sexta-feira, 22 de abril de 2011

RAÚL ALVES - O HOMEM DOS SETES INSTRUMENTOS

O Prof. Raúl Alves
Como tínhamos prometido, aproveitamos o treino de ontem e enquanto as atletas treinavam encontramos o “Homem dos sete instrumentos” que alegra os jogos do Voleibol e partimos à descoberta deste adepto. Chamou-nos a atenção que não é grande dialogante, mas mostrou o contrário. Falou da filha, falou dos instrumentos e de muito mais acabando em tom critico…

A RAZÃO DA SUA ENTRADA NO MUNDO AXADREZADO

Qual o seu nome?
Raul Alves e sou pai da atleta Anita Alves.

Comecemos até pela Anita. Quando ingressou no Boavista?
Ela está cá desde Janeiro deste ano.

Qual o passado dela como desportista?
Ela sempre foi atleta no Ala de Gondomar. Esta época terminou a sua prestação n Ala porque eles não têm equipa sénior. Ela alertou-me para esse facto porque termina este ano o escalão de juniores.

Então é uma júnior no plantel sénior do Boavista?
Sim, como o Boavista não tem juniores a Anita foi incluída no escalão sénior.

Como se deu o seu ingresso no Boavista?
Como lhe ia dizendo… a Anita alertou-me que precisava de conseguir novo clube, porque desejava continuar a jogar Voleibol. Liguei para vários clubes, num desses telefonemas tive a sorte de no outro lado me atender a Dona Graziela, que me informou que tinham na equipa algumas jogadoras nessas condições, no caso a outra Anita e uma Juliana. A Dª Graziela convidou-a ir experimentar para ver se gostava do ambiente e assim aconteceu. Tendo por isso a Anita ingressado no Boavista.

Falando com a Directora

OS SETE INSTRUMENTOS

Falemos agora do pai. No Domingo deu aí um show e entusiasmou o público, também sei que já o fez fora de casa. É hábito seu?
Eu faço isso em qualquer lado, mas na condição de me sentir bem! As coisas surgem no momento. Eu estou a ver o jogo e respondo com uma reacção ao próprio jogo. Isto acontece na sequência de vários reagentes, há ocasiões que as coisas se proporcionam para fazer coisas de forma diferente. Por isso a situação não depende de mim exclusivamente, depende de mim e do meio ambiente em que estou inserido.

Então não actua sempre da mesma forma?
Não! Há jogos que a equipa está bem e puxa por mim e há outros jogos que isso não acontece, por isso vocês não podem pensar “no dia tal vamos ter um jogo e vamos ter cá o Raul a dar espectáculo” não! Isso não é assim, comigo o ambiente conta sempre muito. Eu não sou nenhum animador, eu sou uma pessoa que vem ver o jogo e que vibra consoante o jogo.

Mas quando se envolve é o homem dos sete instrumentos?
Não, não sou! Se fosse o homem dos setes instrumentos estava no Rock in Rio. Sou uma pessoa com uma energia que Deus me deu quando me criou e o resultado é essa energia associada ao que elas fazem juntando ao ambiente. Todo este conjunto faz aparecer essa minha participação. Elas é que são as principais!

Mas quando apareceu com os seus instrumentos, como foi recebido pelas pessoas na bancada?
Eu com os instrumentos só apareci há pouco tempo, porque até aí animava o jogo com a minha voz, com palmas e com os pés. Os instrumentos começaram até fora de casa. Trouxe-os a primeira vez para o jogo com Pacense.

Em Paços de Ferreira?
Exactamente. Eu soube que o ambiente lá era difícil e soube daquela história do jogo anterior quando o Boavista lá foi jogar, para além disso, eu já conhecia o ambiente do Pacense porque o meu filho joga Hóquei e eu acompanho-o quando ele vai lá jogar.
Levei o meu saquinho com os instrumentos porque sabia que naquele ambiente era importante marcarmos presença e trouxe-os para aqui porque era o último jogo neste pavilhão e era um jogo muito importante.

Mas os instrumentos são mesmo sete?
Eu já lhe disse que não sou o homem dos sete instrumentos!

