pelo jogo, começou por essa altura ou antes?
Muito antes e muito cedo. Comecei a jogar bilhar desde os meus catorze anos de idade. Primeiro jogava com amigos, depois participei em torneios e finalmente resolvi apostar na competição.
Influência de algum amigo ou por decisão pessoal?
Por acaso, foi o Seixas, que é também jogador do Boavista.

Este grupo foi a base dessa equipa?
Não. Foi um grupo muito diferente e por acaso, no grupo actual, somente o Senhor Augusto Magalhães fazia parte dessa minha primeira equipa.

Neste ano, decidiram ligar-se a um clube e escolheram o Boavista. O que acha pessoalmente deste projecto?
Considero um projecto muito aliciante. Eu adoro este jogo e esta modalidade, como os meus companheiros e foi uma honra para todos, conseguirmos oficializar a nossa ligação a clube tão prestigiado do qual todos gostamos.

Esta filiação permitiu a entrada em competições oficiais. Como competiam anteriormente?
Nós jogávamos numa Liga paralela – chamemos-lhe assim – organizada pela Federação, mas sem estarmos inscritos na Federação. Para tal, era necessário estar inscritos num clube oficial.

Será então este o primeiro ano a disputar o Campeonato nacional?
Não, porque todos estes jogadores já disputaram vários campeonatos e até da primeira divisão nacional, mas divididos por vários clubes. Temos inclusive nesta equipa um campeão nacional da primeira divisão, o Seixas, que terminou esta partida e garantiu a vitória do jogo. Eu, por exemplo, joguei vários anos no Académico do Porto, no Atlântico da Madalena, entre outros, jogando sempre na primeira divisão.

Assistimos pela primeira vez a um jogo. O que mais me chamou a atenção foi a concentração de todos, criando um ambiente de muito silêncio. Isso é importante?
Isso é fundamental. A concentração é necessária em todos os desportos mas no bilhar é fundamental, se perdermos a concentração, não é possível vencer.

Este variante, exige quase sempre um jogo de ataque, numa desta partidas assistiu-se a um jogo de esconder e defender. Um jogador com cinco bolas na mesa e o adversário jogando à negra, acabando por vencer de atacada, o atleta do Boavista, que tinha mais bolas. Tem que se jogar sempre ao ataque?
Depende muito das mesas em que se disputa a partida.

Não me diga que no bilhar o factor de jogar em casa conta?
Sim, conta e muito. Repare, nas nossas mesas a abertura dos buracos tem uma medida de oito centímetros, ou oito vírgula um. Existem mesas, onde temos que jogar, que têm uma abertura de oito virgula sete. Nessas mesas, às quais os adversários estão habituados, temos forçosamente que arriscar mais e atacar, porque não há hipóteses de se defender. Como pode ver as diferenças até são grandes. Por isso em casa podemos defender, mas nas outras mesas vamos para a partida.

Objectivos para a época?
Claramente subir de divisão. Colocado por mim, aceite por toda a equipa, é claramente, direi eu, obrigatoriamente a subida de divisão. Eu e o José Alberto que somos os iniciadores deste projecto, colocamos logo declaradamente esse objectivo. Todos os jogadores da nossa equipa, já jogaram na primeira divisão nacional, logo, o lugar do Boavista não é nesta divisão onde nos tivemos de inscrever.
Estão dentro das vossas espectativas?
Sim ocupamos o segundo lugar e subindo quatro, estamos no caminho certo.

Na segunda divisão os objectivos serão idênticos?
Conheço praticamente todos os jogadores que na zona norte jogam bilhar e embora seja uma tarefa mais complicada, posso adiantar que para o próximo ano o objectivo será o de subirmos à primeira divisão.

Vamos falar um pouco das regras, para os nossos adeptos se familiarizarem com o jogo. Se o Boavista tivesse perdido esta partida o jogo estaria empatado a oito. Que aconteceria para ditar o vencedor?
Nada. O jogo terminaria empatado. Nesta variante, o empate é possível a oito dividindo-se os pontos.
Registei que nenhuma bola saiu depois de embocada. Como se penaliza então um jogador?
Todas as bolas que entram, jamais saem. A excepção é a negra se entrar na tacada de saída. A penalização é fácil. Se tocou primeiro na bola adversária ou meteu a branca, perde a tacada e o adversário tem direita a ter a branca na mão e colocar no local que achar mais conveniente. Essa, será a vantagem de um e penalização de outro.

