segunda-feira, 14 de abril de 2014

RUI PEREIRA, ANALISA CAMPEONATO A DOIS DO JOGOS DO FINAL

Na véspera do último jogo em casa, na fase regular da prova, ouvimos a opinião do treinador principal do Futsal sénior, Rui Pereira, sobre o momento da equipa.



A três jornadas do final do campeonato, o Boavista garantiu a presença no play-off, algo que nunca tinha acontecido na sua história. Sente-se orgulhoso por ter ficado para a história do Clube ou, vê isso, com algo em que tinha apostado?
As pessoas podem não se lembrar, mas na época 2005/2006 o Boavista foi ao play-off. Nessa temporada, após ficar em 6º lugar na fase regular, jogou os 4ºs de Final com o Freixieiro, tendo sido eliminado com 0 - 2. Sinto-me orgulhoso porque nessa época fui o treinador que levou o Boavista pela primeira vez aos play-off, e sinto-me muito orgulhoso agora, porque demorou 8 épocas para o Boavista lá voltar e finalmente conseguiu.
Não foi uma aposta no início da época, uma vez que o objectivo de uma equipa que regressava da 2ª Divisão passava unicamente pela manutenção, mas foi algo que no decorrer do ano sentimos ser possível. Logo que a manutenção ficou clara, fixamos a nova meta de ficar nos 8 primeiros.
Espero que agora essa realidade aconteça com muita mais regularidade, isto é, iremos trabalhar para tornar o Boavista um clube dos 8 mais forte do Futsal Nacional, para que as presenças no play-off sejam constantes.

Depois de muitos meses sempre sobre pressão competitiva, o Boavista teve uma série de derrotas que coincidiram com o reinício da prova. A paragem (longa) do campeonato prejudicou a equipa, ou foi um simples “levantar de pé” competitivo?
Acredito que nem uma coisa nem outra. Em primeiro lugar, após a paragem o Boavista venceu em Sandim, o Modicus, por 2 - 5, num resultado e numa exibição das melhores da época.
Na minha opinião, conjugaram-se alguns factores que levaram à serie de derrotas a que se refere.
Em primeiro lugar o calendário reservou um conjunto de jogos muito complicado e seguido. Fundão, Povoa e Rio Ave (ambos fora) e Leões de Porto Salvo. De notar que as derrotas em casa foram derrotas por um golo de diferença e em Vila do Conde por dois. Somente contra o Povoa Futsal se pode considerar um jogo e resultado totalmente maus. Depois conjugaram-se a indisponibilidade, lesões e castigos em jogadores importantes que fizeram muita falta nesses confrontos.

Com essas derrotas o Boavista cedeu o quinto posto. Era uma aposta (dentro que tinham feito) ou era espectável tal vir a acontecer?
Penso que de uma forma ou outra os orçamentos, planteis e experiência de primeira divisão de equipas e jogadores de clubes como o Fundão e o Rio Ave justificaria sempre a ultrapassagem na classificação. Outras equipas tinham a obrigação de ficar na nossa frente e não o conseguiram. Neste momento, estamos a 5 pontos do Fundão e a 2 do Rio Ave. Não sendo fácil ainda podemos aspirar ao 5º ou 6º lugar.


Faltam duas jornadas, podendo atingir (muito difícil) o sexto lugar ou cair (pouco provável) para sétimo. Qual a perspectiva que tem sobre isso?
Penso que o mais provável é o Boavista ficar em 7º lugar. Se assim for, essa classificação faz de nós actualmente o 7º melhor clube de Futsal do País. Se tivermos em conta os planos e objectivos do início desta temporada, só podemos pensar que o Boavista escalou muitos degraus e conseguiu atingir nesta época, objectivos que só mais para a frente seriam de pensar alcançar.

Partindo do princípio que o Boavista terminará no sétimo posto, terá como adversário o Sporting.  Já se encontram mais preparados para enfrentar esses jogos, mesmo reconhecendo o favoritismo ao Sporting?
Nós estamos com toda a certeza, mais capazes do que aconteceu quando defrontamos as equipas assumidamente profissionais no decorrer da época, o que acontece é que esta equipas estão agora ainda mais fortes do que estavam. Assim a dificuldade será imensa. Vamo- nos preparar e tentar tudo no primeiro jogo, o jogo em casa, já estamos a trabalhar para esse dia.

Por último, o que espera do jogo de sábado?
Espero um jogo de festa em conjunto dos nossos adeptos, o primeiro jogo após a confirmação do play-off. Espero uma vitória e um teste para confirmar a que nível nos encontramos para as finais e a que nível e com que ambição se encontram os mais diferentes elementos do nosso grupo.