Eu sei, mas eles são ou não sete?
Eu trago vários porque é como tudo é preciso mudar. Primeiro porque uma pessoa não aguenta estar sempre a tocar o mesmo instrumento e também esse facto não é eficaz porque as pessoas habituam-se ao som e então é o “chamado” estar a tocar para o boneco. Quem mora perto de um aeroporto houve os aviões a passar, mas depois de um tempo passado deixa de os ouvir.
É preciso mudar, como diz o povo, Muda que Deus ajuda. É preciso mudar!
Nós temos que ter sempre uma solução ou um sapateado, ou umas palmas, uma pandeireta, umas maracas Marroquinas.



O CIDADÃO

Qual a sua profissão?
Sou professor do primeiro ciclo na Escola da Belavista em Fanzeres.

E os miúdos conhecem o professor que têm?
Conhecem sim, mas é como lhe disse isto não é constante, as ocasiões é que proporcionam esta faceta.

Mas é um homem cheio de energia e alegria, isso é constante?
Graças a Deus tenho energia, tenho alegria e sou um homem optimista, considero que as pessoas conseguem fazer sempre mais… não há limites. Quando se gosta do que se faz consegue-se fazer sempre melhor!

O ADEPTO

Como adepto como vê este feito desta equipa?
É claro que só as conheço desde Janeiro e por isso não posso comparar com a época anterior mas já percebi que os objectivos a que se obrigaram no inicio deste campeonato já foram ultrapassados. O ano passado jogaram para se manter, este ano lutam para subir! Isto é um facto.

Vai ser difícil isso mas já fizeram muito…
As coisas são assim. Nós somos essencialmente constituídos por matéria, mas também somos formados pelo espírito, pela parte psicologicamente que é muito importante, mesmo fundamental e as emoções. O Pardalejo sabe lidar muito bem com as emoções, pelo que eu vejo, claro. Ele nos treinos e nos jogos sabe jogar muito bem com as emoções delas. Acho isso muito importante porque quem se ficar só pela parte técnica, não consegue chegar onde quer. Eu conheço pouco o desporto, mas sei o suficiente para ver que há grandes equipas na parte técnica que não consegue os seus objectivos e há equipas com menos valia mas muito forte emocionalmente que os atingem superando os mais fortes!
Eu não sei se isto acontece no Voleibol, mas no futebol que é mais mediático e no hóquei que acompanho, esse factor emocional transforma positivamente as equipas. Há equipas com grandes atletas que não fazem nada e há equipas com jogadores medianos que fazem uma grande prestação.

Você é um homem de emoções?
O que comanda o homem são as emoções. As nossas pernas andam e os nossos braços movimentam-se por causa das nossas emoções a nossa cabeça comanda o corpo. Se nós estivermos bem emocionalmente… fazemos bem. No caso oposto, podemos tocar muito bem na bola, mas emocionalmente estamos mal… fazemos mal!

O CRÍTICO

Vai estar presente na fase final?
Não sei! Tenho muito medo daquele pavilhão, tenho medo de fazer quase setecentos quilómetros e não conseguir entrar no pavilhão. Eu estive lá quando foi o jogo da Taça e com o Ala, aquilo não tem bancadas, aquilo é só o recinto de jogo… como se pode jogar ali uma fase final de Voleibol? Gostava de obter uma resposta sobre isto.

Não conheço…
Aquilo nem condições de segurança tem. Esta fase é para apurar o Campeão nacional A2 e a subida de divisão e certamente vai lá muita gente ver e o que pode acontecer é muitos nem conseguirem entrar e os que entrarem vão colocar-se em redor do campo junto às atletas, feitos sardinha em lata… não tem condições, não tem!

Mas a federação conhece o pavilhão e como marcou para lá?
Espanta-me essa marcação, aquilo só visto, porque quem não conhece não acredita. Se dissermos isto a alguém que os jogos de uma fase nacional tão importante se realizam nestas condições, tenho a certeza que ninguém acreditaria. Como é possível?