Reparei que não existiu árbitro como se decidem as dúvidas que aparecem?
Entre os dois jogadores em acção na mesa. Nenhum jogador fora da partida pode interferir e serão eles a chegar a uma conclusão.
Jogo de cavalheiros?
Tem que ser!
Mas deixe-me confundir. Eu sabendo que nenhuma bola sai, resolvo meter a minha com um toque na do adversário e perco a tacada mas meti a bola. O que pode acontecer?
Simplesmente perde a partida! Se isso acontecer por acidente, só perde a tacada, mas se o fizer intencionalmente… perde a partida!
Jogo de cavalheiros…
Tem que ser!
Também verifiquei que algumas vezes indicavam para qual o buraco que iam jogar. Porquê?
Em jogadas directas em que é óbvio que vai tentar jogar directo, não é necessário avisar para onde vai tentar embocar a bola, mas em jogadas de tabelas ou até travessia, o jogador tem que indicar para onde vai jogar.
Porque razão?
Para evitar que o jogador jogue à sorte e consiga o que chamamos um “Shouro”. Se embocar a bola noutro buraco que não o indicado, perde a tacada.
Regras apertadas…
Tem que ser pois se as bolas fossem recuperadas… com este jogadores uma partida duraria horas.. tem que ser mesmo um jogo de cavalheiros, mas nas fases mais adiantadas e na primeira divisão, há árbitros nos jogos.

Entrevista de

 Manuel Pina



domingo, 4 de janeiro de 2015

ARTUR NUNES, O DIRECTOR DO VOLEIBOL

Artur Nunes, deu a sua primeira entrevista como Director do Voleibol. Numa extensa entrevista, debruçamo-nos sobre toda a realidade deste Departamento, que é um dos mais ricos, Historicamente, do Boavista Futebol Clube. Sempre calmo como é seu timbre, respondeu e aprofundou todos os temas que colocamos. 

Vamos iniciar, pela questão do convite. Um homem ligado inicialmente à Ginástica, aparece no Voleibol. Como aconteceu? 
O convite foi-me inesperado, porque surgiu num momento em que me preparava para fazer uma paragem na colaboração que mantinha com voleibol axadrezado há já seis anos. Por ter sido convidado pelo Eng.º Marques, tive mesmo que pensar seriamente sobre o assunto, e resolvi aceitar este exigente, mas entusiasmante desafio.
Exigente, porque o Boavista tem pergaminhos no voleibol nacional com um palmarés invejável, porque iria suceder a anteriores directores de personalidade carismática, e também porque o departamento de voleibol do Boavista FC é um dos mais acarinhados da massa associativa. 
Entusiasmante, porque é uma grande oportunidade de colocar em prática muitas das ideias que tenho sobre o caminho que o voleibol axadrezado deverá tomar para alcançar outros patamares de excelência.

Sobre as seniores na 1ª divisão, despesas e objectivos: A equipa sénior ascendeu à primeira divisão, após quatro anos de luta pela subida. Como foi para vós uma surpresa? 
O facto de termos subido, foi positivo. Era um objectivo que perseguíamos há quatro/cinco épocas e de forma algo inglória, tínhamos ficado por três vezes no segundo posto, como se diz… acabamos por sempre por morrer na praia. Esta subida directa, é o resultado do lugar de vice-campeão conquistado da época anterior, devemos por esse facto, assumir de pleno mérito esta passagem para o escalão máximo.

Esta mudança de divisão, passando para a principal, alterou muito, os encargos e o orçamento previsto, para a época? 
Paralelemente à reorganização, optimização e consolidação dos escalões de formação, era nosso objetivo recolocar a equipa sénior no lugar de onde nunca deveria ter saído, na primeira divisão. Felizmente esse objetivo foi conseguido para grande regozijo de todos, contudo este feito acarreta mais responsabilidades do que nunca. 
O facto de estarmos agora na primeira divisão provoca um acumular de despesas extra ao departamento de voleibol. Se por um lado, continuamos com atletas que jogam por amor à camisola, o que muito nos satisfaz e ajuda, a verdade é que o numero de jogos desta divisão é superior acarretando mais despesas federativas, de arbitragens, viagens, estadias e aluguer de pavilhões. 
E ainda que estejamos agora a competir na elite do voleibol nacional, tendo o clube uma maior visibilidade, infelizmente, continuamos sem qualquer patrocinador. 

Dentro dessas condições, qual o objectivo?
Perante este cenário, o grande objectivo para a presente época é o de garantirmos a manutenção na primeira divisão. Actualmente encontramo-nos em sétimo lugar da classificação geral, mas temos a percepção de que temos um plantel com muito valor e capaz de fazer um campeonato até muito positivo. 
A equipa não podia estar mais bem entregue, o Prof. Machado veio definitivamente trazer muito “profissionalismo” à estrutura técnica e as suas atletas são quem recolhem mais benefícios com os seus inovadores métodos. 
Aproveito para reforçar a ideia que temos de acreditar nesta equipa sénior como um todo, esta equipa é composta por uma mescla de jogadoras muito jovens e irreverentes mas ainda inexperientes, e outra de jogadoras mais velhas com muitos jogos nestes ambientes que agora encontramos todos os fins de semana, de modo que ambas se completam, constituindo um plantel capaz de garantir os nossos objetivos desta época. 