Como classifica pessoalmente esta época?
Pessoalmente, classifico como uma época de enorme sucesso. No que a mim pessoalmente me diz respeito, uma das épocas mais conseguidas da minha carreira, pois temos que ter em consideração que a grande parte do nosso grupo de jogadores vinha de divisões inferiores, onde a intensidade, o ritmo, as dificuldades são muito diferentes. Esses jogadores hoje estão muito mais fortes, trabalharam imenso, cresceram no decorrer da época, em conjunto com os mais experientes na 1ª divisão e merecem totalmente o lugar que viermos a alcançar.
Nada lhes foi oferecido, nada lhes foi facilitado, tudo foi conquistado. A todos o meu obrigado e os meus parabéns.

Entrevista de

Manuel Pina


VICTOR NASCIMENTO, O ALICERCE DA FORMAÇÃO AXADREZADA DE ANDEBOL

Longo e excelente  o percurso feito até á data da equipa de Infantis do andebol. O seu responsável técnico, Victor Nascimento, é um homem sempre pronto para dar a sua visão sobre tudo o que aos seus “heróis” diga respeito. Aquilo que começou com uma entrevista calma, terminou com uma enorme surpresa negativa.


Com a época a caminhar para o final, estará na hora de se fazer um balanço. O Vítor foi o responsável pela  equipa de infantis. A quantidade de atletas manteve-se do ano anterior?
O número de atletas manteve-se sensivelmente igual, temos neste momento 26 Atletas no Escalão de Infantis (destes, 5 são do escalão de Minis)

Quantos atletas, tem inscritos na competição? Tem alguns atletas só a treinar?
Todos os Atletas estão inscritos e aptos a jogarem, mesmo os que são Minis, já jogaram por diversas vezes

Em que provas competiram e quais os resultados conseguidos até esta fase?
Neste momento, já vamos na 4ª Fase do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
Esta é a última Fase da prova a nível regional que apura para a concentração do nacional

Nesta altura, iniciou-se mais uma fase da competição que antecede a final concentrada. Quer esclarecer a forma como se disputa a prova?
Esta 4ª Fase é composta por um campeonato entre 10 equipas, das quais apuram as 7 primeiras para representar a Associação de Andebol do Porto no Encontro Nacional que apura o Campeão Nacional de Infantis.
Devo Salientar que a nível de Associação de Andebol do Porto existem equipas distribuídas por 4 divisões, o que permite avaliar a quantidade de equipas existentes na AAP e a qualidade da nossa equipa que está na 1ª divisão.

Quais os objectivos para o Boavista nessa fase?
Para esta Fase o Objectivo é claro, ser apurado para o Encontro Nacional, naturalmente que pretendo obter também a melhor classificação.


Para além de um treinador de formação, o Victor consegue uma empatia enorme com os seus jogadores chagando quase a parecer um deles (mais adulto) e simultaneamente o “pai”. É dom natural, ou foi adquirido com a experiência durante todo este tempo?
Fico muito contente por passar essa imagem e confiança, quer junto dos atletas, dos pais destes e demais pessoas.
Adoro Formação, sempre investi o meu percurso nesta área, preferi sempre os escalões de formação a outros de competição, mas, fi-lo sempre não por falta de ambição, mas sim por me sentir talhado para a Formação.
Naturalmente que a experiência nos dá outro traquejo e segurança, mas a Formação deve ser assente em princípios básicos e sólidos, pelo que é muito gratificante conseguir transmitir esses conceitos, aprendizagens e ao mesmo tempo conseguir transmitir regras e valores.
Penso que por tudo isto se cria uma forte empatia e reforça a união entre todos.
Costumo dizer que tenho 3 Palavras Mestras:
Autoridade
Responsabilidade
Liberdade
Caso saibam interpretar todas elas, é perfeitamente possível usá-las todas em proveito comum…

Há quantos anos está ligado ao andebol? E nos quadros do Boavista?
Estou no Andebol á 28 anos e ligado ao Boavista à 18 (atingi a maioridade) 

Quem faz parte da sua equipa técnica?
Neste momento tenho a trabalhar comigo a Joana Santos e o Fábio Santos, jovens trabalhadores e com muita vontade de aprender e acima de tudo uma atitude e disponibilidade exemplar.

Para o próximo ano esta equipa, perderá muitos jovens para o escalão superior ou pelo contrário mantêm-se muitos em infantis?
Para a próxima época desportiva todos os atletas se mantêm no mesmo escalão, muitos por que ainda estão dentro da idade e outros porque entretanto vai ser alargado o escalão etário, o que será muito bom, pois permitirá consolidar toda a excelente evolução e trabalho que estes “meninos” têm tido.