Realmente também não entendo…
Já nem falo desportivamente, porque considero uma autêntica estupidez que um clube que vai disputar a subida ou o título jogue em casa, com clara vantagem sobre os outros concorrentes. A Federação teria que realizar esta fase num campo neutro, num pavilhão digno onde o público pudesse entrar e com condições de segurança.
Nestas condições tenho muitas dúvidas se irei a Lisboa durante três dias perdendo um dia de trabalho e correr o risco de não conseguir entrar. Isto não é servir a modalidade, isto é servir alguém que tem conhecimentos e ajudar aquele clube.
Está tudo organizadinho para que esse clube alcance o que pretende, mas olhe pode acontecer uma surpresa, pode-lhes acontecer o que aconteceu agora para a final da Taça de futebol…. Estava tudo organizadinho mas aconteceu uma surpresa! Oxalá isso volte a acontecer.

Nem tem espaço para levar os instrumentos…
Não sei, nem sei se vou. Tenho esperança que até lá haja alterações, não sei o que vão fazer os outros clubes, pode ser que até lá a Federação ganhe juízo! Eu só compreendo isto se os dirigentes da federação não conhecerem o pavilhão.

Nota: Confessou que não conhecia o Blog das Amadoras e julgava que era eu (M. Pina) que editava o Blog do Voleibol. Apresentei-o aos editores do Voleibol que estavam no pavilhão – Catarina e Filipe Ribeiro – e apresentei o Amadoras, dando-lhe uma visão global, sobre os 17 Blogs que compõe o conjunto.

Sobre este aspecto referiu.
Pensava que era o senhor Pina que fazia o Voleibol, mas vejo agora o trabalho enorme que tem para gerir os seus Blogs incluindo o de Futsal. Sabe, eu sinto que quem tem o mérito da equipa sénior ter chegado aqui, são as atletas, são os directores, o Pardalejo como treinador e o senhor Pina que tem uma participação muito importante. Eu sei que a treinadora adjunta – Sara Gomes – ficou muito emocionada pelo artigozinho que fez sobre ela, mas todas as atletas quando vêem ali alguma coisinha registam-no interiormente e a parte emocional constrói-se a pouco e pouco, com todas as coisas. E isso é muito importante. Se as coisas correm bem é graças a pessoas como o senhor. Parabéns!

Desta vez fomos nós que ficamos sem palavras.

Entrevista de M. Pina

sexta-feira, 15 de abril de 2011

ANDEBOL SÉNIOR - CÉSAR COUTO EM ENTREVISTA


Para além de um jogador de Andebol, César Couto é um adepto atento ao Boavista na variante andebolista.
Ele comenta os jogos, faz antevisões, compõem cartazes e apela à presença dos adeptos. È um verdadeiro Boavisteiro.
Vamos conhecer melhor este jovem de vinte e dois anos de idade, lateral direito da equipa sénior de andebol

Quando e onde começaste a jogar andebol?
Comecei a jogar andebol no Andebol Clube os Lusitanos em 1994 e em 1996 fui pela 1ª vez inscrito

Faz um resumo da tua carreira no andebol?
como referi na pergunta anterior comecei a jogar no Lusitanos, nos escalões mais jovens, depois infelizmente, esse clube, acabou e fui jogar para o Núcleo Desportivo da Sra da Hora clube em que conheci o nosso treinador Franquelim Cardoso, clube este que já encerrou portas. Joguei uma época no Padroense quando era juvenil ano este em que fui convidado para integrar o plantel júnior do Boavista e então ingressei neste grande clube do qual só saí na época passada em que joguei no Gondomar Cultural porque o Boavista não tinha seniores.

O ano passado saíste por o Boavista não ter seniores?
Eu tive de sair o ano passado porque não havia seniores aqui no Boavista, fui também para um grande clube o Gondomar Cultural sabendo quando saí que esta época em princípio já haveria seniores aqui e então sabia que iria por uma época para depois regressar.

A solução encontrada – fazer uma equipa de seniores - foi positiva?
Bastante, temos uma grande equipa e um excelente grupo, ouço muito outras equipas falarem da juventude dos seus planteis mas se tivermos em conta este sete bastante utilizado que passa por o Resende/Armando/Carmo/Eu/Rui/Ruben/Pedro Silva, o Pedro é o mais velho e só tem 23 anos. É excelente para os juniores se irem entrosando na nossa equipa e mesmo para os mais pequenos verem os seniores a jogar são sempre referências.