Os associados têm dado o apoio que seria esperado para uma equipa a este nível? 
Compreendo que os associados queiram o maior número de vitórias, mas em face de alguma inexperiência da equipa, nesta divisão, e também por força do valor das equipas adversárias, sabemos de antemão que vai ser um campeonato muito difícil e que alguns jogos não irão correr-nos tão bem como o desejado. Noto, aí um pouco de desilusão. 

Não me diga que há quem pense que o Boavista podia lutar pelo título, sem terem em conta o valor das equipas e os orçamentos aplicados por cada uma? 
Por falar em valor das equipas, não podemos esquecer que existe uma luta verdadeiramente desigual no confronto com a maioria das equipas adversárias. Eu arrisco dizer que a nossa equipa é a única das doze que militam na primeira divisão que paga na totalidade o aluguer dos pavilhões que utiliza para treinos/jogos, que paga os transportes nas suas deslocações e que não tem apoios diretos e/ou indiretos da sua autarquia. 
Também nós gostaríamos de ter um orçamento anual de 120mil euros, mas o nosso queda-se por um humilde orçamento a rondar os 25 mil euros. 

Quais os sectores que provocaram uma inflação com esta subida? 
Antes de mais, registo que as nossas atletas jogam, sem excepção alguma, sem qualquer subsídio. Depois os valores de subsídios aos treinadores é rigorosamente o mesmo da época anterior. O que aumentou substancialmente as despesas, foram os custos das arbitragens e inscrições federativas, somando isso a mais deslocações de maior distância e por vezes, com as jornadas duplas a obrigatoriedade de termos que ficar alojados de um dia para outro, geralmente, em Lisboa. 

Falemos do plantel. Houve uma remodelação baseada na nova realidade, ou tudo se processou como estava anteriormente programado? 
Houve, na realidade, uma remodelação profunda no plantel da época anterior, mas tal, já estava de certo modo previsto. Houve atletas que saíram por iniciativa própria, para abraçar um novo projecto pessoal, com as quais nós contávamos para a sua continuidade, mas que optaram por um novo rumo. Tínhamos a indicação do treinador sobre duas/três atletas com quem não contaria e tudo junto, nos obrigou a fazer um reajustamento do plantel. 
Esse reajustamento foi quase total, pois de um grupo de catorze/quinze transitaram apenas três/quatro atletas. Recorremos a outros clubes para fazer algumas aquisições e fizemos regressar duas atletas que já tinham representado o clube, casos da Marta Massada e a Daniela Sol. 

Satisfeito com actual classificação?
Tenho a consciência que um com pouco mais de sorte e alguma maturidade, que virá com o tempo de competição, junto a uma melhoria de condições, poderíamos estar pelo quarto/quinto lugar, mas considero que estamos fazer uma prova calma e segura para as nossas ambições. 
Que condições?
Temos algumas atletas que por motivos profissionais faltam a treinos. Se todas pudessem estar presentes em todos os treinos, isso, iria alterar muito a nossa resposta competitiva. Temos sempre problemas com o amadorismo do nosso plantel. 

Sobre os escalões de formação. Eu que acompanho muito de perto a formação, verifico que aconteceu uma grande sangria nesse sector. Pergunto, concorda comigo e quais as razões para explicar esse facto? Não posso dizer que tenham saído muitas. Saíram sete/oito miúdas de infantis, há última hora, o que nos obrigou a cancelar a inscrição de uma equipa neste escalão. No mini-volei também saíram algumas atletas, mas considero normal porque nestes escalões mais baixos, há sempre uma grande rotatividade de atletas, entre as que saem e as que entram pela primeira vez. Este facto é comum em vários clubes. 

Há alguma razão de pormenor para esse movimento? No nosso caso, o facto de termos sediado esses escalões mais jovens, aqui, no pavilhão do Pêro, fez com perdêssemos várias atletas. Esta ano recolocamos, de novo omini-volei no Fontes para evitar mais saídas e recuperar o número de atletas. Tem resultado? 
Ainda estando aquém do que desejaríamos, temos registado entradas quase todas as semanas. Neste momento, teremos cerca de trinta atletas, quando apostávamos no início para atingir as cinco dezenas no mínimo. O número ideal seria as setenta, mas teremos que continuar a trabalhar para atingir tal numero.