Estar na final concentrada é importante. Pela participação em si, ou pela motivação que pode dar aos seus miúdos?
Estar na Final Concentrada é um objectivo que todos queremos, porque é o local onde poderemos lutar pelo tão ambicionado Titulo de Campeão Nacional, pelo que não pode haver motivação maior do que o reconhecimento da nossa qualidade

Inevitavelmente a vida do Boavista passa pela reposição da justiça e o futebol vai voltar aos grandes palcos. Ao andebol pode a médio prazo ser beneficiado com essa situação?
Fico muito contente com o regresso do Futebol do Boavista aos grandes palcos e à 1ª Divisão.
No que diz respeito ao Andebol, julgo antes de mais realçar que quer o Andebol quer todas as outras modalidades desportivas amadoras, bem como os sócios, fizeram mais pelo futebol do que este fará pelas amadoras… Pois a continuidade da luta das modalidades amadoras e dos sócios, permitiram a sobrevivência do Boavista e com isso a possibilidade de o Futebol do Clube voltar a um lugar que já ocupou.
Infelizmente já há muitos anos que o Andebol vive das mensalidades e verbas que consegue angariar, pelo que prevejo que o mesmo se irá manter.
No entanto, espero e gostaria de acreditar que irá haver um maior apoio directivo e com isso permitir também que o Andebol volte a um lugar que merce e também já foi seu no panorama nacional.


Depois de atingir a maioridade – como frisou – continua a ter animo para continuar como treinador dos jovens, ou está na hora de outros voos?
Por decisão pessoal esta será a minha última época como treinador.
Já na época anterior dizia o mesmo e ainda cá continua…
É verdade! Mas desta vez é definitivo. Pode anunciar que termino esta época a minha carreira de treinador do Boavista.
Do Boavista ou do andebol?
Para já do Boavista e talvez de todo o andebol.

Entrevista de

Manuel Pina

terça-feira, 8 de abril de 2014

ENTREVISTA COM NUNO COSTA COORDENADOR DA FORMAÇÃO DO VOLEIBOL


Nuno Costa, é o coordenador do Voleibol de formação, cargo que acumula com o técnico-adjunto da equipa sénior. No seu regresso ao Bessa conjuntamente com José Machado, tem um projecto de alterar significativamente, a formação axadrezada da modalidade.
Estivemos com ele nos minutos que antecederam mais um treino da equipa de Cadetes, na qual apoia o trabalho de Joana Ferraz.

Nuno este é o seu primeiro ano ao serviço do Boavista?
Não. Estive anteriormente durante quatro anos no Boavista, há sete ou oito épocas atrás.
Trabalhando, nessa fase, com o professor José Machado?
Exactamente e agora volto cá na mesma situação.

Vamos começar pela formação. Tendo conhecimento do seu cargo de coordenador, tenho visto há uns tempos atrás a orientar os trenos. Isso faz parte de algum projecto de alterações?
Sim. Há dois/três meses atrás. o director do Voleibol, Artur Nunes, numa conversa entre os dois, pediu-me que dentro das minhas possibilidades, ficasse a coordenador os trabalhos da formação e desde aí, temos feito uma análise ao estado actual do clube, ao estado actual dos treinadores da formação de voleibol e ao nível competitivo das diversas equipas, na sua qualidade individual e colectiva. Dentro disso, foi traçado um plano que visa essencialmente, uma mudança de mentalidade, que passa naturalmente pelas correcções técnicas e tácticas da evolução das diferentes equipas.

Tenho verificado que você e o Jorge Dias, responsável pelas Juniores, têm imposto um trabalho que mais parece de pré-época. Estou certo nesta visão e qual o objectivo?
É uma reestruturação a pensar no que se pode fazer no próximo ano, decidimos “antecipar” meia época começando do zero agora, para quando chegarmos à próxima época já conseguirmos um nível competitivo mais idêntico às outras equipas, visto que o Boavista não tem ido às fases nacionais, ficando sempre pelas fases regionais. O objectivo, para já, passa por conseguirmos competir a um nível superior ao que estamos neste momento, ou seja, competir em campeona
tos de nível nacional dos diferentes escalões..

Aposta na concretização desse objectivo a curto prazo?
Da análise que efectuamos, verificamos que há equipas que terão mais condições de conseguir isso, outras com maior dificuldade, mas vamos tentar que isso seja um hábito no nosso clube, como já o foi noutras alturas. A curto, ou médio prazo, dependo do valor e assimilação das atletas.