Tenho verificado a tua entrega ao andebol. Todas as semanas fazes cartazes para o jogo. É um amor ao andebol ou um amor ao Boavista?
Tenho bastante amor por este clube pode-se dizer que sou Boavisteiro e também gosto muito da modalidade tento entregar-me o máximo que posso a isto, jogo aqui nos seniores, sou o treinador dos iniciados do Padroense e também trabalho normalmente das 9:30 ás 19h, é complicado gerir tudo mas acho que com um mínimo de organização tudo se consegue.

Como tens analisado o campeonato (esta fase final) até esta jornada?
Acho que entramos mal nesta fase talvez por o grupo nunca ter estado completo devido a lesões e castigos. Tínhamos de estar todos para esta fase pois todos os jogos são muito equilibrados, mas já entramos outra vez no caminho das vitórias e espero sinceramente que com estes 3 jogos seguidos em casa possamos disparar na classificação e esquecer o mau inicio que tivemos

Qual o lugar que pensas vir a conseguir?
Estaria a mentir se não pensasse no 1º lugar, acho que nós, Espinho e Boa Hora são os favoritos à subida mas acho que destes 3 somos os melhores, mas claro que temos é de mostrar isso no campo.

Acreditas na subida?
Cegamente! Acho que esta equipa tem que subir não só pela qualidade de andebol que apresenta bem como um clube como o Boavista não pode andar a disputar um acesso à 3ª divisão nacional mais uma época.

Se tal não acontecesse seria uma grande desilusão?
Enorme! Todo este projecto foi montado para subir é um objectivo de uma época não adianta de nada termos na 1ª fase perdido apenas um jogo tendo vencido pelo menos uma vez todos os adversários se agora não conseguirmos no mínimo o 3º lugar, julgo que se não subirmos é uma grande desilusão para toda a gente.

Qual o adversário mais forte?
Para mim sem dúvida Espinho e Boa Hora, não desrespeitando só outros porque também têm excelentes equipas senão não estariam nesta fase final mas as que referi têm também como já disse assim como nós as melhores equipas deste acesso.

Sentiste "alguma" falta de apoio dos adeptos. Queres enviar-lhes uma mensagem?
Senti, é verdade, jogamos com o Redondo o 1º jogo em casa e claro que sentimos a falta da nossa claque oficial os Panteras Negras, estava uma boa casa com os nossos familiares e amigos a apoiar aos quais tenho bastante a agradecer mas mesmo estes sentiram a falta dos Panteras, por isso se eles sentiram imaginem nós.
Todas as equipas falam da nossa massa adepta é um facto incontornável que o Boavista é o 4º clube nacional e todos falam do ambiente que encontram em nossa casa seja no andebol, no futsal, no voleibol e claramente no futebol.
Só que ele não esteve presente e claro que sentimos a sua falta, sabemos do que se passou e como já disse na antevisão especialmente para o Ricardo um grande abraço e espero que este Sábado TODOS estejam no VISO para nos apoiar neste jogo que vai ser de tudo ou nada para as duas equipas em que o factor público pode ser decisivo para a nossa vitória.

O andebol do Boavista é uma família, mas como vês o apoio (ou falta dele) do Clube nas condições que são oferecidas?
Estaria a mentir se dissesse que temos as melhores condições porque toda a gente sabe que não temos. A falar de horas de treino porque ainda agora ficamos com menos, a falar de equipamentos que são os mesmos desde a 1ª época em que vim para cá em 2006, a falar de sermos nós que pagamos as nossas refeições nas deslocações e ainda mais factores. Como é lógico, os jogadores não estão contentes com a situação mas acreditamos que vai melhorar e que o clube vai passar esta fase e passar a apostar mais nas modalidades amadoras porque o Boavista é conhecido em todo o lado mas não só pelo futebol é conhecido por ter sempre boas equipas em tudo seja em andebol, voleibol, futsal, ginástica etc... sabem que onde entra o Boavista seja em qualquer modalidade é para ganhar.

Qual a divisão que consideras ser a ideal para o Boavista em seniores?
Não posso fazer o prognóstico da divisão ideal, claro que gostava de ver o Boavista entre os grandes na 1ª divisão, mas é muito complicado, para já objectivo a objectivo primeiro queremos subir para a 3ª divisão nacional e depois estando lá para o ano vemos para o que temos equipa. Se tivermos equipa se for para subir é para subir senão será para manter porque este plantel tem muita margem de progressão somos todos ainda muito jovens.

Entrevista de Manuel Pina