Tem um novo projecto para a formação? 
Todas as alterações e implantações de um projecto, leva o seu tempo.Nestes dois anos como Director do departamento de voleibol, foi planeada uma estratégia que se resumiu essencialmente em:
- Reorganização da estrutura do departamento, atribuição de funções, tarefas e responsabilidades do corpo dirigente e técnico.
- Requalificação e potenciação de todos os recursos existentes ao serviço do nosso voleibol.
- Planeamento e definição de objetivos desportivos a médio e longo prazo. 

O nível de resultados desportivos, estes já se coaduna com o esperado, no início da reestruturação?
Costumo dizer, que descer a montanha é sempre fácil, nem que seja aos trambolhões. Subir é que é mais difícil e nós estamos a subi-la. Para chegarmos aos lugares cimeiros vai levar o seu tempo. Mas não podemos ter pressa para atingir tal patamar. 

Quando se alteram métodos e projectos, não significa (sempre) que o anterior estava errado. O que o levou a alterar? 
Um dos problemas identificados e mais preocupantes era; o porquê de estarmos tantas épocas sem conseguirmos levar equipas dos escalões de formação à fase dos Nacionais. É óbvio, que, a aposta e gestão dos escalões de formação não era a mais adequada e muito menos estava bem optimizada para dai advirem bons resultados. Arrisco mesmo, a dizer que a pirâmide organizativa e de interesses se encontrava em formato invertido. 
Quer exemplificar?
Num clube como o nosso, a base de sustentação do departamento de voleibol terão mesmo que ser os escalões de formação. Contudo, temos de proporcionar formação com muito mais qualidade, e, isso só o conseguiremos, com a inclusão de treinadores mais experientes, com horários mais adequados e pavilhões mais bem apetrechados de materiais de treinamento. 
Se realmente optarmos por esse caminho, certamente que iremos conseguir formar atletas em maior quantidade e qualidade, e é isso mesmo que pretendemos. Temos que ser capazes de formar bem, ter equipas competitivas e de conseguir uma continuidade entre todos os escalões, desde minis a seniores. É objectivo que não se percam pelo caminho atletas de valor, seja por desistência ou por assédio de outros clubes. 
Queremos que as atletas tenham prazer em representar o clube, em vestir e honrar a camisola axadrezada e que tenham como grande objectivo virem a fazer parte da equipa sénior. Nos últimos anos a equipa sénior tem tido a necessidade de se alimentar de muitas atletas oriundas de outros clubes, isso tem de mudar. 
No futuro os planteis das nossas equipas seniores deverão ser constituídos por 75% a 80% de atletas formadas nos nossos escalões de formação. 

Tudo será então uma questão de tempo? Essencialmente sim. Neste momento, a nível de resultados desportivos a equipa que nos está a surpreender é a equipa de Iniciadas, formada com gente nova. Vieram miúdas do Colégio do Rosário, duas da Académica de S. Mamede e juntamos quatro que na época passada tinham jogado já neste escalão, mas ainda com idade para Infantis. 
Entregamos o comando a um treinador muito válido que chegou ao clube esta época e os resultados estão a aparecer. Este é um exemplo mas os outros escalões estão em clara evolução.

Houve algumas ideias já implantadas? 
O facto de ser ex-jogador, antigo seccionista e pai de uma atleta deu-me uma visão muito abrangente, tendo o privilégio de visualizar, analisar e interpretar o voleibol duma forma muito global. Sinto muito na pele as expectativas, os anseios e as alegrias das atletas, dos pais, dos treinadores e dos dirigentes, mas também as preocupações e as angustias, frustrações que se vivem quando acontecem derrotas. 

A curto prazo, o que considera mais importante? Levar pelo menos uma equipa de formação a luta pelas provas nacionais. Nos últimos anos, a nossa formação tem estado ausente das provas nacionais e, é necessário voltar a tornar esse facto como normal. Outro desejo, que é mesmo uma necessidade, aumentar o número de colaboradores na nossa organização de departamento, para cada escalão ficar com um director em exclusivo e assim, podermos trabalhar melhor e dar mais assistência aos grupos de trabalho. Para este caso, estamos a fazer uma campanha através dos órgãos de informação que temos, para conseguir no mínimo mais três seccionistas. 

Última questão. Se voltasse atrás dois anos. Aceitava este cargo ou simplesmente desaparecia?
(riu-se) Sabia que ía ser difícil e desgastante, mas igualmente motivante. Claro que servir o Boavista é sempre um motivo de orgulho e por isso, aceitaria de novo. 
Algum trunfo na manga? 
Sim e visando o futuro a curto prazo, tenho um projecto, que pode ser um sonho, mas no qual aposto. Que é? 
Primeiro, desculpem, mas irei debate-lo com o Vice-presidente e posteriormente avançar, nessa fase daremos conhecimento.

Entrevista de
Manuel Pina