Vejo as atletas algo queixosos ao ritmo de trabalho que lhe imposto no momento. Naturalmente tem essa percepção. Espera isso, ou estar a ser mais difícil que o que tinha previsto?
Eu posso falar mais do escalão de Cadetes, que eram iniciadas até há um mês atrás, porque é o escalão com que trabalho directamente, devido à indisponibilidade de treinadores, com horários de Faculdade, etc… acabou por me cair um pouco às costas também. Igualmente acompanho os restantes trabalhos, mas este escalão, tem sido, até agora, bem recebido o trabalho que tem sido implantado, já se vai notando algumas diferenças quer de mentalidade, quer de disponibilidade mental e física das atletas, para este tipo de trabalho. Logicamente que é sempre um tipo de trabalho, que se tem que ir impondo aos poucos, porque é, principalmente a nível mental, de uma grande exigência e que demora algum tempo a implantar-se em pessoas que não estão habituadas a trabalhar a esse nível.


Para quem já esteve no Boavista anteriormente e regressa oito anos depois, nota diferenças entre as formações do passado e a actual?
Sim, noto e bastantes diferenças, nomeadamente a nível de resultados. Não digo a nível da qualidade a cem por cento, porque há atletas com qualidade para jogar e evoluir. A nível do colectivo, com essas repercussões de resultados nos campeonatos nacionais e regionais tem vindo a baixar um pouco o nível dessa formação.


Resultados. Já para o próximo ano?
Nós trabalhamos para isso, mas temos que ter em mente que é um trabalho pensado a médio prazo, ou seja, se calhar os resultados do trabalho que agora começamos só o iremos ter mais palpáveis daqui a duas/três épocas. Isto não invalida, por exemplo, que o apuramento para as fases nacionais seja na próxima época, o objectivo de todas as nossas equipas de formação.

Passemos às seniores. Quando tomaram conta da equipa, nunca lhes foi exigido a subida de divisão, mas neste momento, o Boavista está apurado para a final four da promoção. Se a direcção nos o exigiu, como pensaram os treinadores?
Logicamente, que enquanto equipa técnica, comandado pelo professor José machado, sempre  foi esse o nosso pensamento. Aliás nós não viríamos para cá com outro pensamento, habituados a um nível competitivo que estamos. Na primeira fase e pelo que nos foi pedido pela Direcção, não seria esse o objectivo, mas nossas mentes, sempre foi esse o nosso objectivo. Esta praticamente garantida (falta um ponto) a presença na final-four e depois serão três jogos a doer e praticamente tudo o que foi feito para trás não tem interesse algum.

Seria importante jogarem casa, sendo o Boavista a organizar essa final, ou isso traria uma pressão extra e desnecessária sobre a equipa?
Acho que não traria grande pressão jogue-se onde jogar haverá sempre pressão sobre todas as equipas porque é uma final. Quem conseguir lidar melhor com essa pressão e conseguir lidar melhor com o adversário e conseguir contrariar melhor as tendências dos adversários vai conseguir o título.

Considera o Boavista favorito ao título?
Eu acho que o CV Lisboa e o PE Lobato foram duas surpresas para mim porque não os tinha como adversários e naturalmente serão de um grau considerável de dificuldade. A equipa dos Açores é uma equipa que habitualmente cria umas surpresas porque não temos conhecimento nenhum sobre elas, ao contrário delas que conhecem o nosso trabalho. Têm conseguido ter acesso a alguns vídeos sobre as outras equipas e isso, pode ajudar de certa forma, a conhecer-nos melhor a nós e a dificultar-nos um pouco o trabalho. Pela nossa parte teremos a dificuldade de não as conhecer a elas, mas acredito que naqueles momentos decisivos as coisas vão para a área de conforto das atletas e quem souber gerir melhor e estiver mais confiante é quem conseguirá levar o caneco.


Uma derrota é sempre uma derrota, mas algumas acabam por ser vir de aviso. A derrota do passado domingo, sendo totalmente inesperada pode ser transformada em positiva?

Primeiro nós não eramos invencíveis, porque já tínhamos perdido com a Académica de Coimbra, algumas pessoas em S. Mamede esqueceram-se disso. Independente desse facto, não há equipas invencíveis e nós em todos os jogos, sejam com vitórias ou derrotas temos sempre coisas a tirar, a aprender e a ler. Sabemos que temos muito para crescer e aprova disso é o jogo da taça, por exemplo, embora tenhamos lá ido com praticamente jogadores de dezoito anos e atletas menos utilizadas, serviu-nos para perceber que ainda temos um longo caminho a percorrer se queremos jogar num nível da A1 e se queremos que as atletas continuem a evoluir.




Entrevista de;

Manuel Pina Fereira